Brumadinho e a proposta de construção de um novo Autódromo do Rio na Floresta de Camboatá

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Imagem meramente ilustrativa da Floresta do Camboatá, na Zona Oeste do Rio - Foto: Reprodução

O que uma coisa tem a ver com a outra?

Respondo já; é a atitude de desdém e incredulidade em relação à proteção do meio ambiente como elemento fundamental ao resguardo da vida e da sua qualidade.

As autoridades, que ainda repetem ou se comprometem com programas imediatistas tidos como ações de “desenvolvimento”, mas sem qualquer visão do futuro, e que, por ignorância, (quero crer, pois, estou descartando a má fé, salvo prova em contrário), não ligam “lé com tré”.

Brumadinho era uma barragem da década de 70, do chamado “Brasil grande”, desenvolvimentista, do progresso e do dinheiro, dos empregos via mineração. Mas, a miséria em que vive boa parte dos brasileiros, mendigando por segurança alimentar, moradia, saúde básica, tudo via promessa de emprego, joga esses pré-cidadãos a aceitarem (e até a defender), sem relutância, este tipo de “desenvolvimento”.

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Após cinquenta anos o preço chegou para ser cobrado em Brumadinho. Pode demorar, mas ele sempre chega, alto, muito alto. Em vidas humanas, vidas de fauna e flora destruída para sempre e por décadas. Impagável.

A Floresta de Camboatá, em Deodoro, no Rio, é o último e único pedaço de Mata Atlântica naquela região, densamente ocupada por uma população de classe média e pobre. Um calor de rachar ! Nenhuma arborização nas ruas.

A proposta de colocar nesta região um autódromo poluidor sonoro, do ar, e com a supressão significativa da mata lá existente é no mínimo teratológica. Ela é “vendida” para o bairro, e para o público em geral, com o mesmo discurso “desenvolvimentista” usado na década de 70, quando foi construída a barragem de Brumadinho.

A destruição – Claro, o pretendido autódromo não vai explodir como uma barragem, mas vai implodir ambientalmente a região. Só cidadãos mendigando empregos, e sem qualquer noção de impacto, podem querer crer que a poluição contínua de carros de corrida, e toda a sua parafernália industrial, vai deixar algo da Mata Atlântica de pé. Não serão necessários os 50 anos!

Os políticos que impulsionam e negociam essas ideias sabem dos custos ambientais. Mas mentem talvez para si mesmos para garantir um “sucesso” antigo como promotores do velho desenvolvimento.

Talvez por acreditarem ainda, e com certa razão, que daqui a 20 anos, quando Deodoro e sua Floresta de Camboatá for implodida, e o bairro ferver, seus nomes já não sejam mais ligados à irresponsabilidade do planejamento ambiental da cidade do Rio.

Afinal, quais são os nomes que são responsáveis pelo crime ambiental de Brumadinho?

Leia mais:

A saga do novo autódromo continua (Urbe CaRioca)
Prefeitura fará concessão de autódromo em Deodoro (O Globo)

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