Cabral diz que negociou apoio de Crivella em 2008

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Nesta sexta-feira, 05/04, o ex-governador do Rio, Sergio Cabral (MDB/Bangu), apontou o dedo de seta adoidado e está entregando os irmãos. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, Cabral disse que a propina da Fetranspor na ALERJ começou no governo Moreira Franco, passou por Brizola, Garotinho, Rosinha e, claro, o dele e de Pezão.

Moreira Franco é o governador, em 1987 e em 1990 é feita a recuperação das empresas [de transporte]. Cria-se na Alerj a primeira propina instituída para o deputado Gilberto Rodrigues, presidente da Alerj e, do ponto de vista jurídico, o procurador de Justiça [do Ministério Público] Carlo Navega dava soluções jurídicas na volta às suas mãos particulares. Ele colaborou com o retorno das empresas às mãos [dos empresários], e recebia junto com o governador Moreira Franco e [com o deputado] Gilberto Rodrigues, junto com o deputado Claudio Moacir, e membros do Tribunal de Justiça

Cabral assumiu que passou a administrar a Caixinha da Fetranspor a partir de 1995:
Em fevereiro de 95 fui eleito presidente da Alerj então passo a administrar a caixinha da Fetranspor. O responsável pela distribuição da propina do Executivo foi o secretário de fazenda da época

Disse que Garotinho comprou uma emissora no Sul Fluminense e que este é proprietário do jornal Diário em Campos:
Com o dinheiro da Fetranspor, Garotinho comprou a TV Band no Sul Fluminense. Usa uma pessoa chamada Mauro como um testa de ferro, tem um jornal O Diário, que é do Mauro mas na verdade é dele (Garotinho), e eu continuo presidente da Alerj cuidando da caixinha da Fetranspor nesse período

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E quando seu nome surgiu como potencial candidato a governador do Rio, em 2003, ele passou a receber de Picciani uma caixinha de R$ 200 a R$ 300 mil para se manter como candidata em 2006. E ainda levou um castigo, por ser a favor da gratuidade a passageiros, ficou um tempo sem receber:
Em 2006 me elejo governador. Na campanha de 2006, a Fetranspor me deu cerca de R$ 5 milhões, somando primeiro e segundo turno. Jorge Picciani se reelege presidente da Alerj, onde continua administrando o caixa da Fetranspor. Havia muita reclamação dos deputados na época do Picciani: ‘Ah, não está dando todo mês, não tô recebendo’. Minha filosofia era: ‘É um regime presidencial e é com ele que eu trato, não perguntava quanto recebia mas tinha a informação de que recebia R$ 1 milhão por mês, mas não sei quanto dava para cada um. Para o Executivo eram R$ 420 mil por mês.

Compra de apoio a Crivella

Eduardo Paes e Crivella em 2006 Cabral diz que negociou apoio de Crivella em 2008

Cabral não poupou nem o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). Diz que teria negociado o pagamento de US$ 1,5 milhão a Crivella para que este apoiasse Eduardo Paes no 2º turno de 2008 contra Fernando Gabeira. Crivella tinha ficado em 3º e recebido 625.237 votos.

Ele [Crivella] me liga e pede uma conversa no Palácio das Laranjeiras em 2008. Recebo à tarde/noite e ele me diz o seguinte: ‘Olha, estou sendo pressionado a apoiar o deputado Gabeira. Não é do meu agrado pelas minhas convicções religiosas, visão do mundo. Mas o Armínio Fraga [ex-presidente do Banco Central], que estava muito exposto na campanha do Gabeira aparecendo na televisão pedindo voto, me ofereceu 1 milhão de dólares. E, então, eu vou apoiar o Gabeira se vocês não fizerem nada’. Eu e ele, sem testemunha. Eu falei: ‘Você me dá um tempo‘”.

A partir daí, Cabral teria ido a casa de Eike e interrompido um jantar quando explicou a situação.

Combinei com o Eike que não tocaria no assunto e que deixaria ele à vontade. Quem nos recebeu foi o Eike Batista e o executivo dele Adriano Vaz. O senador Crivella chegou com Mauro Macedo. Eu cheguei junto com Eduardo Paes. Tinha um café da manhã servido. Falamos rapidamente, Eike, muito agoniado, falamos 20, 30 minutos. ‘Muito obrigado’, uma conversa mais institucional. ‘Agradeço muito a colaboração de vocês, Eike’. Mais tarde, nos falamos e ele gravou na Record, um spot apoiando o Eduardo Paes, só para ser inserido na Record“.

Com informações do G1.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Por acaso a foto da matéria tem Lula Dilma. Em nenhum momento o Cabral falou de alguém do PT no depoimento. Isso não é jornalismo. Isso é parcialidade interesseira. Nenhuma surpresa. Aliás, o antigo Diário do RJ não era muito diferente nos tempos do Império.

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