Os cuidados com a exposição ao sol sempre foram mais associados ao verão. No entanto, o anúncio de um inverno atípico, com a previsão de termômetros registrando temperaturas acima dos 30 graus, como deve ocorrer neste sábado (05/07) no Rio, faz com que uma recomendação seja ainda mais urgente e necessária: é fundamental se proteger dos raios ultravioleta (UV) em todas as estações do ano. O alerta, que é válido inclusive para os dias nublados, ganhou força neste mês com a campanha Junho Preto, de conscientização contra o câncer de pele, especialmente o melanoma, tipo mais grave da doença e que pode levar à morte.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no estado do Rio são esperados 23.590 novos casos de câncer de pele não melanoma anualmente, entre 2023 e 2025, sendo 12.270 em homens e 11.320 em mulheres. Em relação ao melanoma, são previstos 470 novos casos ao ano, 300 em homens e 170 em mulheres.
Para quem não abre mão de aproveitar o clima quente nas praias e nos parques da cidade, entre outros locais ao ar livre, a recomendação é seguir algumas dicas, como evitar a exposição ao sol das 10h às 16h, período em que ocorre a maior incidência dos raios UV, e usar protetor solar corretamente, em todas as partes do corpo que ficam à mostra, reaplicando o produto a cada duas horas. É indicado ainda usar blusa de manga comprida, boné ou chapéu e óculos escuros, que servem de barreira física.
Médica da Oncoclínicas, a oncologista Andreia Melo ressalta que a intensidade da radiação UV varia conforme o período do ano, mas, dependendo da região do mundo, pode ser alta até em épocas com temperaturas mais amenas, como outono e inverno. É o que acontece em áreas tropicais e subtropicais, como o Brasil. Por isso, é fundamental manter os cuidados para evitar principalmente o câncer de pele não melanoma, que é o tipo de tumor maligno com maior ocorrência no país (31,3% do total de casos), seguido por mama feminina (10,5%) e próstata (10,2%), segundo dados mais recentes do INCA, lançados na publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil.
“O câncer de pele não melanoma é o que tem a maior incidência no país e atinge principalmente pessoas de pele clara. Mas a proteção é uma recomendação para todos. E, quando falamos do melanoma, ressaltamos que é o tipo mais grave da doença. Ele apresenta um comportamento biológico mais agressivo, se espalha mais rapidamente e pode levar à morte. Mas há outros tumores de pele que merecem atenção, devido à gravidade, como o carcinoma de células de Merkel. A recomendação é para se proteger, seja qual for a época do ano”, reforça Andreia.
A médica ressalta, ainda, que a exposição ao sol sem a devida proteção pode provocar efeitos imediatos à pele:
“É fundamental se proteger. Os raios ultravioleta podem fazer mal imediatamente, provocando vermelhidão, principalmente em peles mais claras, mas ao longo do tempo levam ainda ao envelhecimento e a neoplasias que têm relação direta com a exposição ao sol”.
Evite a exposição desprotegida da pele das 10h às 16h, quando a incidência de raios UV é mais intensa.
Medidas de Proteção
Mesmo antes e depois desses horários, é recomendado proteger a pele com sombra (natural ou de guarda-sol, sombrinha e barraca), roupas, bonés, chapéus e óculos escuros com proteção UV nas lentes.
Na pele, deve ser aplicado filtro ou protetor solar com FPS 30, no mínimo. Reaplicar a cada duas horas, em atividades de lazer e ao ar livre.
Observar a própria pele e verificar a existência de pintas ou manchas suspeitas.
Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para exame completo.