Com a quarta onda da Covid-19 que afeta a Europa e a variante da doença identificada na África do Sul, a Omicron, mesmo com a vacinação com ótimos números no Rio de Janeiro e os casos de mortes e internações em queda, o debate sobre se o Carnaval deve acontecer ou não em 2022 foi iniciado. Para João Figueiredo, professor do Mestrado Profissional em Gestão da Economia Criativa da ESPM, a maior ameaça à realização de grandes carnavais (como o do Rio de Janeiro e de São Paulo) é a disseminação da variante do coronavírus descoberta na África, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante de preocupação” por suas várias mutações.
“Ainda é muito cedo para fazer qualquer previsão. Mas acredito que o Carnaval só seria cancelado em caso de extrema necessidade. A maior probabilidade é que tenhamos um evento mais nacional, sem a presença de tantos turistas estrangeiros”, diz Figueiredo.
O Carnaval é um acontecimento de enorme relevância econômica para a cidade do Rio de Janeiro. A expectativa do governo do estado é que o evento de 2022 movimente mais de 2 bilhões de reais. “Um eventual cancelamento seria a repetição do prejuízo que tivemos em 2021, com perdas para diversos setores, como os de hotelaria, gastronomia e cultural”, afirma o especialistas.
Uma pesquisa sobre os impactos da covid-19 na economia criativa do Brasil, realizada pelo think tank cRio ESPM com o Observatório da Economia Criativa da Bahia – OBEC-BA, apontou que um pouco mais da metade das empresas ligadas à economia criativa (50,2%) teve que demitir e 65,8% tiveram que fazer algum tipo de redução em contratos, durante os meses do isolamento social.
O especialista pondera que, apesar da importância para a economia, a questão sanitária deve sempre prevalecer num cenário de pandemia.