O Carnaval de 2025 no Rio de Janeiro movimentou R$ 8,8 bilhões na economia fluminense, de acordo com sondagem do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ). O levantamento foi realizado entre 28 de fevereiro e 4 de março, com 1.037 turistas entrevistados em pontos como o Sambódromo, blocos de rua e praias da Zona Sul e Barra da Tijuca.
Segundo o estudo, 49,6% dos visitantes eram brasileiros, principalmente de São Paulo (29,4%), Minas Gerais (16,3%) e Distrito Federal (10,1%). Entre os estrangeiros, que representaram 50,4% do total, a maioria veio das Américas (54,3%), com destaque para a Argentina (28,7%) e os Estados Unidos (9%). Da Europa, os principais países emissores foram o Reino Unido (8%), Alemanha (7,8%) e França (7,6%).
“O Rio de Janeiro é a face mais visível do Brasil no exterior por razões turísticas e culturais. 16% dos que vieram foram influenciados por redes sociais e por amigos”, afirmou Otavio Leite, consultor da Presidência da Fecomércio RJ.
O gasto direto dos turistas com hospedagem, alimentação, transporte e lazer chegou a R$ 3,4 bilhões — um aumento de 36% em relação a 2024, quando foi registrado R$ 2,5 bilhões. O impacto total, somando efeitos diretos, indiretos e induzidos, foi de R$ 8,8 bilhões, alta de 39,7% sobre os R$ 6,3 bilhões do ano anterior.
“Os números confirmam a tendência positiva que deve se intensificar ao longo de 2025 e início de 2026. Quase 20% dos empregos formais criados no estado no último ano vieram do turismo”, avaliou João Gomes, diretor-executivo do IFec RJ.
Entre os visitantes, 54,1% dos estrangeiros estavam no Rio pela primeira vez. O tempo médio de permanência foi de nove dias — sendo 11 dias entre estrangeiros e sete entre brasileiros. Hospedagens em hotéis (45,4%) ainda lideram, mas o uso de plataformas digitais como Airbnb (34,9%) cresce. A economia foi o principal fator de escolha para 53% dos usuários dessas plataformas.
Apesar do destaque da capital, apenas 6,1% dos entrevistados receberam recomendação para visitar outras cidades do estado. Por outro lado, 28,4% manifestaram a intenção de conhecer destinos fluminenses, com Arraial do Cabo (41,2%) e Búzios (36,7%) entre os mais citados.
A pesquisa também investigou a percepção de segurança. Antes da viagem, 32,3% dos brasileiros e 23,3% dos estrangeiros consideravam o Rio pouco ou nada seguro. Após a estadia, 65,9% dos brasileiros e 70,6% dos estrangeiros disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a segurança, reduzindo significativamente os índices de insatisfação.
“O esforço para atrair mais turistas e fazer que a sua estadia se converta em experiências memoráveis precisa ser compartilhado com todos das esferas pública e privada. É um somatório”, destacou Otavio Leite.