O caso do jornalista Igor Melo, baleado por um policial militar da reserva na Penha, Zona Norte do Rio, chegou ao Ministério Público por meio do vereador Rafael Satiê (PL). Presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal, Satiê acionou também a Delegacia de Crimes Raciais (Decradi) e a 22ª DP (Penha) para cobrar providências e rigor na investigação.
“Se foi racismo, vamos apurar. Se foi erro brutal de abordagem, vamos apurar. O certo é certo e o errado é errado, independente de quem seja”, afirmou o vereador. “Aqui não passamos a mão na cabeça de bandido, mas também não passamos a mão para policial que erra. O direito de ir e vir de um trabalhador foi violado. Se o policial da reserva estiver errado, ele tem que pagar com o rigor da lei”, completou.
O jornalista, que também trabalha como garçom, havia acabado de sair do serviço e solicitado uma moto por aplicativo para voltar para casa. No trajeto, foi atingido pelas costas pelo PM da reserva Carlos Alberto de Jesus. Igor perdeu um rim, teve o intestino perfurado e segue internado no Hospital Getúlio Vargas.
A esposa da vítima, Marina Moura, desabafou sobre o ocorrido. “A bala sempre atinge um corpo preto. Meu marido é trabalhador, pai de família, e quase foi assassinado por uma suposição absurda”, disse.
Para Satiê, o caso precisa ser tratado com seriedade e investigado a fundo. “Pessoas não podem simplesmente olhar duas pessoas negras numa moto, achar que são criminosos e atirar. Aborda, investiga, faz o certo. Mas não atira primeiro e pergunta depois”, pontuou. O vereador colocou a Comissão de Combate ao Racismo à disposição da família e reforçou que seguirá acompanhando as movimentações jurídicas. “Não importa quem errou, importa que a justiça seja feita. E a gente vai cobrar para que seja”, finalizou.