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Caso Regina Lemos: ex-advogado da socialite defende o “agressor”; desembargadora declara suspeição no caso

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A história da socialite Regina Lemos Gonçalves, figura da alta sociedade carioca e herdeira dos baralhos Copag, tem ganhado novos capítulos. Com 88 anos, Regina, conhecida por sua elegância e engajamento no mundo cultural e empresarial, viu sua vida tomar um rumo trágico ao ser mantida em cárcere privado pelo ex-acompanhante José Marcos Chaves Ribeiro. A notícia, dada em primeira mão pelo DIÁRIO DO RIO, ganhou destaque nacional e a cobertura especial do Fantástico. Agora, a nova reviravolta envolve seu antigo advogado, Dr. Paulo Lins e Silva, acusado de violar princípios éticos ao representar o suposto agressor, ex-motorista e companheiro da vítima.

Relembre o Caso

Regina Lemos Gonçalves foi submetida a um verdadeiro pesadelo. Seu ex-motorista, José Marcos Chaves Ribeiro não só a teria mantido em cárcere privado por quase uma década, como também se teria apropriado de seu patrimônio. As acusações da socialite contra o ex-companheiro incluem o roubo de joias avaliadas em mais de 10 milhões de reais e a venda de uma mansão em São Conrado para um empresário do ramo imobiliário por um preço excessivamente ‘convidativo’. A situação foi agravada por uma alegada manipulação legal, onde Regina teria sido forçada a uma união estável sob regime de separação de bens, facilitando a transferência de propriedades e a criação de uma sociedade com o agressor. A socialite é uma das moradoras mais ilustres do Edifício Chopin, um dos mais icônicos da Praia de Copacabana.

Em janeiro deste ano, Regina conseguiu escapar, após 10 anos, e buscar ajuda na casa de seu irmão, marcando o início de uma série de investigações e processos legais contra José Marcos. As acusações contra ele incluem crimes previstos no Estatuto do Idoso, violência psicológica, e outras infrações graves.

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Novidade

A novidade no caso é a nova controvérsia, agora envolvendo o renomado advogado Paulo Lins e Silva, conhecido por sua atuação no direito de família. Dr. Paulo, que foi advogado de Regina por muitos anos, acabou representando agora José Marcos Chaves Ribeiro, o que gerou um conflito de interesses e levantou questões éticas sérias.

Regina formalizou uma representação contra Lins e Silva perante o Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A alegação central é a violação do dever profissional, descrita como “patrocínio infiel” no artigo 355 do Código Penal. O comportamento é visto como uma espécie de traição ao dever de lealdade e proteção ao cliente que compete ao advogado.

A situação jurídica ficou ainda mais complicada com a destituição de José Marcos Chaves Ribeiro de sua função de curador e a proibição de se aproximar de Regina. A Desembargadora Valéria Dacheux, da sexta Câmara de Direito Privado, também se tornou uma figura controversa no caso. Suspeita-se que suas decisões pudessem estar sendo influenciadas por conflitos de interesse, especialmente após a representação dos advogados Marcelo Coelho e Beatriz Abraão, a pedido do irmão de Regina e de seus familiares, e a subsequente apuração pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu estou muito bem com a minha família, e o meu ex-advogado, Dr. Paulo Lins e Silva, que atualmente advoga para o meu agressor e pior inimigo, quer que eu seja internada em um asilo. Isso é uma traição. Eles querem me destruir. O que os levou a essa aliança?” declarou Regina.

Regina também passou por uma perícia médica no Instituto Médico-Legal (IML), que confirmou sua lucidez. O laudo médico indicou que Regina está orientada, com capacidade intelectual dentro dos limites normais e sem alterações significativas na fala, memória e percepção. O laudo contradiz os relatórios anteriores apresentados por pelo advogado, que alegavam uma demência avançada. Paulo Lins e Silva é conhecido no Rio: o profissional é especializado em direito de família em todo o Brasil, com escritório localizado no Edifício Fórum de Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá. É um dos “papas do divórcio”, segundo especialistas, que o rotulam de “terror dos ex-maridos”, segundo uma fonte do fórum fluminense, que preferiu permanecer anônima.

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Victor Serra

Jornalista carioca, apaixonado pelas ruas do Rio. Do subúrbio, do samba, da cultura popular e do audiovisual.