
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) iniciou a implementação de um sistema inédito de monitoramento ambiental nos rios Guapiaçu e Macacu, que abastecem o Sistema Imunana-Laranjal. A medida foi tomada quase um ano após a contaminação por tolueno que afetou a bacia hidrográfica e deixou cerca de 2 milhões de moradores sem água.
O novo sistema inclui o uso de câmeras espectrais, tecnologia semelhante à utilizada pela Nasa, que permite identificar cerca de 20 parâmetros físico-químicos da água através da análise de feixes de luz. Além disso, a Cedae intensificou o monitoramento aéreo da região com helicópteros e drones, abrangendo uma área de 70 km². Sete pontos de monitoramento foram instalados ao longo dos rios, com capacidade para identificar e reportar em tempo real qualquer alteração na qualidade da água.
O investimento anual de R$ 50 milhões inclui ainda a construção de um laboratório de última geração na Estação de Tratamento de Água (ETA) Laranjal, com inauguração prevista para julho. O espaço contará com câmeras específicas para detectar detritos e mudanças visuais na água, como manchas de óleo, e sondas flutuantes para medições constantes de turbidez, pH e outros parâmetros.
O diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, explicou que o sistema permite reações rápidas em caso de incidentes e cria uma base de dados confiável para análises ambientais de longo prazo. Segundo o gerente de qualidade da Cedae, Robson Campos, a expectativa é que o sistema seja expandido para o Sistema Guandu, responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A contaminação por tolueno, em abril de 2023, evidenciou a vulnerabilidade dos mananciais e a necessidade de monitoramento constante. O tolueno é uma substância tóxica presente em produtos como cola, tinta, borracha e gasolina, que pode causar diversos problemas de saúde. Com o novo sistema de monitoramento, a Cedae busca garantir a segurança do abastecimento de água e proteger a população de futuros incidentes.