A alternativa estudada pela Cedae para reforçar o abastecimento na região leste da Baía de Guanabara (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Ilha de Paquetá e parte de Maricá) vem do Rio Paraíba do Sul, que já abastece a cidade do Rio de Janeiro e municípios da Baixada Fluminense. Para atender à crescente demanda de água da região, a Companhia estuda utilizar um desvio já existente do Paraíba do Sul, em Sapucaia, no Centro-Sul Fluminense, e ligá-lo por duto até a captação do sistema Imunana-Laranjal, responsável pelo abastecimento de dois milhões de fluminenses.
O desenvolvimento econômico e populacional da região exige um aumento na vazão de água, por este motivo, a Cedae deve licitar, até o fim do ano, a contratação de um estudo para verificar a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto. A previsão é que, inicialmente, a produção de água salte de 7m³ por segundo para 17m³ por segundo, podendo chegar a 30m³ por segundo numa etapa mais avançada. Além disso, também está prevista a geração de energia elétrica e a conexão com o Novo Guandu, de modo que um sistema servirá como backup permanente do outro.
“É uma obra necessária e estratégica, capaz de dar segurança hídrica para a Região Metropolitana pelas próximas décadas. Em Itaboraí, por exemplo, está sendo instalado o Polo Gaslub (antigo Comperj) e vamos precisar de mais água para que o Estado continue avançando”, reforça o presidente da Cedae, Leonardo Soares.
A minuta do projeto já está pronta e é inspirada numa simulação do Sistema Taquaril, fortemente debatido nos últimos anos, que também sugeria uma transposição do Paraíba do Sul. No entanto, o estudo atual é mais completo e aprimorado, já que inclui a interligação com o sistema Guandu e a produção de energia elétrica, gerada numa queda de nível de 200 metros de altura no pé da serra a caminho do Imunana-Laranjal, com a perspectiva de que alcance 60 megawatts de produção.
As adutoras, construídas sob rocha, devem levar a água até Imunana por gravidade, onde continuariam sendo aproveitados os fluxos dos rios Macacu e Guapiaçu. Com o andamento deste projeto, a Estação de Tratamento de Água de Laranjal, em São Gonçalo, também receberá obras de melhoria e ampliação. A previsão é que as obras levem de três a seis anos, prazo a ser confirmado após a conclusão do estudo de viabilidade.