A pesquisa de Índice de Progresso Social (IPS) da cidade, feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro e analisada pelo Instituto Rio21, mostra uma grande diferença entre os índices de segurança pessoal das regiões administrativas. Enquanto o Centro recebeu a nota 14,52 pelo seu nível de segurança pessoal, Santa Cruz pontou 90,79, valor bem próximo da pontuação máxima, que é 100.
O índice de segurança pessoal leva em consideração dois aspectos ao ser calculado: taxa de homicídio e roubos de rua.
“O abandono da região central do Rio de Janeiro deixa os pedestres vulneráveis à roubos. É necessário que o poder público direcione maiores esforços ao combate à violência nessa localidade, principalmente ao considerar que o contexto da pandemia intensificou o movimento de desocupação da área”, disse Caroline Carvalho, assistente de pesquisa do Instituto Rio21.
Em um aspecto geral da pesquisa, o nível de segurança pessoal aumentou em 2020, em comparação com 2018. No entanto, piorou em relação à 2016. Enquanto em 2016 o índice de segurança pessoal teve a pontuação de 71,34, em 2018 foi de 60,44 e em 2020, 67,14.
No caso da taxa de homicídios, foi presenciado uma queda em 2020, em comparação com 2018. Em 2018, o número de óbitos registrados por homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte a cada 100 mil habitantes foi de 23,53. Já em 2020, esse valor foi 18,75, uma redução de 4,78 pontos. Contudo, essa proporção ainda é maior que a presenciada em 2016, que foi de 18,07.
De modo semelhante, o indicador de roubos de rua de 2020 foi menor que de 2018, mas maior que de 2016. Apesar de ter ocorrido uma queda na taxa de ocorrências de roubo a transeunte, roubo de aparelho celular e roubo em coletivo a cada 1.000 habitantes entre 2018 e 2020, sua magnitude não foi grande o suficiente para superar o crescimento presenciado entre 2016 e 2018, que foi de 3,13 pontos. Em comparação, a redução observada no período 2018-2020 foi de 0,51 pontos.
Sem contar ainda com o preconceito dos próprio leitores, que nunca irão admitir que Santa Cruz possa ter algo de melhor em relação a qualquer outro bairro mais próximo ao Centro e Zona Sul. Em todos esses bairros, ou na maioria deles, existem os mesmos problemas das milícias, traficantes e ainda descaso e desinteresse das polícias em registrar essas ocorrências menos relevantes. Se acaso tudo isso fosse realmente tão determinante para os resultados dessa pesquisa, nessa lista existem outros bairros ainda mais populosos e dominados por traficantes e milicianos, que com certeza, tomariam o primeiro lugar de Santa Cruz.
É importante entender melhor a base de cálculo e o momento.
Se a base de cálculo for os moradores da Região fica óbvio que o Centro tem muito poucos moradores e as áreas de melhor índice têm população maior.
Por outro lado o Centro recebe moradores de praticamente todas as áreas do Rio, para trabalhar.
Ainda é necessário se considerar um outro fator que implicou na redução no ano passado, a Pandemia, que reduziu a atividade de todos evitando que saiam de casa. Mais uma vez voltando à aumentar a possibilidade de ocorrências no Centro, aonde muitos, mais uma vez, tinham que se dirigir à trabalho.
Outra implicação óbvia da pandemia foi a redução no número absoluto.
E quem em Santa Cruz procura a Delegacia para registro de roubos????
Que eu saiba procuram a milícia ou o traficante, dependendo da área dominada.
Tem ainda o fato de que aquelas vítima residentes nas localidades dominadas nem sempre estarem dispostas a levarem à frente qualquer caso para responsabilização doa autores.
Haverá situação que o autor seja já conhecido da mesma região, por seus atos. Haverá, ainda, aqueles de cujas origens seja de família conhecida, um integrante desviado, que por pena é deixado para lá, e o bem jurídico não seja tão relevante. E haverá ainda aqueles que são desestimulados de procurarem a Polícia por conta do preconceito – que não é à toa. Até mesmo que a própria Polícia, não interessada em registrar para ver aumento dos casos na sua área prejudicando gratificações e prêmios.
Logo, é preciso muito cuidado ao interpretar os registros oficiais. São tudo, menos espelho da realidade…
Concordo… muitas mazelas passam pela óbvia falta de vontade do funcionário público das forças de segurança de trabalhar – o que desencoraja a queixa (não fosse assim o resultado da segurança pública não seria o que é)… e da óbvia descrença da população nos serviços prestados por esses funcionários públicos – daí nem se presta queixa (porque sabe que é tempo perdido vendo cara feia do escrivão).
Seu comentário mostra bastante desconhecimento da região. Santa Cruz é, de fato, um dos bairros com menor incidência de assaltos e mais seguros do Rio. Seja pela atuação da milícia ou não, se formos comparar com outros bairros em que a milícia também atua (como Bangu e Realengo) a diferença é grotesca. E sim, as pessoas aqui denunciam roubos à polícia.