A Quinta-Feira Santa (17), celebrada na Igreja da Lapa dos Mercadores, contou com uma grande presença de devotos, que lotaram o templo da Rua do Ouvidor, 35, no Centro Histórico do Rio.
A Missa do Senhor contou ainda com a cerimônia do Lava-Pés, no qual o Padre Victor Hugo Nascimento reverenciou 12 profissionais ligados ao comércio na região central da cidade.
Os comerciantes são o epicentro do ritual, uma vez que a santa que dá nome à “caixinha de joias” do Centro é padroeira dos comerciantes. Prestigiaram o evento: o presidente da Fecomércio, Antonio Florencio Queiroz; o presidente do Sebrae-RJ, Robson Carneiro; o presidente do Creci, João Eduardo; e Aldo Gonçalves, presidente do SindLojas e do CDL.
Também participaram do evento na capela de 1743, Ângela Costa, um ícone do empresariado carioca, assim como Arnaldo Arzua, da Associação Comercial de Campo Grande, além de dezenas de comerciantes e empresários.
Durante a cerimônia, os participantes fizeram pedidos de sucesso aos negócios da região central, além de agradecer os resultados alcançados pelos projetos Reviver Centro e Reviver Cultural que têm impulsionado a revitalização religiosa, cultural, habitacional e comercial da região.
A Irmandade dos Mercadores foi a primeira entidade de comerciantes do Brasil e tem se dedicado ao máximo à revitalização do Centro do Rio, nas mais variadas manifestações, com especial atenção à retomada dos ritos tradicionais da Fé Católica.

À frente da Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, a Irmandade e o provedor do templo, Cláudio André de Castro promoveram a Semana Santa 2025, com o início das atividades ocorrendo no Domingo de Ramos, no último dia 13.
Com uma programação extensa e rica, a celebração da Semana Santa, com a sua forte adesão popular, é uma demonstração da revitalização do Centro Histórico, por meio do Programa Reviver Cultural, com diversas atividades patrocinadas pelo espaço Diário do Rio de Cultura, no Arco do Teles.
A cerimônia do Lava-Pés, realizada durante Missa do Senhor, foi um marco no templo da Padroeira dos Comerciantes. O tocante e tradicional ritual contou com a participação especial de coral e orquestra com 15 músicos liderados pela soprano Juliana Sucupira, que executaram belíssimas obras sacras que embalaram a cerimônia deste ano.
A importância da cerimônia do Lava-Pés
O ritual foi instituído por Jesus na Última Ceia, a partir do Evangelho de São João e realizado na Quinta-Feira Santa, quando Cristo recomendou aos seus discípulos e a toda Igreja prosseguir na ritualização do Lava-Pés: “Eis que lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês também o façam” (João 13,15).
Naquele o tempo, as pessoas caminhavam por estradas empoeiradas, ficando com os pés sujos. O costume exigia que todos lavassem os pés, especialmente antes das refeições, neste caso a Última Ceia.
Segundo a tradição, o ritual pode ser considerado como um “pequeno batismo”, no qual os participantes são purificados dos seus pecados.
Na Última Ceia Jesus pegou uma toalha e lavou os pés dos discípulos. Simão Pedro não permitiu. O apóstolo não aceitava que o Cristo se humilhasse a tal ponto. Mas foi repreendido pelo Senhor: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo”; na sua Paixão e morte. Pedro, então, respondeu: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça”.
Os cristãos primitivos, obedientes ao convite de Cristo, praticavam o ritual como sinal de humildade, conversão, reconciliação e renovação da fé no sacrifício e ressurreição de Jesus, que se despojou de todos os sinais de grandeza em sua passagem pela terra.