Cesar Maia explica aliança com Pezão

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Cesar Maia

Um dos principais críticos do governo PMDB, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEMOCRATAS), surpreendeu na semana passada e passou a ser candidato a senador na chapa que tem como candidato a reeleição a governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), apoiado por seus desafetos Sergio Cabral e Eduardo Paes, inclusive, Maia como vereador é a principal voz de oposição ao atual prefeito do Rio.

Para explicar esta mudança Maia publicou em seu ex-blog uma “entrevista” em que explica a razão da aliança “Um Ato de Responsabilidade” de acordo com ele. A aliança é em vista da eleição nacional que tem Aécio Neves (PSDB) como presidenciável e que precisava de um palanque sólido no Rio, garantido então com a candidatura de Maia ao Senado na chapa de Pezão, somado ao fato novo trazido pela aliança entre Romário (PSB), nacionalmente com Eduardo Campos e Lindbergh Farias (PT), nacionalmente com Dilma Rousseff.

É interessante que a aliança de Romário com o PT foi muito mais mal recebida pelos seus eleitores do que o de Cesar Maia com Pezão. Romário era um crítico ferrenho ao PT e visto como, na sua própria gíria, um “peixe” especial no meio dos políticos. A maioria dos seus fãs em sua página no Facebook ficaram decepcionados com o Baixinho.

Bem, vamos às palavras de Maia sobre a aliança:

“UM ATO DE RESPONSABILIDADE”!  ENTREVISTA COM CESAR MAIA!

1. Ex-Blog: Sua candidatura a Senador na chapa Aezão surpreendeu muita gente. Cesar Maia: E a mim também. Até a semana passada, a minha candidatura a governador estava posta e já em processo de operacionalização, com definição de contratação de TV, serviços gráficos, etc. A aliança no Rio entre PT de Dilma e PSB de Campos surpreendeu também a todos e trouxe um fato novo.

2. Ex-Blog: E como ocorreu a decisão? CM: No sábado (21) à noite recebi um telefonema de Aécio falando desse fato novo e que levando em conta a prevalência da eleição presidencial, precisávamos agrupar as forças de apoio a ele, com concessões de ambos os lados. Marcou reunião urgente domingo pela manhã no apartamento dele.

3. Ex-Blog: Como foi essa reunião? CM: Aécio analisou o desdobramento das decisões do PT e PMDB no Rio em nível presidencial e a repercussão na imprensa que sublinhava o impacto eleitoral. E que, sendo assim, os meus argumentos em defesa de termos candidatura própria paralelamente ao Pezão deveria ser reavaliada.

4. Ex-Blog: Qual a sua reação? CM: De compreensão, mas lembrei a ele que se não tivéssemos uma candidatura majoritária, ele ficaria fora da TV regional, pois a legislação proíbe não seguir a coligação presidencial. A resposta dele foi imediata. Disse que no dia anterior, também com esta preocupação, havia consultado os líderes do PMDB e mostrado que seria necessário abrir um espaço majoritário. A única possibilidade era o Senado.

5. Ex-Blog: Como eles reagiram? CM: Aécio disse que com total compreensão. E mais, como as pesquisas mostravam um cruzamento especialmente na Capital e em Niterói entre eu e Pezão, o fortalecimento da candidatura PT-PSB, com nossa divisão, seria inevitável. Ou seja, o risco das duas candidaturas postas eliminarem as mesmas duas do segundo turno era muito grande, o que produziria o que as demais queriam, com natural efeito em nível presidencial.

6. Ex-Blog: E como a decisão foi finalizada? CM: Aécio usou uma expressão que fechou o assunto: Esse é um ATO DE RESPONSABILIDADE. Responsabilidade nacional e também estadual pelo risco de Pezão e eu juntos eliminarmos os dois do segundo turno. E arrematou dizendo que as sondagens aos dirigentes no dia anterior foram muito positivas e que ele gostaria de resolver tudo naquele mesmo domingo (22).

7. Ex-Blog: E como se deu isso? CM: Retornei a meu apartamento e meia hora depois Aécio ligou pedindo que eu retornasse.  Assim foi feito. Estavam os deputados Luiz Paulo, presidente do PSDB-RJ, e Comte Bittencourt, presidente do PPS-RJ. Aécio informou sobre a conversa que tivemos e que em meia hora chegariam Pezão, Picciani e Cabral. Assim foi.

8. Ex-Blog: Como foi essa segunda reunião? CM: Aécio resumiu o que já tínhamos conversado e o que ele havia antecipado a eles. Em seguida falaram um a um todos os demais presentes.  A questão do ATO DE RESPONSABILIDADE foi realçada por todos, tanto em nível presidencial como estadual. E que a retirada da candidatura ao Senado do PMDB era um gesto de forte simbologia e uma concessão que mostrava que a aliança seria para valer, pois eu entraria no espaço ocupado antes e agora por dois senadores.

9. Ex-Blog: E como culminou? CM: Os presidentes dos demais partidos e candidatos a vice e suplências de senado já teriam sido sondados, o que seria reforçado naquela tarde. Em seguida marcou-se uma coletiva para o dia seguinte, incorporando algum risco de reversão de algum aliado, o que não ocorreu depois de detalhadas as razões nos dias posteriores. Esse foi um gesto decisivo.

10. Ex-Blog: Como você se sente agora? CM: Creio que a tradução por Aécio de ser um Ato de Responsabilidade foi contundente e definitivo para minha consciência e coerência políticas.

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