Cidade motosserra: o Rio de Janeiro virou um cemitério de árvores

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Baobá cortado na Ilha de Paquetá - Foto: Reprodução/Internet

Melhorar a qualidade do ar, baixar a temperatura, ajudar no controle de insetos, entre muitos outros são os benefícios das árvores nas grandes cidades. Contudo, no caminho que vai o Rio de Janeiro, essa grande ajuda da natureza pode ser extinta.

Segundo o Movimento Baía Viva, moradores de diversas favelas, bairros, ruas, vias e vielas cariocas estão preocupados com o extermínio de árvores que, nos últimos anos, vem sendo feito pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e pela concessionária de energia elétrica Light. São centenas de denúncias.

“Essas podas assassinas são feitas aqui no Rio de Janeiro de forma indiscriminada, sem considerar nem ao menos a legislação e os devidos critérios técnicos”, afirma Sérgio Ricardo, ambientalista do Movimento Baía Viva.

Além dos cortes e podas de árvores feitos por Comlurb e Light, acontece, também, a prática indiscriminada e criminosa a mando de empresas privadas e pessoas físicas, também sem respeitar leis e critérios técnicos.

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De acordo com a Patrulha Ambiental, ligada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, chegaram pela Central 1746, entre janeiro e junho deste ano, 274 denúncias de cortes e sacrifícios em toda a cidade.

A Comlurb e a Ligth foram procuradas pela reportagem do DIÁRIO DO RIO e ainda não responderam os contatos.

Na última sexta-feira (31/07), o baobá africano João Gordo, plantado em 2013, próximo à Praia da Ribeira, em Paquetá, bairro da região central da capital fluminense, amanheceu ”assassinado”, cortado por uma serra elétrica. Ainda por razões desconhecidas, o ato configura crime ambiental e gerou revolta na população local.

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“O caso do baobá, de Paquetá, é mais um dos exemplos de como estamos tratando o meio ambiente, as árvores, na cidade do Rio de Janeiro. É muito grave o que está acontecendo“, diz Roberta Guimarães, bióloga e ambientalista.

Além do problema presente, as coisas podem piorar no futuro. A possibilidade de construção do autódromo em Deodoro vai derrubar mais de 200 mil árvores, acabando com um dos últimos trechos de mata atlântica plana do Rio de Janeiro.

Através dos telefones (21) 2262-7015 e (21) 993663100 (Whatsapp), o Movimento Baía Viva pede para que moradores da cidade denunciem, se possível fazendo vídeos e fotos, podas e cortes ilegais de árvores na cidade do Rio de Janeiro.

“Uma cidade sem árvores é uma cidade mais poluída, mais quente, com mais insetos (porque as árvores são as casas dos pássaros que fazem o controle natural dos insetos), além de muitos outros problemas, como alagamentos, enchentes, pois as árvores, muitas vezes, retêm a água das chuvas. É muito ultrapassado ignorar a fundamental importância das árvores para as grandes cidades”, comenta Roberta Guimarães.

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1 COMENTÁRIO

  1. As pessoas e esses movimentos precisam ter mais do que consciência. Precisam de inteligência.
    Desde quando acham que sua denúncias, feitas ao orgão ambiental da própria Prefeitura, serão levadas a sério?
    O caminho para Denúncia ser efetiva é a Ouvidoria do Ministério Público do Rio de Janeiro, na página da Internet do órgão, que recebe tanto envolvendo seus membros e servidores, autoridades, como também de falta de serviços públicos, ou quando estes mal prestados.

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