Cinco bairros ‘esquecidos’ da cidade do Rio de Janeiro

Esses lugares são, normalmente, confundidos com os vizinhos

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Fábrica Piraquê vista do Parque de Madureira

Apertados entre outros bairros maiores e mais conhecidos, alguns locais do Rio de Janeiro passam batidos na visão geral sobre a cidade. Esses lugares são, normalmente, confundidos com os vizinhos. Os bairros “esquecidos” (entre aspas porque quem vive lá não esquece) merecem nosso destaque.

“Esses bairros acabam ‘esquecidos’ por fazerem parte de uma região suburbana onde quem tem maior destaque é o bairro que concentra mais serviços e comércios. Madureira e Campo Grande, por exemplo, que são centralidades em áreas suburbanas, se tornam referências de lugares para termos de especulação e até mesmo de valor agregado a serviços e produtos. Em torno desses dois grandes bairros, outros menores, mais residências, tipicamente suburbanos,  ficam como ‘satélites’, como Turiaçu na Zona Norte e Cosmos, na Zona Oeste; o primeiro, espremido entre Rocha Miranda e Madureira e o segundo bem próximo de Campo Grande”, explica o historiador e pesquisador Victor Almeida, da página Suburbano da Depressão.

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Engenheiro Leal

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Foto: Ferrovias do Brasil

Localizado na Zona Norte do município do Rio de Janeiro, faz limites com os bairros de Cascadura, Madureira e Cavalcanti. Uma curiosidade: em Engenheiro Leal nasceu um bloco de Carnaval chamado  “Unidos do Arrastão”, que em 27 de abril de 1973 virou o Grêmio Recreativo Escola de Samba Arrastão de Cascadura.

Gericinó

APA Gericino Mendanha Cinco bairros 'esquecidos' da cidade do Rio de Janeiro
Área de Proteção Ambiental Gericinó-Mendanha. Foto: Foto: Luiz Morier

Bairro proletário, Gericinó foi criado por decreto do então prefeito César Maia, em 2004, após sua reeleição. À época, segundo o político, a ideia era ajudar na urbanização do vizinho Bangu, que estava recebendo os programas “Rio-cidade” e “Favela-bairro”. Gericinó é, normalmente, lembrado pelo Complexo Penitenciário, além da natureza presente na Área de Proteção Ambiental Gericinó-Mendanha.

Higienópolis

Sem titulo 15 Cinco bairros 'esquecidos' da cidade do Rio de Janeiro

Fica na chamada Zona da Leopoldina – conhecido como “A Pérola da Leopoldina”. Foi fundado em 1936. Seu nome é o mesmo da construtora que loteou a região e quer dizer “cidade da higiene”, por ter sido construído com planejamento de água e esgoto. Higienópolis surgiu nas terras pertencentes à Fazenda do Botelho, do empresário Darke de Mattos, proprietário do Café Globo, da Indústria de chocolate Bhering e da “Imobiliária Higyenópolis”.

Jabour

Foto Reproducao Cinco bairros 'esquecidos' da cidade do Rio de Janeiro

É o caçula da turma, mas tem história. Criado em 25 de setembro de 2019, por iniciativa da Câmara dos Vereadores do Rio, fica ao lado de Senador Camará, formando um quadrilátero que compreende os logradouros Avenida Santa Cruz, Rua Rodrigues de Freitas, Rua Murilo Braga, Rua Trípoli, Estrada dos Coqueiros e Rua Corte Real. O Bairro do Jabour tinha esse nome antes mesmo de adquirir o status de bairro. No ano de 1958, empresário Abrahão Jabour comprou da empresa Companhia Federal de Fundição um terreno de cerca de 300.000 metros quadrados para edificar um bairro inteiro. A ideia de Jabour resultou em um pequeno bairro planejado em Senador Camará e próximo de Bangu, região que vivia o auge da Fábrica Bangu, considerada a maior e mais moderna do Brasil à época. Tinha, inicialmente, 14 ruas e 560 lotes divididos em 530 para edificação de casas e edifícios residenciais, e 30 para edificação de lojas comerciais que atendiam toda região.

Turiaçu

IMG 3961 Cinco bairros 'esquecidos' da cidade do Rio de Janeiro
Fábrica Piraquê vista do Parque de Madureira. Foto: LITERATURA, RIO DE JANEIRO & SÃO PAULO

O nome vem da soma das palavras indígenas TURY ou TORY, que quer dizer “facho”, e AÇÚ, “grande, extenso”, significando “o fogaréu”, ou o “fogaréu feito de sapê”. Atualmente é um pequeno bairro, residencial, além de ter a famosa Fábrica de Biscoitos Piraquê, que fica na Rua Leopoldino de Oliveira – que não é em Madureira, como muita gente acha. A Paróquia Santa Rita de Cássia também fica em Turiaçu.

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59 COMENTÁRIOS

  1. O Largo do Campinho, ou mais propriamente Campinho é um bairro solenemente ignorado e esquecido sobretudo pela Prefeitura do Rio de Janeiro, ano após ano, gestão após gestão. A memória e a qualidade de vida no bairro sofreram um forte revés com a Transcarioca, verdadeiro flagelo viário.
    Esse como tantos outros bairros do Rio de Janeiro fazem parte do que alguém há algum tempo muito apropriadamente chamou de ‘Rio Esquecido’.
    De fato, as sucessivas gestões municipais, inclusive e principalmente a atual, de visão míope e orientada fortemente para o espetáculo, para o espetaculoso e para o midiático, na sua busca já natural por holofotes, apenas considera como ‘Cidade Maravilhosa’ bairros do Centro, Barra e Zona Sul para fins de atenção da administração pública municipal.
    Todos os demais bairros ficam abandonados, esquecidos, à margem de políticas públicas, de investimentos, de infraestrutura de serviços públicos por parte da administração municipal.
    Não é sem exagero constatar que nesses mesmos bairros, muitas das vezes, a quantidade de vida hoje está pior do que há trinta ou quarenta anos atrás.
    Um retrocesso e decadência sem precedentes.

  2. Acho que o título correto seria “Bairros desconhecidos” e não esquecidos, pois o último traz a ideia de bairros esquecidos pelas autoridades, e nesse caso seriam todos. Rsrs

  3. O cara vem falar de Gericinó que foi criado em 2004 e esquece de bairros centenários como Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, etc. O. Cruz é terra da Portela, de Mônaco, de Sirica e várias outras personalidades do samba, aliás o trem do samba foi criado por outra cria do bairro, mas ninguém, nenhum órgão público se preocupa com isso, menos ainda o desinformado jornalista que publicou isso.

  4. Vaz Lobo, sempre esquecido – apesar do antigo cinema e do correto, que foi destruído pelo projeto criminoso para passar o BRT – entre Madureira e Irajá.
    Minha tia morou anos na Travessa Lopes Neto, também conhecida como a rua da faculdade.

  5. Todos os bairros levam o nome das Estação de Trem como os que vão para Central do Brasil,Linha Auxiliar, Leopoldina, Baixada e outros. E as estações do Metro também tem nome de Bairros.Esta confusão começa quando você recebe o CEP com o nome do Bairro diferentemente daquele que você acha ser o seu bairro;
    Exemplo: Moro no Jacaré mais meu CEP e de Maria da Graça…

  6. NÃO SÓ ESTES, TODOS OS BAIRROS DA ZONA DA LEOPOLDINA SEGUEM ESQUECIDOS POS TODOS OS GOVERNOS. PRINCIPALMENTE NO QUE DIGA RESPEITO AS LINHAS DE ÔNIBUS QUE SÃO AS MESMAS, OU SEJA, DIMINUIRAM MUITO, A MAIS DE 40 ANOS E FAZEM O QUE QUEREM. ATÉ A FAMODSA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE RAMOS, NA DESCIDA DO VIADUTO ESQUINA COM A RUA URANUS, ESTA FECHADA A VÁRIOS ANOS, DESDE O GOERNO CRIVELA E NADA É FEITO. VERGONHOSO.

  7. Por favor, acrescenta a minha querida Paquetá, nesse rol de bairros esquecidos pela executivo e legislativo de nossa cidade. Bairro histórico, com data de fundação antes mesmo da cidade do RJ. Já foi cantada em prosas e versos, muitas músicas, filmes e novelas filmadas aqui. .Hoje, só o esquecimento das autoridades ..

  8. Felipe, se seu criterio para apresentar esse rol foi o esmaecimento de um bairro continente(de fato, mas não de dreito) mais conhecido, não me parece adequada a inclusão do Bairro Jabour, eis que, antes de ser recentemente elevado a categoria de bairro, sempre esteve, de fato e de direito contido no bairro de Senador Camará. Talvez, se, a partir de 2019, em um futuro um pouco mais co solidado, continuar a ser tratado como Senador Camará, ai sim estaria adequada sua inclusão entre os “esquecidos”, segundo seu critério.

  9. Antônio Días, Hermeto Pascoal não moro no Jabour á muito tempo, ou seja, sem fábrica de sons o único sons que tem por aqui e de Fuzil, bomba e metralhadora. Bairro Jabour só é lembrado quando tem invasão. Moro á muitos anos época boa, que era chamado de bairro agora é Favela Bairro.

  10. Carlos magno. Era o nome dado ao lado de Madureira que ficava entre a estação do ramal belford roxo, o império serrano e mercadao de Madureira.

    • Guaratiba é um bairro distinto dos outros três. Por exemplo, o Jardim Maravilha fica no bairro Guaratiba, que começa a partir da igrejinha logo após o Park Shopping.

  11. Isso É estrago, ridículo e, as vezes, até e ngracado.
    A exploração imobiliária é a principal responsável por isso. Por exemplo:
    O local conhecido por RIO 2. Trata-se de um condomínio com vários prédios enormes, onde os diversos aptos são, literalmente, minúsculos, ridículos e, na minha opinião, aquilo pertence ao bairro de jacarépAguá; visto que é bem próximo à cidade de deus, taquara e um pouco longe da praia.
    Mas, quem construiu e vendeu, anunciou que aquilo era barra da Tijuca e um monte imbecil, pagou a grana por um apto e acha que é rico e mora na barra.
    Outro lugar, é um condomínio localizado na Av
    Do canal, em vargem pequena.o comdínio é composto por casas minúsculas, comparedes finase, uma colada na outra. Se oorador peidar no sofá, o vizinho escuta; mas qualquer casa lá é uma fortuna.
    E o povo queora lá, acha que mora no recreio dos Bandeirantes.
    Eu moro vargem pequena em um terreno que, quando comprei, tinha 2 meia águas. Fiz, com muito custo, obra lá, casei com a gata que conheci lá, coloquei diversas árvores frutíferas e hoje tenho a casa legal, limão, laranja, goiaba, tangerina,pitanga, uva e jabuticaba. Fora os temperos e ervas e etc
    Não sou rico, mas quando vi esses aptos e casas ridículas e caríssimas desses condomínios feitos para enganar otários, me sinto milionário.

  12. Seria interessante e instrutivo se a prefeitura colocasse placas com os limítrofes dos bairros, aprenderiamos a designar com mais facilidades cada bairro.

  13. Turiaçu é um bairro esquecido, lembrado apenas pelos moradores de rua e cracudos, que invadem cada vez mais as ruas e nossas casas e nada é feito pelas autoridades.

    Muito triste

  14. faltou citar os desconhecidos bairros da Consolação (entre o Engenho Novo e o Grajaú, referência as ruas Araújo Leitão e Grão Pará) para acrescentar aos citados nos comentários.

  15. Sou moradora de Turiaçu e realmente e um lugar esquecido, lembrado apenas pelos moradores de rua e cracudos que a cada dia invadem mais o bairro e nossas casas levando medo aos moradores
    Mto triste

  16. Esqueceram tbm do Bairro de Bráz de Pinã no quadrilátero, da favela da cinco bocas, nossa que bairro péssimo não tem nada, não tem área de lazer, quer fazer mercado vc tem que se sujeitar a pagar caro no mercado “pexinxete” ou vc tem que ir lá pra Penha comprar no Guanabara, a noite se vc quer comer comprar alguma coisa vc tem que ir pro IAPI da Penha… péssimo péssimo péssimo

  17. Sugestão de leitura sobre o assunto: As ruas do Rio, e livros de autores cariocas como LIMA BARRETO. É um viagem histórica. Vale à pena ler.
    Principalmente hj que comentários, sem conhecimento, chamam os bairros de complexo, por acharem que as ” comunidades” é que contém os bairros, quando deve ser o contrario, pois cada vez mais, as tais comunidades foram tiradas do centro e jogadas para os bairros.
    Sugestão para pesquisa: Bibliotecas Regionais. Em Irajá temos a Biblioteca João do Rio.

  18. A verdade é q a predação imobiliária faz os menores serem absorvidos pelos maiores. Qto a algumas besteiras ditas por aí, há o site da prefeitura. Lá vc sabe o q é bairro ou não, e inclusive os limites.
    Especificamente qto a Bangu, Gericinó foi criado para que o IDH de Bangu pudesse dar um salto, já que toda a área de Gericinó puxava o IDH pra baixo. Só falta explicar pros jornalistas das grande emissoras q o presídio não fica mais em Bangu. Deve ser pq na aula de Geografia pras crianças não se fala mais de bairro, mas de gênero cis

  19. Ótima matéria.
    Mas essa babaquice das autoridades de sair inventando bairros a seu bel-prazer é um saco.
    Os moradores do Turiaçu sempre se sentiram moradores de Madureira.
    Forçar uma divisão política e geográfica inútil só poderia vir das cabeças-de-vento de burocratas.

    • Apesar da localização geográfica estar correta, Aldeia Campista NÃO é bairro. Está mais ou menos como Freguesia, Taquara, Tanque(…) que são “sub-bairros” do grande (gigantesco) bairro de Jacarepaguá. O mesmo acontece com Tauá, Bancários, Jd. Guanabara (…) no bairro da Ilha do Governador e outros tantos por aí afora.

      • Equívoco seu, Fabiano.
        Freguesia, Taquara e Tanque são bairros de fato.
        Já a ilha do Governador não existe como bairro pois, lá existem bairros oficialmente demarcados tais como Bancários, Freguesia (sim, são 2 vairros na cidade com o mesmo nome), Cocotá, Galeão e outros.
        A Lapa foi delimitada como bairro há poucos anos.
        Jabour, embora já fosse chamado de bairro há muito tempo, só a alguns anos atrás foi reconhecido por Decreto (ou lei) como bairro, deixando de fazer parte de Bangu.

      • Como o Marcos comentou, existe essa confusão quanto a Baixada de Jacarepaguá que é o nome da região onde vários bairros estão. Bem antigamente era tudo Jacarepaguá, mas aí as regiões foram se desenvolvendo e virando bairros.
        Jacarepaguá só é bairro na parte que fica entre a Cidade de Deus e Barra da Tijuca, e os moradores de lá adoram falar que ali é Barra porque pagaram caro no imóvel.
        Agora, dentro dos bairros ainda existem regiões que tem nomes e alguns querem subir o status para bairro, só que não é assim que funciona.
        Tipo, a Covanca é parte do Tanque, mas pode ser que algum político tenha mudado isso para fazer uma média. Aqui no Pechincha tem uma região que chamam de Portugal Pequeno. E assim vai.

    • Vaz Lobo, sempre esquecido – apesar do antigo cinema e do correto, que foi destruído pelo projeto criminoso para passar o BRT – entre Madureira e Irajá.
      Minha tia morou anos na Travessa Lopes Neto, também conhecida como a rua da faculdade.

  20. Faltou vcs falarem do bairro Todos os Santos , pois também É um bairro ” esquecido “, pois ninguém fala dele, só falam que fica no Méier ou no Cachambi, pois na verdade TODOS OS SANTOS é um bairro também

    • Cintra Vidal nunca foi bairro, era apenas o nome antigo da Estação Pilares. Diferentemente das demais estações, que deram nome aos bairros, o nome “Cintra Vidal” nunca pegou, até que a SuperVia renomeou a estação, porque o nome Pilares era mais forte. Um processo parecido com Vieira Fazenda (Jacarezinho) e Lauro Müller (Praça da Bandeira).

      Apesar que há quem diga que Vieira Fazenda chegou a ser referido como bairro até ser engolido pelo Jacarezinho, algo mais parecido com Magno e Dona Clara, bairros extintos engolidos por Madureira.

      Já Praça Do Carmo eu nunca tinha ouvido falar enquanto bairro, mas não tenho muito conhecimento sobre esse local em específico pra poder opinar.

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