Com Ozempic no SUS, Eduardo Paes quer cariocas dependentes da prefeitura

Para Sara Ganime, medidas populistas como essa trazem alívio imediato para poucas pessoas, mas não resolvem os problemas de longo prazo. Pelo contrário, perpetuam um sistema ineficiente e insustentável

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Há um mês estava difícil encontrar insulina nos postos de saúde do Rio de Janeiro, mas Eduardo Paes disse que vai garantir o Ozempic. Na primeira semana do ano, o prefeito do Rio confirmou que implementará o uso da substância nas Clínicas da Família, como prometeu durante a campanha eleitoral.

Essa promessa, com bases fincadas no populismo, se concretizará em janeiro de 2026, mais um ano de campanha eleitoral. A ideia pode parecer interessante aos olhos de quem admira o prefeito. Entretanto, há muitos malefícios por trás dessa história.

Antes de mais nada, é preciso dizer que o Ozempic é um medicamento para tratar diabetes tipo 2. Mas nos últimos tempos, a maioria dos usuários está aplicando a substância para emagrecer. Apesar de não substituir a insulina, o Ozempic é necessário para diabéticos e começou a sumir das prateleiras quando pessoas que sequer estavam em situação de obesidade passaram a consumir o medicamento para perder peso.

Ao apelar para a promessa desesperada, o prefeito mostrou que a preocupação não é com a população diabética. “O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais gordinho”, essa foi a frase de Eduardo Paes. Ele disse que perdeu mais de 30 quilos usando o medicamento. Isso mostra confusão no foco que deveria ter o Estado ao oferecer saúde básica para a população.

O dever da prefeitura deveria estar na prevenção por meio da educação. Além de melhorar o atendimento público, deveria conscientizar a população para que adote hábitos e alimentos saudáveis, e faça exercícios físicos. Mostrando ainda, por meio de campanhas, que é possível fazer tudo isso sem precisar gastar rios de dinheiro.

Oferecendo Ozempic nas prateleiras do SUS, a prefeitura cria dependentes, como uma babá que faz tudo pela criança. Essa criança não se importa com as consequências de seus atos, pois sabe que sempre terá alguém para corrigir seus problemas. É quase como dizer “comam à vontade alimentos gordurosos, a prefeitura está aqui para pagar caro por um medicamento para que você emagreça depois”.

É importante mencionar que os custos para comprar esses medicamentos não são baixos, o valor unitário pode variar entre R$ 900 e R$ 1300. A prefeitura está negociando para fazer a substância de forma genérica e comprará três mil doses. Mas essa quantidade atenderia a toda a população da cidade? Claro que não. Os três mil pacientes que conseguirem a dose serão a “elite do Ozempic” e o restante fica sem até que a prefeitura decida se gastará mais recursos para pedir novas doses.

Além disso, o SUS é um direito de todos os brasileiros. Por ter um valor alto, a mesma classe média que hoje pode pagar pelo medicamento, acabaria usando o da prefeitura, economizando mil reais do próprio salário. Dessa forma, reduz ainda mais as chances de diabéticos, que não têm condições de pagar pelo medicamento, terem acesso a ele.

A decisão de ofertar a substância do Ozempic nas clínicas públicas tende a ser muito prejudicial. As quantidades não serão suficientes para todos os cariocas, e quando o governo ofertar o produto de forma gratuita, o medicamento pode encarecer bastante nas prateleiras prejudicando a quem não conseguir o acesso no SUS.

Medidas populistas como essa trazem alívio imediato para poucas pessoas, mas não resolvem os problemas de longo prazo. Pelo contrário, perpetuam um sistema ineficiente e insustentável. É hora de os brasileiros rejeitarem essas ideias que só atrasam o desenvolvimento do país e exigirem políticas que promovam uma mudança duradoura.”

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3 COMENTÁRIOS

  1. Ai q lindo!!!Ozempic para os q não conseguem fechar a boca,e fila de anos pra quer quer retirar um tumor,colocar uma prótese ortopédica,começar uma quimioterapia…..ótimo mesmo esse vagabundo ridículo!!!

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