Com RJ quebrado, Castro quer jatinho executivo para uso do Governo do Estado

Com o RJ em regime de recuperação fiscal, governador Cláudio Castro cogita bancar custos de aeronave, que parada custa mais de US$ 300 mil

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Reprodução TV Globo

O estado do Rio de Janeiro está sem dinheiro, em regime de recuperação fiscal e, mesmo com todo o dinheiro do leilão da Cedae, não é hora de criar gastos desnecessários, especialmente com itens supérfluos. Mas parece que o governador Cláudio Castro (PL) não pensa bem assim e decidiu “aceitar” um jatinho.

O jatinho não terá custo para o estado do Rio de Janeiro, ele será cedido pela Justiça do Paraná, que o apreendeu em uma de suas operações. O Governo do RJ requereu ao Judiciário o Cessna Citation, que novo custa cerca de R$ 50 milhões. Imagine o seguro de um avião como este.

No requerimento feito pelo secretário do Gabinete de Segurança Institutcional do RJ, Marcelo Bertolucci, diz que o jatinho servirá:

  • no apoio à segurança pública do estado;
  • em situações de calamidade, como a que ocorreu na serra em 2011;
  • para o combate à pandemia no transporte de doentes e profissionais de saúde;
  • no transporte de órgãos;
  • e em outras demandas relativas ao regime de recuperação fiscal.

Sabemos que não é verdade, em qual demanda de recuperação fiscal se necessita de uma aeronave? O Cessna é blindado ou tem outra forma de ser usado na segurança pública? Em situação de calamidade, onde o avião vai pousar? O Rio de Janeiro já possui uma frota de 3 helicópteros para isso. No máximo funciona no transporte de órgãos, mas, novamente, nosso estado é pequeno e em casos mais urgentes pode ser fretado um jato particular, sem ter os gastos fixos de uma aeronave própria.

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O RJTv 2ª Edição chama atenção que o estado do Rio de Janeiro hoje não possui um espaço adequado para um avião, apesar do que diz o requerimento de Bertolucci. Afinal, em outro documento ele pede à Aeronáutica um hangar. Sem contar que nem mão-de-obra especializada possui.

O custo de manter um jatinho é altíssimo, além do hangar, tem o combustível de aviação (e o Rio de Janeiro, devido ao ICMS, tem um dos mais caros do país). Soma as tarifas de pouso e handling, rádio, treinamento, tripulação e seguro. Ainda tem  base de dados de navegação, dados de terreno, cartas, mapas e datalink. Só para manter parado um jatinho, pode se gastar mais de US$ 300 mil anuais. Só para trazer o avião, que está no Amazonas, tendo que fazer revisão, tripulação e outros custos seriam gastos R$ 350 mil.

Veja a tabela de custosde um site especializado em aviação particular para o Cess Citation CJ2+ ficar parado:

Custo FixoGastos Anuais
Salário da TripulaçãoUS$ 203.856
Treinamento da TripulaçãoUS$ 25.285
HangarUS$ 27.159
SeguroUS$ 16.959
CarreiraUS$ 48.000
Diversos CorrigidosUS$ 30.000
TotalUS$ 351.259

Vale ressaltar que o Governo de Santa Catarina vendeu seu avião pelo custo de manutenção, e o mesmo aconteceu em outros estados. O Governo do Rio de Janeiro cita o exemplo do Acre, que teria ocorrido uma economia, mas é incomparável. O Acre não tem estradas para muitas cidades, e alguns trajetos só de avião ou helicóptero, bem diferente de um dos mais importantes estados da federação.

Aceitar, pedir, requisitar um jatinho só faz sentido para fazer bem ao ego do governante. Para o bem da população do Rio de Janeiro? Nenhum! Esse mais de R$ 1,5 milhão anual teria uso muito melhor em educação, saúde, investimentos…

A matéria sobre o avião foi dada 1º pelo Correio da Manhã.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Morar no BNH, mas ter um BMW na garagem…
    Ter um sítio sem água, mas com chafariz no jardim…
    Não ter dinheiro para pagar as contas, mas comprar uma TV de 85 polegadas…
    Ficar endividado e vender a TV de R$ 10.000,00 por R$ 3.000,00… E ainda ficar devendo…
    Usar cartão de crédito para pagar financiamento…
    Fazer compra de supermercado parcelando no cartão…
    Tudo isto é o resultado da falta de educação financeira e da pobreza de espírito, muito mais do que de pobreza material.
    E sem formação de caráter adequada, o poder faz delirar, faz olhar o próximo de cima, faz com que não se respeite o dinheiro público, como sendo a contribuição de todos para o bem comum…
    Com falta de caráter, de educação e de princípios, quando se vê muito dinheiro, pouca farinha, meu pirão primeiro…
    Enquanto não tivermos um povo mais educado, teremos governantes que se servem dos seus cargos, em vez de servir ao povo e ao país…

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