O governo do Rio de Janeiro realizou, na manhã deste domingo (23/02), a transferência do traficante Luiz Fernando Nascimento Ferreira, conhecido como ‘Nando Bacalhau’, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A operação foi coordenada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap-RJ) e envolveu 21 policiais penais e sete viaturas.
A transferência foi solicitada pelo governador Cláudio Castro e atendida pelo Ministério da Justiça, sendo a primeira entre as dez vagas disponibilizadas pelo governo federal no sistema penitenciário de segurança máxima.
Histórico criminal e influência no crime organizado
Líder da facção Comando Vermelho, ‘Nando Bacalhau’ exercia forte influência no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, um dos redutos da quadrilha envolvida em disputas territoriais, roubo de veículos e transporte de carga. O criminoso acumula 45 anotações criminais, incluindo tráfico de drogas, homicídio qualificado, roubo majorado, porte ilegal de armas e falsidade ideológica. Suas condenações somam 73 anos de prisão.
Pressão por mais transferências para presídios federais
A transferência ocorre após Cláudio Castro se reunir, no início de fevereiro, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em Brasília. O governador destacou a importância da retomada das transferências de lideranças do crime organizado para presídios federais, argumentando que o combate ao crime não pode ser tratado como uma questão apenas estadual.
“Hoje foi um grande dia para a segurança pública do nosso país. Não digo isso por conta da transferência desse criminoso especificamente, mas pelo simbolismo dessa operação, resultado de uma mobilização conjunta do Governo do Estado com o Governo Federal. Agradeço ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que acolheu o pedido que fiz pessoalmente. O combate ao crime organizado não pode mais ser tratado como uma questão local, trata-se de um problema nacional”, afirmou Cláudio Castro.
35 criminosos transferidos desde 2023
Nos últimos dois anos, o estado do Rio de Janeiro já transferiu 35 lideranças de facções criminosas para o sistema penitenciário federal. Entre os nomes recentes estão Luiz Antônio da Silva Braga (‘Zinho’), Rogério de Andrade e Robson Aguiar de Oliveira (‘Binho’).
Apesar das transferências, o governo enfrenta decisões judiciais que resultaram no retorno de oito criminosos ao Rio, incluindo o traficante Luiz Cláudio Machado (‘Marreta’), que desde outubro de 2023 cumpre pena no Presídio Gabriel Ferreira de Castilho, em Bangu.
A expectativa do governo estadual é que novas vagas sejam disponibilizadas para reforçar o combate ao crime organizado e reduzir a influência de facções dentro do sistema prisional fluminense.
