Comissão da Câmara discute moradias populares no Reviver Centro

Secretário de Planejamento Urbano. Washington Fajardo, estima que serão construídas 1.200 unidades habitacionais de interesse social somente na área do Porto Maravilha

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Trecho da Avenida Rio Branco, na região central do Rio de Janeiro - Foto Cleomir Tavares/Diario do Rio

A Comissão Especial sobre Habitação e Moradia da Câmara Municipal do Rio realizou nesta quinta-feira (13) um debate público para tratar do tema “Moradia Popular no Centro do Rio de Janeiro“. Presidida pelo vereador Reimont (PT), a comissão recebeu representantes da Prefeitura do Rio, da Defensoria Pública, de universidades e movimentos sociais.

Segundo o parlamentar, estudos de universidades e de núcleos de arquitetura apontam que cerca de 450 mil famílias cariocas não têm onde morar ou vivem em moradias inadequadas. “Cerca de 35% dos cariocas trabalham no centro da cidade, sendo apenas 5% de moradores. Promover moradia popular em áreas centrais é necessário não só no combate ao déficit habitacional, mas também na promoção do direito à cidade, melhorando a mobilidade e apoiando a inclusão produtiva dos mais pobres”, defende Reimont.

O secretário municipal de Planejamento Urbano, Washington Fajardo, afirmou que o objetivo do Reviver Centro é aumentar a produção de unidades residenciais na área central da cidade do Rio, com diversos perfis da sociedade e faixas de renda salarial. “Misturar rendas é fundamental para permitir que o centro do Rio tenha uma vida de bairro”. Para a ampliação das unidades habitacionais de interesse social no Centro, segundo Fajardo, serão usados os recursos que a Prefeitura receberá como contrapartida pela Operação Interligada. A partir desse mecanismo, as empreiteiras que investirem na região ganharão o direito de construir em outras áreas pagando uma taxa para o município.

Washington Fajardo destacou que também serão usados recursos da Operação Interligada para a produção de unidades habitacionais de interesse social na área do Porto Maravilha. De acordo com o secretário, já existe a previsão de construção de cerca de 1.200 unidades na região. Fajardo ainda ressaltou que é fundamental a implementação de IPTU progressivo na região central do Rio. O assunto deverá ser tratado nas discussões sobre a revisão do Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro.

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Plano Municipal de Habitação

Representando a secretaria municipal de Habitação, a subsecretária Marcela Marques adiantou que o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social será retomado pela Prefeitura. “Essa retomada nos possibilitará a convocação da sociedade civil e das demais secretarias municipais para a discussão do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social”. A subsecretária ainda revelou que existem estudos para a unificação do Fundo Municipal de Habitação com o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social. Segundo ela, a secretaria aguarda recursos, que também poderão vir da Operação Interligada, para a construção de 238 unidades em área desapropriada em 2010 na região portuária.

O professor Orlando Alves dos Santos, coordenador do Observatório das Metrópoles, apontou alguns problemas no Reviver Centro, como a falta de articulação com o programa do Porto Maravilha, a ausência de participação na gestão e na implementação do projeto e a invisibilidade dos cortiços da cidade do Rio. Segundo ele, existem 155 cortiços no município, com 2.450 quartos e 2.638 pessoas vivendo nestas moradias. Dos 155, 100 se encontram na delimitação do Reviver Centro. “Está na hora do Rio de Janeiro reconhecer e regularizar esta forma de moradia”, sentencia.

Representantes dos movimentos populares, como Marcelo Edmundo, da Central de Movimentos Populares, e Jurema Constâncio, da União por Moradia Popular, mostraram-se preocupados com as famílias que moram nas ruas do centro e com as ocupações que se encontram nas intermediações. “A moradia é a base da organização de uma sociedade. Não dá para se pensar em trabalho, educação e saúde sem ter um local para morar”, sublinha Edmundo. Ele ainda lembrou que o momento da pandemia deixou evidente a importância de uma moradia adequada. “Sem isso, não existem condições de isolamento social ou condições sanitárias para o enfrentamento da doença”, conclui.

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