A Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) está cobrando da prefeitura esclarecimentos sobre a instalação e visibilidade dos radares fixos na cidade, conhecidos como “pardais”. Embora a prefeitura afirme que os equipamentos estão localizados em locais de fácil visualização e devidamente sinalizados, motoristas relatam o contrário à comissão, segundo o presidente Dionísio Lins (Progressista).
De acordo com o deputado, há reclamações de que muitos radares estão encobertos por árvores, placas ou instalados sem a devida sinalização prévia, dificultando a identificação pelos motoristas. Além disso, o número de radares no Rio aumentou significativamente nos últimos anos, passando de 698 em 2022 para 979 em 2024, um crescimento de 40%. Esse total supera a quantidade instalada em São Paulo, que conta com 897 equipamentos.
“Vamos encaminhar ofício à prefeitura para que seja realizada uma vistoria nos locais onde esses equipamentos estão instalados. Caso necessário, que seja feita a manutenção para garantir sua visualização pelos motoristas. Não estamos querendo incentivar o desrespeito às leis de trânsito, mas é fundamental que haja transparência na instalação desses equipamentos. Defendemos que uma avaliação seja feita por um corpo técnico independente, como a Comissão de Trânsito da OAB e o Instituto de Segurança Pública (ISP), para comprovar a real necessidade de cada radar, especialmente em áreas de risco” – afirmou Dionísio Lins.
Problemas de sinalização e arrecadação com multas
Outra reclamação recorrente recebida pela comissão diz respeito à falta de sinalização adequada sobre a existência de radares e à ausência de placas que indiquem os limites de velocidade em distâncias progressivas (300m, 200m e 100m, por exemplo).
O deputado também destacou a necessidade de maior transparência sobre a destinação da arrecadação com multas. Em 2021, o Rio arrecadou aproximadamente R$ 145 milhões com penalidades de trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro determina que essa receita deve ser investida exclusivamente em sinalização, policiamento, engenharia de tráfego, fiscalização e educação no trânsito, mas Dionísio Lins questiona como esses recursos estão sendo aplicados.
“É preciso esclarecer quais critérios são adotados para a instalação desses equipamentos e sua real finalidade. A dúvida que surge é: estão sendo colocados para reduzir acidentes ou estão sendo usados como ferramenta de arrecadação? Essa falta de clareza levanta a suspeita dos motoristas sobre a existência de uma possível indústria das multas” – ressaltou.
Denúncias e reclamações
A Comissão de Transportes da Alerj está recebendo denúncias e reclamações de motoristas. Os relatos podem ser enviados pelo e-mail comissaotransportesalerj@gmail.com ou pelo telefone do Alô Alerj: 0800-282-7060.
Aumento só se for na área nobre, na área dos ricos, porque aqui na área dos pobres reina o caos. Ciclovia é estacionamento, onde é mão única virou mão dupla, calçada é motofaixa, capacete é raro, placa na moto mais ainda, em suma, terra sem lei.