O Brasil vive uma situação sui generis, ex-presidentes envolvidos em escândalos de corrupção, os líderes dos 3 maiores partidos também envolvidos, incluindo quem ficou em 2º lugar na disputa presidencial. A situação é tão trágica que em uma palestra que dei para jovens líderes políticos da América Latina, eles ficaram assustados quando a cada pergunta sobre um politico brasileiro conhecido, eu diz ou estar preso, ou que poderia ser preso a qualquer momento.
Então não é de admirar que o atual presidente, Michel Temer (PMDB), continue Presidente da República. E também não se espante, que apesar da Procuradoria Geral da República dizer que “não há dúvida da corrupção” como chamou a atenção hoje a capa do Jornal O Globo, o Congresso decida por não afastá-lo do cargo.
Como diz o lugar comum, Brasília é uma ilha da fantasia, e só isso para explicar o distanciamento entre os deputados e a população. Mesmo com eleição no ano que vem, tendo que declarar o voto ali, ao vivo, na frente de todos, é bem capaz da maioria fechar os olhos para o primeiro presidente da República denunciado enquanto governa.
E o interessante, que por menos, muito menos, teve o impeachment de Fernando Collor e mesmo o de Dilma Rousseff. E aqui devemos ficar de olho, será que os mesmos que votaram a favor do impeachment de Dilma, vão votar a favor de aceitar a denúncia da PGR e afastar Temer? Tenho minhas dúvidas.
Aqui cabe a nós fazermos a pressão, no impeachment de Dilma foi assim, em março eram apenas 9 deputados a favor do impeachment, em abril foram 34 votos! Vamos ficar de olho, enviar e-mails, compartilhar os nomes nas nossas redes sociais. O Brasil precisa ser passado a limpo!
