Comprando a Bait, Gafisa leva inovações de uma empresa que em pouco tempo revolucionou o mercado

A Bait - casa, em hebraico - mudou o panorama imobiliário do Rio de Janeiro, estagnado há anos e com as maiores inovações nas mãos de mineiros a paulistas. Carioca de nascimento, a empresa inovou com um piloto audacioso, o executivo Henrique Blecher.

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O luxuoso Atlântico Bait está sendo construído na Avenida Atlântica e foi sucesso retumbante de vendas. Um terreno que ficou vazio por anos e anos.

A Avenida Atlântica, glamurosa via que margeia a praia mais famosa do país, ficou “banguela” durante anos e anos, após o naufrágio do projeto de um suntuoso prédio de apartamentos com design da premiada arquiteta iraniana Zara Hadid, que foi anunciado a quatro ventos por um famoso e sonhador empresário. O terreno baldio, virou foco de mendigos e animais abandonados. Estava à venda, todo mundo sabia, metido num imbróglio complicado do endividamento do tal empresário junto à poderosa JGP Asset Management, do investidor André Jakurski. O rolo era insolúvel, dizia o empresário devedor a quatro ventos pela cidade. O terreno valeria menos do que a dívida. Fizeram um leilão, mas quem ganhou acabou desistindo.

Enquanto isso, o mau momento de uma famosa rede de hotéis, endividada após as crises do Rio de Janeiro, levou à paralisação das obras de construção de um novo hotel Windsor. O maior terreno disponível de Copacabana, na rua Francisco Octaviano, ficou disponível para venda por quase uma década. “Ninguém nunca vai comprar isso por esse preço maluco“, me disse na época um dos maiores corretores de imóveis do país. O dono pedia mais de 230 milhões de reais pelo terreno “invendável“, segundo tradicionais construtores da Zona Sul, à época.

O falecimento do maior cirurgião plástico do mundo, Ivo Pitanguy, esfacelou um império erguido com muito trabalho pelo maior nome da cirurgia estética do mundo. Sua antiga clínica fechou, e foi colocada à venda pela família. Uma casa histórica, bonita, em Botafogo, e que o mercado imobiliário todo praticamente dizia que era impossível servir para um bom empreendimento imobiliário.

O que estas histórias têm em comum? O inovador executivo Henrique Blecher, jovem CEO da Bait Incorporadora, empresa que começou pequena realizando um pequeno empreendimento em Ipanema – uma casa onde morou ninguém menos que Tom Jobim – mas que foi formada com seriedade e um olhar diferente, ao lado de seus sócios e investidores, os irmãos David e Amanda Klabin e Eduardo Tkacz, marido de Amanda. Henrique pilotou a aquisição de não um, mas de todos os três imóveis acima, e, muito mais do que isso, o sucesso retumbante de vendas os empreendimentos lançados nos três casos.

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A venda do Atlântico Bait, no terreno da antiga casa de pedra da Atlântica foi um Deus-nos-acuda. A fila para comprar os apartamentos a quase 40 mil reais por metro quadrado parecia uma fila pra pegar aquelas fatias do bolo do aniversário da cidade. Vendeu que nem água, enquanto a maioria dos construtores da cidade só sabia falar que “Copacabana já era“. Já era mesmo, vendeu tudo praticamente no mesmo dia por preço de imóvel usado na praia de Ipanema.

Os outros dois casos tiveram semelhante sucesso, comprovando a máxima de que um olhar diferente transforma o que ninguém quer em mercadoria mais que desejada. Recentemente Henrique pilotou a compra do hotel Praia Ipanema, na Vieira Souto, ainda a ser lançado. ‘Esse é o pensamento da Bait: fazer uma ideia de casa diferente’, disse Blecher na entrevista exclusiva concedida ao DIÁRIO poucos meses atrás. De fato, só quem tem feito diferente, como os paulistas da Cury e os mineiros da Patrimar, além do carioquíssimo Blecher, tem ajudado a mudar o panorama imobiliário na cidade.

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Henrique Blecher fala com o Diário do Rio | Foto: Rafa Pereira / Diário do Rio

A gente tem uma visão muito descompromissada com várias verdades do mercado imobiliário que testamos e está dando certo. Por exemplo, a gente acredita muito no produto. A gente inaugurou uma coisa que é abrir mão de aparente rentabilidade, aparentes áreas de venda, para fazer empreendimentos com uma área de lazer, área de escape, área de respiro, muito verde e tudo isso se traduziu em uma diferenciação por preço. É difícil conseguir isso nesse mercado. No Rio, mais difícil ainda. Conseguimos mostrar que temos um produto de valor e ganhamos com isso. Algo que fizemos foi abdicar de construir uma só cobertura e fazer um espaço de cobertura para todo mundo. Não temos um aparamento com cobertura. Temos 50 apartamentos que podem usufruir daquele espaço, daquela vista. Outra coisa é muito cuidado com o produto. O carioca se acostumou a morar mal. Especialmente de uns 20, 30 anos para cá. A gente mostra que é possível viver melhor dentro do seu apartamento, da sua casa. Esse é o pensamento da Bait: fazer uma ideia de casa diferente. A gente tenta ganhar um pouco mais de pé-direito, o que parece uma cosia boba, mas traz mais satisfação, mais qualidade para o imóvel, para a vida das pessoas. São cuidados que fazemos que se tornam diferenciais. Além dos terrenos. A gente escolhe muito bem. A gente não compra o terreno e cria o produto. A gente pensa o produto e compra terreno. E também trazemos arquitetos de outras cidades, que trazem visões diferentes. É um pouco disso, mostrar para o carioca que ele pode viver melhor. Eu não preciso ter uma lavanderia em casa, ela pode estar no empreendimento, em outra área. O mesmo acontece com uma sala gigante de TV. Com menos carros, por exemplo, precisamos de menos vagas de garagem, o que deixa o condomínio mais barato. Muita tecnologia também é algo que temos. São coisas do tipo que servem de diferencial“, disse, com exclusividade, ao DIÁRIO, na ocasião.

A construtora do polêmico investidor Nelson Tanure , um apaixonado por música clássica e pelo Rio, com grande posição acionária na bilionária PetroRio, agora move-se em direção à compra da incorporadora que mudou a forma de investir em imóveis no Rio, revolucionando o mercado. Parece que um ‘fato relevante’ deve ser publicado amanhã – pois a antiga Gomes de Almeida Fernandes é uma empresa de capital aberto, e está sujeita às normas da CVM – mas o que todos torcemos é que a cidade continue a sair ganhando com as iniciativas da Bait e do inovador Blecher. Boa notícia é que, segundo o jornalista Lauro Jardim, os sócios da Bait devem continuar no negócio. Afinal, pra fazer ‘mais do mesmo’, a Gafisa não precisaria da Bait.

Recentemente a Gafisa comprou o shopping São Conrado Fashion Mall, onde deverá erguer, mantendo o centro de compras, torres residenciais com design da Lamborghini.

Aguardamos cenas do próximo capítulo.

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