Confira os enredos e a ordem de desfiles das escolas no 3º dia do Grupo Especial na Sapucaí

Entre as agremiações que desfilarão nesta terça-feira (04/03) estão Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela

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Vista aérea do Sambódromo da Marquês de Sapucaí - Foto: Reprodução

Pela primeira vez na história, o Sambódromo da Marquês de Sapucaí chega ao seu terceiro dia de desfiles das escolas do Grupo Especial, novidade implantada pela nova diretoria da Liesa, agora sob comando de Gabriel David que enfrenta seu primeiro Carnaval à frente da Liga. A medida visa evitar que as escolas desfilem muito tarde, além de garantir mais conforto para os espectadores, e claro, mais renda para os camarotes, para a própria Liga e para o município do Rio.

Cada escola terá de 70 a 80 minutos para encantar o público com suas apresentações e histórias. Entre as agremiações que desfilarão nesta terça-feira (04/03) estão Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela. Veja o enredo e o samba enredo de cada uma


Mocidade Independente de Padre Miguel: “Voltando para o Futuro – Não há limites para sonhar” (22h)

A Mocidade vai levar o público a uma jornada pelo universo, explorando as questões do passado, presente e futuro. A escola trará à tona a história da humanidade e sua relação com as estrelas, fazendo uma reflexão sobre o uso da tecnologia e a preservação do planeta. O enredo será uma mistura de ciência, ficção e questionamentos sobre o nosso futuro, com um convite à reflexão sobre como podemos melhorar o mundo em que vivemos.

O céu vai clarear
Iluminar a Zona Oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade

A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?

Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer

O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio

Naveguei…
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na Avenida


Paraíso do Tuiuti: “Quem tem medo de Xica Manicongo” (23h30)

O Tuiuti vai contar a inspiradora história de Xica Manicongo, a primeira mulher trans documentada no Brasil. Nascida na África, ela foi trazida para o Brasil como escravizada e desafiou as imposições da sociedade, nunca deixando de ser quem era. Ao longo do desfile, a escola celebra a luta de Xica por liberdade e resistência, reverenciando sua força e legado, que ainda inspiram movimentos sociais e pessoas que buscam por um mundo mais justo e igualitário.

Eh! Pajubá!
Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê
É Mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (Pra Exu)

Só não venha me julgar Ô Ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar
Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão
Sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só
Eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro

Vim Da África Mãe Eh Oh
Mas se a vida é vã Eh Oh
Mumunha
Jimbanda me fiz
N Ganga é raiz
Eu pego o touro na unha

A bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o “Cis tema”
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na Jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo o meu povo vai gritar
Eu travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana,
Tenha consciência humana
Chica vive na fumaça


Acadêmicos do Grande Rio: “Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós” (01h)

A Grande Rio fará uma viagem pelas águas místicas da Amazônia, com um enredo sobre três princesas que, após naufragar, são transformadas em seres encantados. Elas se tornam figuras mitológicas, unindo-se à floresta e aos seres mágicos do Rio Amazonas, como o Boto e a Cobra Grande. A escola vai explorar as lendas do Norte do Brasil, com danças, músicas e rituais que celebram a força da natureza e as culturas indígenas e afro-brasileiras.

A Mina é Cocoriô
Feitiçaria Parawara
A mesma Lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na encruzilhada, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar

Pororoca me leva pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro, no igapó, é Caruana
Boto assovia, Mãe D’água dança

Se a Boiúna se agita, é banzeiro, banzeiro
Quatro Contas, um cocar
Salve Arara Cantadeira, Borboleta à espreita
E a Onça do Grão-Pará

Na curimba de Babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as Três Princesas baiando no Curimbó
É Doutrina de Santo rodando no meu Carimbó

E foi assim suas espadas têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patchouli
Acende a brasa do defumador
Pro mestre batucar a sua fé
Noite de festa, Curió Marajoara
Protege Caxias, nas Águas de Nazaré

É força de Caboclo, Vodum e Orixá
Meu povo faz a curva como faz na gira
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina


Portela: “Cantar será Buscar o Caminho que Vai Dar no Sol – Homenagem a Milton Nascimento” (02h30)

A Portela trará ao Sambódromo uma homenagem ao cantor e compositor Milton Nascimento, com um desfile que será uma verdadeira viagem pelos ritmos e sons do Brasil. A escola exaltará o povo brasileiro, seus sonhos e a luta por um futuro melhor, com a música como guia dessa jornada. A celebração das tradições e a esperança de um amanhã mais brilhante serão os temas centrais da apresentação.

lyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar
Anjo negro é o Sol na minha Portela

Manhã,
Alvorada das nossas lembranças
Peito aberto, carrego esperança
Do altar de São Sebastião
Estou onde a mãe do ouro me afaga
E fiel abraçado à Águia
Vou partir em procissão
Na fé, que faz do artista entidade
E sagrada as amizades
Ardem vozes, mil tambores
Nas mãos, girassóis na travessia
Minh’alma em cantoria
Vem a tarde, vão-se as dores

Nessa estrada, é sonho, é poeira
Passa o trem azul, sigo em paz
Feito Rio… só me leva
Pra Deus filho de Maria
Tantos mares em um cais

E as raízes se juntaram
Na esquina uniram a nação
enceram as lutas que travavam
Pra ver Zumbi no céu da canção
Noite apaga o arrebol
Num milagre ser farol
E continuar…

Quem acredita na vida
Não deixa de amar

Dorme a maldade após o temporal
Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal
Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama
Brilha Milton Nascimento

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