À frente da bateria da Unidos do Viradouro há 3 anos, Erika Januza não é apenas uma atriz talentosa – ela é uma mulher que soube transformar os desafios da vida em motivos para brilhar. Mineira, natural de Contagem, na Região Metropolitana de BH, Erika tem 39 anos e uma carreira que vai muito além da atuação. Ela também conquistou seu espaço no samba, se tornando uma das rainha de bateria mais engajadas e queridas da Sapucaí.
Aos 19 anos, Erika enfrentou a morte de seu pai, o que a deixou profundamente abalada e levou a um período de depressão. No entanto, ela encontrou no teatro e na psicoterapia o alívio necessário para seguir em frente. Para ajudar no sustento da casa e pagar seus estudos de teatro, trabalhou como secretária em uma escola particular de sua cidade natal por três anos. Determinada a mudar sua vida, Erika, com o apoio de sua mãe, se inscreveu em testes de atuação e até participou de um concurso de beleza, vencendo ambos. Isso abriu as portas para seu primeiro grande trabalho na televisão.
Estreia na televisão
Em 2012, Erika estreou na minissérie Suburbia, da Rede Globo, interpretando a personagem Conceição, uma jovem do interior de Minas Gerais que chega ao Rio de Janeiro em busca de uma vida nova. Sua trajetória na série, que espelhava sua própria história, foi um divisor de águas, marcando o início de sua carreira na televisão. Dois anos depois, ela estreava em novelas, com uma participação na trama de Manoel Carlos, Em Família, onde começou a se destacar para o grande público.

Nos anos seguintes, Erika foi conquistando seu espaço nas telenovelas brasileiras. Em 2016, ela fez parte das produções Totalmente Demais e Sol Nascente. Mas foi em 2017 que sua carreira deu um salto significativo, quando assumiu o papel de Raquel Custódio, uma juíza de origem humilde que lutava contra o preconceito e o machismo na novela O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco.
A atriz ainda participou de outras produções da TV Globo, como Amor de Mãe, Arcanjo Renegado e Verdades Secretas II, consolidando ainda mais seu nome no cenário televisivo. E, em 2025, ela estreia em uma produção inédita para o serviço de streaming Max, da Warner Bros. Discovery, na telenovela Dona Beija, um remake da clássica novela de mesmo nome, onde viverá a personagem Cândinha.
Entrada no Carnaval

Em 2022, um novo capítulo se abriu na vida da atriz, quando recebeu o convite para assumir o posto de Rainha de Bateria da Viradouro. Inicialmente, Erika achou que era uma brincadeira, uma “sabotagem”, como ela mesma descreveu em entrevistas. Só acreditou no convite quando recebeu uma ligação do presidente de honra da escola, Marcelo Calil. Erika substituiu Raissa Machado no cargo.
Em 2025, a Viradouro levará para a Marques de Sapucaí o enredo Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos, que conta a história de Malunguinho, um líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco, símbolo de resistência e luta pela liberdade. Erika, em entrevista ao jornal O Dia, declarou: “Temos uma letra incrível, a construção musical do samba-enredo está uma delícia e sei que temos uma linda história para apresentar para o público. A Bateria do Ciça vem mais uma vez para arrebentar, com toda a sua genialidade. Impossível não se contagiar.” A Viradouro busca, em 2025, o bicampeonato do carnaval carioca.