Conselheiras propõem emenda para que o Flamengo promova igualdade racial, de gênero e de identidade

Grupo é formado por mulheres do movimento Flamengo da Gente

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Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira, 08/03, Dia Internacional da Mulher, conselheiras do Flamengo da Gente irão protocolar uma proposta de emenda ao estatuto do Clube de Regatas do Flamengo visando a promoção de igualdade racial, de gênero e de identidade. A data foi escolhida por marcar a luta das mulheres contra as desigualdades e a violência de gênero, em busca de uma sociedade mais justa.

O principal objetivo da ação é solicitar a criação de uma subdivisão dedicada às questões de Diversidade e Inclusão dentro da Vice-presidência de Responsabilidade Social e Cidadania do Clube de Regatas do Flamengo, possibilidade prevista no estatuto.

A subdivisão ficaria responsável pelas ações que promovam a Diversidade e a Inclusão dentro do clube, como a criação de protocolos que incluam, especificamente, penalidades em casos de violência de gênero, LGBTIfobia e discriminação racial.

Tais cláusulas se fazem pertinentes não só a atos que aconteçam nas dependências do Flamengo entre sócios, mas, também, entre atletas, dirigentes e outros funcionários dentro e, principalmente, fora do clube.

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Além da criação da subdivisão de Diversidade e Inclusão, a emenda propõe que uma das primeiras ações desta nova divisão do clube seja a inclusão da opção do nome social no cadastro dos associados e, consequentemente, nas carteiras de sócio do clube e de sócio-torcedor. A medida garante o direito à livre manifestação de identidade de gênero e diversidade no âmbito do quadro de sócios e sócios-torcedores do clube, como forma de combate à discriminação e em respeito aos direitos humanos, à pluralidade e à dignidade humana.

O Flamengo não seria o primeiro a fazer valer esse direito: o Esporte Clube Bahia e o Paysandu Sport Club já garantiram a seus associados e associadas a possibilidade de utilizar o nome social em seus cadastros.

Como forma de refletir esse novo posicionamento do clube, a emenda das conselheiras do Flamengo da Gente sugere, ainda, a mudança na redação de dois artigos do estatuto, de forma que evidenciem a  preocupação e responsabilidade do Flamengo com todas as dimensões de Diversidade e Inclusão, respeitando e alinhando o clube às políticas e práticas internacionais de combate à violência de gênero, combate ao racismo e às desigualdades raciais, combate à intolerância e ao preconceito contra a comunidade LGBTI+, inclusão de pessoas com deficiência, respeito e estímulo à liberdade religiosa e proteção à terceira idade.

Por sua importância e por seu tamanho, Flamengo deve ser protagonista de ações de igualdade, de diversidade e de inclusão

O Flamengo da Gente entende que o Clube de Regatas do Flamengo deve estar alinhado a políticas e práticas internacionais de Diversidade e Inclusão e de combate à violência de gênero, ao racismo e à LGBTIfobia.

A FIFA, bem como outros campeonatos nacionais como a La Liga (Espanha) e a Premier League (Inglaterra) e clubes de diversos países como o Valencia (Espanha), Fenerbahçe (Turquia) e o Vélez Sarsfield (Argentina), já possuem diretrizes, protocolos e metas para coibir a violência e a discriminação racial, de gênero ou a LGBTIfobia.  Alguns clubes no Brasil, como o Bahia, também já possuem políticas claras nesse sentido.

O Flamengo da Gente acredita que o Flamengo deve assumir o protagonismo que lhe cabe nesse processo, fazendo jus a sua grandeza e vanguardismo no esporte nacional e internacional e, claro, resguardando a própria imagem e reputação do clube.

Emenda é iniciativa de frentes do Flamengo da Gente e obteve 51 assinaturas

A proposta é fruto direto do trabalho coletivo entre três frentes do Flamengo da Gente: a frente Mulambas da Gente, a frente LGBTI+ e a Frente pela Igualdade Racial.

O documento é encabeçado por três sócias-proprietárias e integrantes do Conselho Deliberativo do clube, Bruna Severo, Claudia Simas e Andresa Martins, e obteve a assinatura de 51 conselheiros e conselheiras, não necessariamente vinculados ao Flamengo da Gente. Após o protocolo, mais assinaturas poderão endossar a proposta.

A partir de 50 assinaturas, o estatuto do clube exige que o presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo remeta a proposta à Comissão Permanente de Estatuto para regular processamento e apreciação.

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