CPI das crianças desaparecidas revela que em 77% dos casos, as fugas ocorrem por questões familiares

Tramita na Alerj o projeto de lei 4.584/2021, do deputado Danniel Librelon, que prevê ajuda de custo aos familiares que realizam buscas

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Foto: Por Julia Passos

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) destinada a apurar casos de desaparecimento de crianças no Estado se reuniu nesta sexta-feira (13/08) para debater políticas públicas de enfrentamento a esse problema. Dentre os dados apresentados destaca-se o levantamento feito pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA-RJ), que revelou que 77% dos casos de desaparecimento são fugas devido a problemas familiares, revelando a necessidade de assistência social.

Representando a fundação, o coordenador do programa SOS Crianças Desaparecidas, Luiz Henrique Oliveira, reforçou a necessidade de políticas públicas preventivas e alertou para sinais de relacionamento familiar prejudiciais.

 “A maior parte dos desaparecimentos se dão por questões sociais internas na família, como violência psicológica ou física. A criança ou o adolescente fogem de casa e há uma rede aliciadora como o tráfico e a exploração sexual. Precisamos de políticas públicas para fazer trabalho preventivo. O primeiro sinal é não frequentar sala de aula e ter problemas com colegas”, apontou o coordenador.

Apesar de haver uma necessidade de ações do poder público, o trabalho preventivo também pode ser realizado na família. Luiz Henrique destacou o alto índice de desaparecimentos temporários e formas de evitá-los.

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“O desaparecimento temporário é muito traumático e temos um alto índice no estado, sendo 60% desses na capital, principalmente em épocas como réveillon e carnaval ou dias de praias superlotadas. Houve um fim de semana, em 1998, que registramos 600 crianças desaparecidas no litoral. É preciso tomar ações preventivas como colocar pulseira ou outros tipos de identificação para contato com os pais”, declarou.

Dentre as medidas posteriores ao desaparecimento, o presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PSL), avaliou que os atendimentos feitos em delegacias precisam melhorar.

“A CPI tem uma missão muito árdua. O relatório apresentado pela FIA nos entristece. Muitos familiares quando se dirigem à delegacia para relatar o desaparecimento recebem um ‘bico’ para irem a outro lugar. Temos que reforçar os protocolos de atendimento”, disse o parlamentar.

Uma vez desaparecida uma criança ou um adolescente é muito comum que os familiares iniciem buscas por conta própria. Relator da comissão, o deputado Danniel Librelon (REP) falou sobre o Projeto de Lei 4.584/2021, de sua autoria, que prevê ajuda de custo aos familiares que realizam buscas.

“Todos temos muito comprometimento diante dessa CPI. Alcançamos diversas questões, outras estão pendentes, mas avançamos. A ideia do projeto é que haja um cartão para o familiar poder se locomover, indo em busca de um paradeiro após a denúncia. Estamos aqui com a bandeira voltada para a humanização, chamando atenção da sociedade para a responsabilidade social”, pontuou o Librelon.

As deputadas Martha Rocha (PDT) e Renata Souza (PSOL) também participaram do debate proposto pela Comissão Parlamentar de Inquérito, além de outros convidados.

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Costa do mar, do Rio, Carioca, da Zona Sul à Oeste, litorânea e pisciana. Como peixe nos meandros da cidade, circulante, aspirante à justiça - advogada, engajada, jornalista aspirante. Do tantã das avenidas, dos blocos de carnaval à força de transformação da política acreditando na informação como salvaguarda de um novo tempo: sonhadora ansiosa por fazer-valer!
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