Crítica Marighella: redenção após censura

Depois de muita polêmica, Marighella estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 4 de novembro

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Wagner Moura e Seu Jorge nas gravações de Marighella (Foto: Divulgação)

Cerca de dois anos após ser censurado pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro, finalmente chega aos cinemas brasileiros o filme “Marighella”, que conta a história de Carlos Marighella, baiano, poeta escritor, torcedor do Vitória e revolucionário. Interpretado brilhantemente por Seu Jorge, o personagem lidera um grupo que luta contra todas as atrocidades impostas durante a Ditadura Militar. Para isso, Mariguella, conta com a ajuda de estudantes, jornalistas, membros da igreja e qualquer um que sinta o inconformismo correndo nas veias.

Um dos grandes méritos do longa é retratar de forma violenta e brutal, poucas vezes vista no mainstream do cinema nacional, o período da Ditadura Militar, uma decisão arrojada, que pode acirrar ainda mais o debate atual, mas que dá contornos de adrenalina e veracidade impressionantes as cenas e, sobretudo, aos fatos.

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Marighella estreia nos cinemas no dia 4 de novembro (Foto: Divulgação)

A história passeia pelos anos de chumbo, expondo todas as suas mazelas de um país amordaçado nos últimos momentos da vida de Marighella. O roteiro imprime um ritmo frenético em diversas ocasiões, com atuações, por vezes, viscerais dos atores, destaque, claro, para Seu Jorge, Bruno Gagliasso (muito bem no papel do antagonista Lúcio) Humberto Carrão, Bella Camero, e Jorge Paz, esses três últimos, curiosamente, interpretam papéis que levam seus nomes da vida real.

A ambientação é outro ponto que chama muito atenção, com os cenários, figurinos e costumes da época, como os incontáveis cigarros que muitos dos personagens fumam no desenrolar da história (numa época onde era considerado chique fumar). Além das residências, dos veículos automotivos, dos aparelhos de rádio, tudo retratado com muito esmero.

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Marighella estreia nos cinemas brasileiros em 4 de novembro de 2021 (Foto: Divulgação)

Sem entrar no mérito político (embora seja basicamente impossível), Marighella se mostra um filme corajoso sobre resistir e lutar por uma causa que fuja da moral individual, mesmo que para isso se tenha que abrir mão de tudo, inclusive da própria liberdade. É daquelas produções que já entraram para a história do cinema brasileiro e, certamente, levantará discussões por muitos e muitos anos.

Agora, sejamos francos, não existe meio termo quando se fala no longa, uma vez que ele joga lenha na fogueira do “Fla-Flu político” que se instaurou no país nos últimos anos. Ou seja, dificilmente alguém sairá da sessão dizendo “achei mais ou menos”, você irá odiar ou amar. Em entrevista sobre o filme, em 2019, Wagner Moura, que debuta em “Marighella” na função de diretor, disse que “o filme ganha um olhar diferente conforme o momento que estamos vivendo“, cirúrgico.

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Adriana Esteves em Marighella (Foto: Divulgação)

“Marighella” estreia nos cinemas dia 4 de novembro de 2021, exatamente 52 anos após o assassinato de Carlos Marighella pela Ditadura Militar Brasileira, em 1969. O filme fará seu lançamento depois de passar por importantes festivais mundo afora (Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo, Cairo, entre cerca de 30 exibições em países dos cinco continentes) e terá pré-estreias a partir do dia 1 de novembro em todo Brasil.

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Altair Alves é jornalista, produtor e editor. Também é apresentador do programa esportivo Acréscimos. Morador do Andaraí, é apaixonado por música e futebol dos anos 90.
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8 COMENTÁRIOS

  1. Censurado porque não teve dinheiro público dado pela Ancine?!?!
    Precisa se informar melhor !
    Por que não fizeram uma vaquinha com os fãs do terrorista?

    • Arrumaram uma desculpa burocrática (a que se transveste hoje a censura) para emperrar a estreia no Brasil.
      Isso porque a produtora estava pendente na prestação de contas de outro projeto.
      Então, resolveram penalizar essa cujo valor de incentivo era de 1 milhão.

      Curiosamente onde se mais libera financiamento público (BNDES) é mesmo para grandes empresas cujo histórico de não recolhimento do valor das contribuição de empregados e tem grande dívida com INSS. Veja o caso da empresa do gnomo verde bolsominion raiz.

      Está bem claro o que se passa:
      Aos amigos, tudo.
      Aos inimigos, o rigor na interpretação das leis.

  2. Censura? Se o filme é tão bom, não precisava de dinheiro estatal! Quando vcs vão parar de criar falsas narrativas? Dinheiro da cultura tem de fomentar na base, não sustentar artista rico!

    • BNDES Também precisa formar a base de empreendedores e não em quem já é dono de grandes redes … O gnomo verde já conseguiu dezenas de empréstimos embora tenha sonegado contribuição previdenciária de seus empregados e seja a das maiores devedoras no INSS segue obtendo empréstimos do BNDES.

  3. Já assisti graças à pirataria…
    Ou seja, o filme poderia ter tido bilheteria e rendido aos produtores e participantes, se tivesse ocorrido a exibição do filme no país na época. Mas a censura do Desgoverno fascista impediu. O Governo devia ser processado a pagar indenização milionária pelo que deixou de ganhar e danos.

  4. marighella cairia p tras se visse essa esquerda atual, que idolatra grupo de midia e degradação moral de diversas espécies. essa hora ele deve estar chorando em posição fetal. um grandessíssimo vagabundo. bom, é isso…. até quando vão ficar enaltecendo esses lixos?

  5. marighella era um baita filho duma puta que morreu cheio de tiro. criou o mini manual do guerrilheiro urbano, que foi usado por um monte de bandido p ceifar vida de agente de segurança bancário por ex. essa hora deve estar no inferno. mesmo assim ele ainda tinha coragem fisica, coisa q o esquerdista atual passa bem longe, pq foca somente na lacração e pagação de pedágio ideológico.

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