Crítica teatral: E a Nave Vai

E la nave vai, a vida que segue se transforma em um caminho para frente do que pode ser o afeto que estamos à procura no caminho da vida.

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O grande sonho, desde que nascemos, é retornar ao estado de plenitude na barriga da mãe no qual não temos que fazer qualquer esforço para viver e que outro nos dá o ritmo da vida. Assim, a idéia da cara metade, do amor da vida, da paixão incandescente nos persegue, nos desestabiliza e nos faz procurar sem um minuto de sossego. Com dramaturgia e direção de Diogo Liberano, “E a Nave Vai” coloca o dedo na ferida da questão que mais mobiliza as pessoas.

Ao filmar o drama original, da peça cuja primeira encenação teatral de “E a Nave Vai” estreou em 2019, na Itália, e foi apresentada em diversas cidades italianas e em Buenos Aires, Argentina, Diogo consegue, com seu enorme talento, transformar o texto escrito para o palco, em um roteiro cinematográfico ágil e que cumpre todos os preceitos do discurso audiovisual. Assim, na perfeição ao cumprimento das três regras do teatro clássico – unidade de tempo, unidade de lugar e verossimilhança – obtém-se como resultado uma narrativa plena de significado.

A utilização dos recursos fílmicos permite a obtenção de efeitos, de sobreposições, fade-in, fade-out,  planos gerais, closes, luzes que se esfumaçam, luzes que explodem, com a cenografia da nave/carro  com os bancos e a direção recortados e soltos no espaço e a cena da animação dos espermatozoides, com a voz do solilóquio, transforma o que poderia ser o fim em caminho.

E a Nave vai Frame 01 Crítica teatral: E a Nave Vai

E la nave vai, a vida que segue se transforma em um caminho para frente do que pode ser o afeto que estamos à procura no caminho da vida. Os três atores, com intepretações muito equilibradas – Márcio Machado interpreta Gatão, um homem de quarenta e poucos anos com medo do passado, enquanto Gunnar Borges interpreta Mocinho, um homem com trinta e poucos anos com medo do futuro. Entre eles, porém, há um terceiro personagem interpretado por Andrêas Gato: a Nave. E é Andreas Gato, uma espécie de grilo falante, de alter ego, que condensa a expressão do espetáculo: para encontrar há de se ter a coragem de estar e de ir.

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Serviço:
Até sábado às 19 h
Gratuito
chttps://youtube.com/TeatroInominável

E a Nave vai Frame 02 Crítica teatral: E a Nave Vai

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Nota
Direção
Texto
Cenário, figurino, iluminação
Atuação
Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.
critica-teatral-e-a-nave-vaiE la nave vai, a vida que segue se transforma em um caminho para frente do que pode ser o afeto que estamos à procura no caminho da vida.
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