Dauro Machado: É do Rio de Janeiro o primeiro Padre casado do Brasil

O carioca Vitor Pereira é o primeiro homem casado a ser ordenado padre pela Igreja Católica no Brasil. Entenda o caso pela explicação de Dauro Machado.

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Padre Vitor Pimentel Pereira e sua família (Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio)

Sua Excelência Reverendíssima, Dom George Khoury, Eparca dos Católicos Greco-Melquitas no Brasil ordenou ontem (domingo) como Padre, o Diácono Vitor Pimentel Pereira. Vitor é advogado, casado e pai de um casal de filhos. A Ordenação aconteceu na Igreja de São Basílio e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que pertence à uma Igreja Católica de rito oriental, chamada Igreja Greco-Melquita. Seu templo fica no Centro, na rua República do Líbano, e já foi a catedral Greco-Melquita do Brasil, sendo ainda hoje a única paróquia melquita na cidade. Foi um fato histórico na trajetória do Catolicismo no Brasil, já que Vitor passou a ser o primeiro “casado padre” no País.


A Igreja Católica Greco Melquita é uma igreja de rito oriental, que tem como idiomas litúrgicos o greco e o árabe, é regida por um Patriarca sediado na Síria, porém está em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana e o seu Sumo Pontífice (Papa Francisco). A Igreja Católica reúne 24 Igrejas diferentes que aceitam, como seu líder máximo, o Papa. Pela tradição Greco-Melquita, os padres podem ser casados e podem ter um trabalho paralelo à sua atuação na paróquia. Na Igreja Católica latina, que todos conhecemos, somente os Diáconos permanentes podem estar em matrimônio. Uma curiosidade é que os padres casados não podem ser elevados a bispos.

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Vitor Pimentel Pereira, primeiro padre casado do Brasil (Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio)


A bela solenidade foi Presidida como dito pelo Eparca (equivalente a Bispo) Dom George Khoury e contou com a presença de Padres, Monsenhores, um Bispo Auxiliar e de Sua Eminência Reverendíssima, Dom Orani João, Cardeal Tempesta. Vitor Pimentel Pereira é Advogado, especialista em Direito Canônico, pós graduado no exterior além de integrar o Instituto de Juristas Católicos do Rio de Janeiro. Durante muitos anos ele foi Católico Romano, no entanto, sentiu em seu coração o desejo de mudar para o Rito Bizantino, o que foi possível graças a uma especial permissão do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro.

A solenidade durou aproximadamente 2 horas com todo o simbolismo e liturgia própria do Rito Greco Melquita. Vitor Pimentel Pereira é também Cavaleiro da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro e vários de seus confrades, além da Lugar Tenente, Isis Penido, estiveram presentes no histórico dia. O Presidente do Diário do Rio, Cláudio Castro que aparece na foto com o Padre Vitor, é também Cavaleiro do Santo Sepulcro e
fez questão de comparecer para abraçar o amigo em data tão relevante.

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Padre Vitor Pimentel Pereira com Cláudio Castro, presidente do Diário do Rio (Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio)


Vitor teve como Padrinho de Ordenação, o Excelentíssimo Prior da Ordem do Santo Sepulcro, Monsenhor André Sampaio de Oliveira, de quem é amigo há longos anos. A beleza da solenidade, os cânticos, a simbologia e as orações e louvores nos idiomas grego e árabe deram à Ordenação o tom solene que a mesma merece.

Padre Vitor foi também empossado como o Pároco da histórica Igreja dos Greco Melquitas, que fica na Rua República do Líbano no centro da cidade. Dom George Khoury, importante Eparca na Igreja Católica Greco Melquita, emocionou-se ao Ordenar Vitor como Padre, um momento de grande relevância para a história da Igreja no Brasil. Hoje, a Catedral Greco Melquita fica em São Paulo, mas a pequena igrejinha da República do Líbano foi sua primeira sede. Como se sabe, o comércio do Saara e regiões adjacentes foi iniciado pelos árabes – principalmente sírios e libaneses.

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(Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio)

Vitor Pimentel Pereira é um jovem de grande espiritualidade, inteligência privilegiada, acessível e dono de um caráter irretocável. Sua Ordenação como Padre dá aos Greco Melquitas do Rio de Janeiro um Sacerdote preparado e capaz de, em comunhão com a Igreja Católica, sob a obediência de seu Eparca, levar seu rebanho em direção a Jesus Cristo.

Foi um momento histórico, memorável, inesquecível. Ao Padre Vitor Pimentel Pereira todas as nossas homenagens.

NOTA DA REDAÇÃO – RETIRADA DO SITE DA IGREJA CATÓLICA MELQUITA:

A Igreja Católica Greco-Melquita é uma das 24 igrejas autônomas que constituem a Igreja Católica no mundo, em plena comunhão com o Romano Pontífice, o Papa. A maior e mais conhecida delas é a ocidental, a Igreja Católica Apostólica Romana, também chamada de Igreja Latina, de rito romano. As demais têm sua origem no Oriente Médio e seguem os diversos ritos orientais.Todas as 24 igrejas são sui iuris, isto é, autônomas para legislar a respeito de seu rito e da sua disciplina, com exceção às matérias dogmáticas, que são universais e comuns a todas e garantem a unidade de fé, formando uma única Igreja Católica sob o pastoreio do Papa, que a todas preside na caridade. Internamente, as Igrejas orientais são governadas por um patriarca ou arcebispo-maior e por seu sínodo, que o elege e submete seu nome à aprovação do Papa.

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Jornalista, especialista em assessoramento e cerimonial público, Bacharel em Direito, publicitário e Radialista. Também tem formação em Assessoria de Imprensa e relações institucionais, além de editor de jornais, livros, revistas e outras publicações
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28 COMENTÁRIOS

  1. Não existem vinte e quatro igrejas na IGREJA CATOLICA APOSTILICA ROMANA. É uma só. Outras denominações são provenientes de cismas ocorridos em épocas diferentes. Muito menos, igreja católica apostólica latina. Esta denominação é da teologia da libertação.

  2. Deve-se fazer uma correção aqui ao contrário do que foi dito por alguns: a Igreja Católica de Rito Latino não permite que os sacerdotes se casem. As de rito oriental como a Igreja Católica Greco-Melquita permitem que eles se casem, mas não os bispos.

    A IGREJA CATÓLICA DE RITO LATINO E A IGREJA CATÓLICA GRECO-MELQUITA JUNTAMENTE COM AS DEMAIS IGREJAS EM COMUNHÃO PLENA COM ROMA FORMAM JUNTAS A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA!!

  3. As igrejas do Tito oriental sempre admitiram padres casados.
    É a igreja católica romana que ainda não admite o casamento de padres, embora admita que existam diáconos casados que podem ministrar certos sacramentos, embora os sacramentos da confissão e a ordenação só possam ser ministrados por padres.

  4. Interpretação hoje é muito importante,na época de Paulo,as coisas ainda podiam ser evitáveis,muitos homens são ameaçados por seus próprios desejos naturais, que se confundem com a espiritualidade,e válvula de escape acaba sendo o crime,oportunaçao,pedofilia,vida promíscua as escondida,deveria ser normal homens casados tornarem se padre,independente da divisão da igreja,as coisas mudaram não podemos ter as mesmas idéias de Paulo num tempo contemporâneo dotado de bruscas mudanças acerca de tudo,o que não pode é novos atentados a mulheres crianças principalmente,por alimentos ultrapassados a memória do apóstolo Paulo,ele diz:melhor casar do que se abrasar,melhor ficar e seguir sem se casar e viver subindo pelas paredes alucinado pela lascívia não suprida?homem é homem….

  5. Vamos lá, como na Igreja Católica Apostólica Romana permite que Homens casados virem Diácono permanente. Isso é um Rito que é ditado no Concílio Vaticano II, nós Ritos da Igreja Católica Grego Melquitas eles têm está autorização de virar Padres, desde que a sua esposa concorde com isso. No mesmo preceitos que o Homem tem que fazer para virar Diácono permanente.

    Lembrando que a Igreja Católica Ortodoxa Grego Melquitas são Governadas diferentes da Igreja Católica Apostólica Romana, mais tavam responder sempre ao Papa que dá toda a autorização.

    Vamos estudar mais um pouco antes de criticar.

  6. Não sou a favor, nem contra!!!!
    Primeiro,guando uma pessoa que ser padre,ele já sabe como deve ser.
    Segundo a igreja não permiti,por um motivo de separação ou morte,não precisar pagar pensão

  7. Gostaria de saber aonde está na Bíblia que um sacerdote, padre ou Pastor não possa casar se a Igreja Católica ensina que Pedro foi o primeiro Papa e Jesus curou a sogra de Pedro e hoje vivem uma tradição de homens que traz sérios problemas de ordem moral para a Igreja pois Oi s casos de abusos infantil na igreja são alarmantes

    • Ou és abrasado do Amor a Deus e estais ao seu serviço full time ou és abrasado no amor a sua mulher p quem tem o dever de faze-la feliz, satisfaze-la, suprir suas necessidades, santifica-la (e vice versa) e a seus filhos. Um coração dividido, funcoes divididas e pode ser pouco profícuo no serviço do Senhor, portanto. É como se fosse um funcionário público.

  8. Atenção, este padre é católico mas não da apostólica romana. O título pode trazer confusão para quem não conhece a divisão da Igreja Católica que como o próprio texto diz é dividida em 24 com ritos diferentes mas que seguem a mesma doutrina. Aliás, os padres ortodoxos que é uma igreja diferente da católica podem se casar. Quanto ao celibato ele é bíblico e não é apenas uma questão de direito. O próprio Jesus pediu que os apóstolos deixassem as famílias e o seguissem para se dedicarem exclusivamente a propagarem os evangelhos. Leiam os textos de São Paulo pois lá também se justifica o celibato dos clérigos da Igreja

  9. Concordo que o Título da matéria é ridículo, querendo do insinuar o casamento de padres da igreja Católica Apostólica Romana. Que vergonha de matéria, como se o “primeiro padre” fosse da Igreja Católica Apostólica Romana.

  10. Sou Catolica Apostolica Romana . Meus ancestrais tambem o foram. A parentela viva, o sao. Sou devota de N.S.deFatima e Santissimo Jesus Cristo. Sou viuva e Crismada. Fiz juramento diante do Santissimo de castidade, servir a quem precisar, e ser obediente aos Mandamentos , Leis e Preceitos de Deus Pai.
    Nao consigo ver um Padre, jogar fora a beleza das palavras de Deus, por um casamento, ou viver secretamente em pecado. O que ensinam nos Seminarios? E a vida dos Santos? Deus Pai e Deus Filho, os perfordoem. Melhor largar o Habito.

  11. Bom dia, Dauro Machado! Posso não concordar com muitas coisas de seus artigos. Mas se aprende muito com eles. Parabéns! Desejo sucesso.
    Apesar de não ser religioso, acho interessante. Um avanço que algumas igrejas do seguimento católico tenham passado a permitir. Não sabia que “A Igreja Católica reúne 24 Igrejas diferentes que aceitam, como seu líder máximo, o Papa”. Poderia com seu conhecimento detalhar em artigos futuros aqui no Diário.
    Abs.

  12. Eu acho que está matéria está errada da Igreja Ortodoxa Grega, Padre Panagiotis Meintanis veio da ilha de Zakynthos e já construiu cinco igrejas ortodoxas, três na Grécia, uma em Porto Alegre e outra em Curitiba.
    Além de casado tem 3 filhos em dois casamentos, o mais velho de seu primeiro casamento é um dos maiores vocalistas de rock do sul do Brasil.

  13. Acho valido padres cadarem,melhor que viverem uma vida em pecado está lei foi ditada pelo homem,não é lei de Deus pois ele fez o homem é a mulher para formar família.

    • entao quem nao eh casado vive em pecado? Nao se deve generalizar, e antes de criticar, busque ver e entender oque é o celibato, pra que serve, e oque os padres da igreja acham dele, ja te dou spoiler que ja foi perguntado a eles, se eles gostariam que fosse removido o celibato, e 92% negaram.

  14. Originalmente os padres casavam.
    Não me lembro mais o sínodo em que foi estabelecido o celibato dos padres, mas lembro bem que a motivação foi o direito medieval.
    Na idade média, quando um nobre falecia e não deixava herdeiros, o seu feudo revertia ou para a Coroa, quando a coroa era forte e se sobrepunha ao papa, ou revertia para a Igreja.
    Neste caso o feudo era uma abadia, e o abade era o senhor feudal.
    Como tinha de manter o celibato, ele só procriava filhos ilegítimos, fora do casamento, com as chamadas carolas.
    Esses filhos, ilegítimos, pelo direito feudal não herdavam, e assim, sucessivamente, a abadia por força do direito feudal, voltava à igreja, que a destinava a um novo clérigo, que se tornava o abade daquele feudo, e tendo de manter o celibato, à abadia estava sempre sob o controle da madre santa igreja católica apostólica romana.
    Ocorre que o direito feudal não era observado desde a Grécia e a Rússia, na direção do oriente, e por essa razão, a maioria dos demais patriarcados, não viu necessidade de estabelecer a obrigação do celibato para seus clérigos.
    Tendo origem em um artifício de cunho patrimonial, já não prevalecendo o direito feudal nos dias de hoje, não vejo porque de um sínodo não revogar o celibato dos padres, e até para determinadas ordens de freiras também

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