Eu não sei o que é pior: ter que esperar a novela acabar para ver um debate importante, o nível bizarro da discussão ou o sono do dia seguinte. Para esquecer um pouco tudo isso, vamos às notas e atuações (candidatos por ordem de lugar nas pesquisas):
Pezão – Depois de se dar mal como vilão de Ghost – do outro lado da vida, provavelmente ganhará as eleições. E sabe disso. Entrou no debate para falar, falar e não falar nada. Com seu tradicional carisma zero, exaltou o governo com uma profusão interminável de números vindos do além. E, claro, não falou “Cabral” uma única vez. Não empolgou, mas não comprometeu – Nota 6
Garotinho – Irreconhecível. Por ser o candidato de melhor oratória, esperava-se que fosse pra cima de Pezão para, quem sabe, desestabiliza-lo. Porém, não embalou nem chegou perto de abalar o candidato de Cabral. Fica a dúvida se o little boy estava pouco inspirado ou se já está empurrando com a barriga e esperando o segundo turno – Nota 4
Crivella – Fez par romântico com Lindberg. Os dois passaram metade do debate fazendo perguntas do tipo “Mostra pra ele, amiga!”, onde um levantava a bola pro outro cortar no Pezão. Além disso, parece obstinado em acabar com sua imagem de candidato-pastor: parou de falar de Deus e agora só repete “planejamento”. Até fala bem, mas está longe de convencer e não conseguiu abalar Pezão –Nota 6,5
Lindberg – Igual Crivella, mas ao invés de ter como mantra “planejamento”, repete compulsivamente “Luledilma” (assim mesmo, tudo junto). Vai governar com “Luledilma”. Repetir no Rio o que “Luledilma” fizeram no Brasil. E por ai vai. Também é bom orador, mas também não abalou Pezão. Pra não gerar ciúmes no casal, vou dar a mesma nota – Nota 6,5
Tarcísio Motta – Com um cabelo impecavelmente penteado com gel, que refletia a 1 km de distância a luz do teto, foi o melhor do debate. Como não tem rabo preso nem a menor chance de ganhar, assumiu o papel de #prontofalei #ficaadica #falomermo. Conta com boa retórica e conseguiu engatar uma série de pergunta e observações pertinentes. De ponto negativo, a velha mania dos candidatos #falomermo de muita crítica, muito idealismo e pouca proposta concreta – Nota 8,5
