Depois do caos: a volta à rotina das pessoas que passam todos os dias no trecho da Avenida Brasil que foi fechado nesta quinta-feira

A reportagem do DIÁRIO DO RIO fez, de transporte público, o trajeto e ouviu as pessoas nos ônibus, ruas, terminais, estações e pontos 24 horas após o tiroteio que fechou a principal via da cidade

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Fotos: Felipe Lucena

Na manhã desta sexta-feira (25/10), dia seguinte à troca de tiros entre policiais e traficantes do Complexo de Israel que fechou a Avenida Brasil e terminou com pessoas mortas e feridas, a situação era bem mais tranquila. Sem comparação. Contudo, a sensação geral ainda era de apreensão entre as pessoas que precisam fazer o mesmo caminho para a realização de suas atividades diárias.

A reportagem do DIÁRIO DO RIO fez, de transporte público, o trajeto que ficou fechado nesta quinta-feira e ouviu as pessoas nos ônibus, ruas, terminais, estações e pontos.

“Eu estava passando na hora, no ônibus, e me abaixei assustada com o barulho dos tiros. O ônibus parou e todo mundo que estava nele desceu e foi para a rua se esconder. Nunca passei tanto medo na minha vida. Agora estou aqui outra vez, no mesmo ônibus, tenho que fazer esse caminho para ir trabalhar no Centro da cidade”, contou Martha, moradora de Duque de Caxias.

Geovano, motorista do BRT Transbrasil, trabalha na linha 60, que vai do Terminal Deodoro até o Gentileza. Ele passou minutos antes do tiroteio começar.

“Quando cheguei em Deodoro, falaram que não dava mais pra voltar. Fiquei preocupado quando vi os vídeos. A gente passa todo dia por ali. Quando voltei a trabalhar, liberaram os ônibus para rodar, já estava mais tranquilo, só que estava todo mundo tenso, ainda estou um pouco hoje”.

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Uma das estações do BRT na Avenida Brasil que serviu de abrigo para quem estava nas ruas e nos ônibus no momento da troca de tiros

Funcionária do BRT, que trabalha no Terminal Gentiliza dando informações aos passageiros, Jeane contou que “as pessoas chegaram aqui muito nervosas, assustadas. Hoje ainda teve um pouco de medo de manhã cedo, do que poderia acontecer, mas agora parece que etá tudo normalizando”.

Sobre voltar a passar no mesmo lugar 24 horas depois do susto que passou, Paulo, morador de Sulacap que trabalha no Porto, comenta “a gente tem que fazer as nossas coisas. Ir para a rua, trabalhar. Medo sempre tem e agora mais ainda, eu tive que me esconder dentro desse BRT aqui, mas tem que seguir a vida do jeito que dá. Não tem outro jeito pro trabalhador que tem que buscar o pão de cada dia”.

Policiamento reforçado

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Nesta sexta-feira (25/10), a Polícia Militar iniciou o reforço do policiamento na Avenida Brasil e em outras importantes vias de acesso do Rio de Janeiro. A operação inclui o apoio de viaturas, motopatrulhas e helicópteros.

A operação conta ainda com o apoio do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e do Comando de Polícia Rodoviária (CPRV). Além da Avenida Brasil, as Linhas Amarela e Vermelha também estão sob vigilância reforçada para assegurar a circulação segura de pessoas nas principais rotas da cidade.

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