Deputado quer mais dirigentes mulheres e negros em times de futebol do Rio

Projeto do deputado Noel de Carvalho, que os times do Rio de Janeiro tenham 30% de dirigentes negros e mulheres

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

O deputado Noel de Carvalho (PSDB) protocolou Projeto de Lei 4063/2021 que determina que os clubes de futebol do Estado do Rio de Janeiro tenham negros e mulheres em seus quadros de dirigentes e no corpo técnico. Esse número deve ser de, no mínimo, 30% do total de seus membros. O projeto de lei engloba os times das séries A, como Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Botafogo e Bangu; A2, B1 e B2 da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

O projeto está sendo chamado de Lei Bangu em homenagem ao Bangu Atlético Clube pelo seu pioneirismo no combate ao racismo no futebol brasileiro, esporte exclusivo da elite branca no início do século 20. Em 1905, o time tinha jogadores  negros, o que gerou protestos racistas a ponto da Liga Metropolitana de Futebol do Rio de Janeiro decidir, por unanimidade, que os clubes não poderiam mais registrar atletas “de cor”.

O veredito levou o Bangu a sair da liga ficando o time fora do campeonato de 1907. Em 1912, o time voltou às disputas com mais um jogador negro. Nessa época, “entrou em campo” um dos nomes mais importantes nessa luta do clube: o primeiro presidente brasileiro do time Noel de Carvalho, avô do deputado, que lutou muito pela inclusão dos negros no futebol brasileiro.

Multa

O projeto de lei diz ainda que, se houver  vagas remanescentes, estas serão preenchidas a critério dos clubes.

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E o não cumprimento da lei acarretará em multa de R$ 50 mil e, havendo reincidência, será cobrado um valor dez vezes maior que o estipulado. A quantia arrecadada com as penalidades deverá ser revertida para o Fundo Estadual de Fomento ao Esporte (Fefe).

Racismo é crime e isso não cabe mais em nossa sociedade. Qualquer tipo de preconceito é abominável e tem que ser veementemente combatido, principalmente num país de maioria negra como o Brasil. Meu avô foi um dos pioneiros nessa luta dentro dos campos de futebol e ainda hoje, quase 100 anos depois, continuamos nessa batalha. O brasileiro tem verdadeira paixão pelo futebol e muitos sonham em seguir carreira nesse esporte, portanto, esse projeto de lei é mais uma oportunidade de garantirmos uma sociedade melhor para todos”, disse Noel de Carvalho.

Mulheres em Campo

O parlamentar destaca ainda a participação das mulheres no futebol, mas reconhece que o esporte é ainda voltado para o público masculino, por isso a importância de se criar a Lei Bangu.

É do Brasil a única jogadora de futebol que ganhou seis vezes o título de melhor jogadora do mundo, e também a Bola de Ouro Feminina, que é a Marta. Isso só prova que as mulheres são tão capazes de atuar nesse esporte quanto os homens”, afirma Noel referindo-se à Marta Vieira da Silva, que atualmente joga nos Estados Unidos.“Não há mais espaço para as diferenças de gênero em nossa sociedade. Precisamos encontrar maneiras de amenizar essas disparidades”, finalizou o deputado.

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