Devido ao restauro da sede, Iphan-RJ muda de endereço no Centro do Rio

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Prédio do Iphan na Avenida Rio Branco - Centro do Rio. Foto: Divulgação

A partir da próxima quarta-feira (29/01), a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro vai passar a funcionar no Centro Empresarial Cidade Nova, mais conhecido como Teleporto. A nova sede fica localizada na altura do número 3131, na Avenida Presidente Vargas, uma das principais da região central da cidade.

O setor de protocolo do Iphan, que realiza o atendimento ao público, já ocupa a sobreloja do novo endereço, enquanto as demais áreas se dividem nas salas 401, 402 e 404, todas no 4º andar. Além de abrigar outras instituições do setor cultural, também se encontra temporariamente no Teleporto o Centro Lúcio Costa: Escola do Patrimônio.

A mudança provisória, acontece em função das obras de restauração do Edifício Docas de Santos, que abriga a instituição desde meados da década de 1980. O Docas está passando pela maior reforma de seus 111 anos de história.

Previsto para durar 30 meses, o projeto inclui a restauração da fachada, dos bens móveis integrados e de elementos artísticos. Além disso, serão promovidas reformas da cobertura, da rede elétrica e adaptações para tornar os ambientes acessíveis

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Em dezembro do ano passado, foi assinada a ordem de serviços que deu início aos trabalhos. As intervenções serão custeadas pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O FDD designou R$ 18 milhões para o projeto, orçado em R$ 13 milhões após a licitação.

O último dos comerciais de porte leve

Encobertas por camadas de tinta branca desde a década de 1960, as pinturas internas do antigo Prédio da Companhia Docas de Santos – atribuídas ao artista Del Bosco e a Benno Traidler – estão prestes a ser reveladas: o resgate dessas obras de arte é parte da restauração do imóvel.

Inaugurado em 1908, o prédio pertence à primeira geração de edifícios construídos para a abertura da Avenida Central, atualmente denominada Rio Branco. O Docas de Santos ocupa dos números 44 ao 48 desta avenida.

Alinhado com a adoção de padrões estrangeiros, grande parte dos materiais que dão forma às paredes, escadarias, corrimões e maçanetas do imóvel partiram da Europa e atravessaram o Oceano Atlântico antes de desembocar na costa carioca.

De estilo eclético, o imóvel foi projetado pelo engenheiro paulista Ramos de Azevedo e construído pela empresa Antonio Januzzi, Filho & Companhia. Ostenta portas entalhadas, executadas pela marcenaria Tunes.

O prédio também possui pisos em mármore de Carrara, além de ser decorado com temática marítima, referência à vocação naval da Companhia Docas de Santos, que nele instalou sua sede. Na fachada, em cantaria e argamassa pigmentada, podem ser notadas proas de navios e gárgulas decorando os andares superiores.

O imóvel possui cinco pavimentos, com duas lojas no térreo dotadas de vitrines em cristal. Internamente, a estrutura é de ferro fundido, inclusive a escada que perpassa os cinco pisos e que contorna o elevador da época da inauguração, que ainda funciona.

Quando o edifício começou a ser construído, os carros eram raros na avenida e os pedestres caminhavam pela via vestidos a rigor. Hoje, o edifício testemunha a agitação urbana e ecoa o apito do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que, com regularidade, atravessa o trecho da rua em frente ao monumento.

O edifício é o último dos imóveis comerciais de porte leve da então Avenida Central a manter-se erguido por mais de um século.

O tombamento do imóvel ocorreu em 1978. Oito anos depois, em 1986, tornou-se sede da Fundação Pró-Memória, que em conjunto com a então Secretaria – Sphan – deu origem ao Iphan.

Recursos do FDD

O escopo da obra contempla a restauração da Fachada do edifício

Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o FDD reúne recursos provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações para a reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Entendidos como reparação à ordem econômica e outros interesses difusos e coletivos, esses valores são, então, destinados a projetos de órgãos públicos e entidades civis, selecionados a partir de decisão do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos.

Em 2019, o Iphan pleiteou a aprovação de diversas ações, tendo sido aprovados 20 projetos, que somam recursos de R$ 90,4 milhões em investimentos para sete estados brasileiros: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

No Rio, os recursos contemplaram alguns monumentos tombados pelo Iphan, como o Museu Histórico Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes e a Casa de Rui Barbosa.

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