Diante da alta do diesel, empresas de ônibus ameaçam reduzir frotas em circulação no Rio

A redução das frotas seria nos horários de menor circulação de passageiros para equilibrar os custos e as receitas das empresas

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Empresários das empresas de ônibus reclamam das sucessivas altas do diesel. Eles ameaçam reduzir a frota em circulação / Reprodução: Internet

O mais recente aumento no preço do óleo diesel poderá fazer com que as empresas de ônibus que atendem a parte do Estado do Rio de Janeiro reduzam as suas frotas em circulação. A informação foi emitida, nesta segunda-feira (9), através de um comunicado dos sindicatos que representam as empresas em 10 municípios da Baixada Fluminense e na região de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá. As informações são do Diário do Transporte.

Segundo os empresários, a redução das frotas seria inicialmente nos horários de menor circulação de passageiros, com o objetivo de equilibrar os custos e as receitas das empresas. As viações se veem em dificuldades diante de mais um aumento do diesel, que passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro: alta de 8,9%. De acordo com os dos donos das empresas, somente em 2022, o diesel subiu 47% nas refinarias.

A nota emitida pelas entidades Setrerj, Setransduc e Transônibus ressalta que os sucessivos aumentos dos preços do combustível é o que mais pesa na operacionalização das frotas de ônibus. Para eles, as frequentes oscilações nos preços dos combustíveis são um duro golpe em um setor cada vez mais precarizado, que pode deixar mais de 3 milhões de usuários da região Metropolitana do Rio sem transporte público.

“Desde o início do ano, a alta acumulada nas refinarias chega a 47%, de acordo com a Petrobras.  O último reajuste, de 24,9%, havia sido anunciado em 11 de março. Com a crescente oscilação do preço do combustível, o óleo diesel passa a ser o principal item no custo de operação das empresas de ônibus, representando agora 32% do total. O novo aumento é um duro golpe a um sistema de transporte já combalido, que já chegou ao seu limite com o esgotamento financeiro das empresas,” explicam as entidades.

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Diante das dificuldades, as empresas de ônibus destacam a necessidade de criação de outras fontes de custeio para os transportes, como incentivo dos governos federal, estadual e municipal. Elas destacam ainda que os preços das passagens estão defasados, o que dificulta ainda mais o cenário da atual crise.

Veja a nota na íntegra:

“Rio de Janeiro, 09 de maio – O Setrerj, o Setransduc e o Transônibus – sindicatos que representam as empresas em dez municípios da Baixada Fluminense e na região de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá – reforçam mais uma vez o alerta sobre o risco iminente da falta de transporte público coletivo para a população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Com a confirmação do novo reajuste de 8,9% do óleo diesel a partir de terça-feira, as empresas serão obrigadas a promover reduções na operação e adaptar a frota atual em circulação à capacidade financeira. Com o aumento, a crise econômica vai se agravar e o cenário se tornará insustentável, levando a medidas de racionamento de combustível, com a priorização de determinados serviços e linhas de ônibus em horários de maior movimento.

Na falta de medidas urgentes e efetivas, as operadoras de transporte não terão outra opção a não ser manter parte da frota parada nas garagens, provocando impacto direto nos deslocamentos diários de mais de três milhões de passageiros. Desta forma, haverá mudanças necessárias nos horários de menor movimento pela manhã, à tarde e à noite e durante os fins de semana. A decisão, embora seja excepcional, afastaria o risco de pane seca na frota em operação e a interrupção do serviço durante as viagens, o que prejudicaria ainda mais os passageiros, que já vem sendo impactado nos últimos anos pela crise que atinge o transporte por ônibus.

Desde o início do ano, a alta acumulada nas refinarias chega a 47%, de acordo com a Petrobras.  O último reajuste, de 24,9%, havia sido anunciado em 11 de março. Com a crescente oscilação do preço do combustível, o óleo diesel passa a ser o principal item no custo de operação das empresas de ônibus, representando agora 32% do total. O novo aumento é um duro golpe a um sistema de transporte já combalido, que já chegou ao seu limite com o esgotamento financeiro das empresas. Pressionadas, as operadoras terão ainda mais dificuldade para a compra de combustível e para manter a frota em circulação, o que reduzirá a oferta de ônibus e levará à degradação do serviço prestado à população. Em Magé, a empresa operadora corre o risco de paralisar as atividades e já alertou a Prefeitura.

É importante ressaltar que os impactos causados pelo reajuste do diesel ao longo dos últimos dois anos não foram compensados, até agora, por aumentos de tarifa ou subsídios por parte de prefeituras ou do governo do Estado. Assim, aumenta o risco considerável de o passageiro não poder contar com o sistema de ônibus regular para a maior parte de seus deslocamentos, abrindo espaço para o transporte clandestino e sem regulamentação, intensificando a desordem e a insegurança.

Por isso, torna-se urgente e inadiável a adoção de ações emergenciais por parte dos governos federal, estadual e municipal, no sentido de garantir a continuidade da operação de um setor vital para a população e para a economia fluminense”.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Como é fácil operar serviço “publico” no país. Por décadas a receita era simples. Uma quantidade descomunal de pessoas para usar, neste caso, os ônibus, aceitando o preço, a estrutura e a qualidade. Veio o VT (vale transporte) é ficou ainda mais fácil já que o $$$ dos passageiros trabalhadores estava garantido. Passaram a ganhar isenções ou tributação zero para levar estudantes e idosos. Só que veio a pandemia e foi necessário reinventar a roda. Mas…esqueceram de avisar para os estudantes que fazem suas tarefas de casa, trabalhadores do homeoffice ou hibrido, idosos que já saem muito menos que antes. Agora teremos vários pretextos para reclamações: salário de motoristas caro (como se os ônibus andassem sozinhos), diesel que aumenta, falta de passageiros. Por que então os empresários de onibus não dão publicidade as verbas vultuosas que usavam para conseguir apoios de politicos e servidores em todas as esferas. Nunca disseram qual o custo real de uma viagem de onibus em nenhuma cidade do RJ. Isso mostra como o ambiente de negócio e social do Rio é tóxico!!!

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