Diário de um padrasto: A fadinha e o devorador de sonhos

Pedro do livro conta a história da medalha de Rayssa e da bola fora de um deputado

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Rayssa Leal. Foto: Divulgação


Na segunda-feira o Brasil acordou, mas parecia que ainda estava sonhando, uma fadinha, de apenas treze anos de idade, encantou o país e o mundo com seu skate, conquistando a medalha de prata nas Olímpiadas de Tóquio.

Rayssa Leal nasceu em 2008, em terra de realeza, mais precisamente Imperatriz do Maranhão, e já escreveu seu nome no panteão do esporte brasileiro, como a mais jovem medalhista do país em Olimpíadas em um esporte que até pouco tempo era predominantemente masculino. 

O apelido de fadinha não foi à toa. Em 2015, aos sete anos, vestida com uma fantasia, Rayssa estava brincando com o skate de seu pai, tentando uma manobra, acertou, postou nas redes sociais e o vídeo viralizou com direito ao compartilhamento de uma das maiores lendas do skate, o americano Tony Hawk. 

Com a fama rápida veio também a discriminação e o sexismo – ‘’skate é coisa de menino! Você tem que estudar, skate não vai dar futuro… ‘’

E como todo contos de fadas, essa história não nos trouxe só alegrias e encantos, quisera que seu exemplo fizesse renascer nosso patriotismo, que alertasse nossos políticos sobre a necessidade de se investir mais no esporte brasileiro e que mais meninas e meninos pudessem ter o direito ao sonho, assim como Rayssa teve de poder realizar o seu.

E engana-se que a medalha olímpica seria a resposta que calaria o preconceito! É nessa hora, quando todos estão comemorando uma vitória que não é só de Rayssa, mas de todas as meninas, atletas e de nós brasileiros, que entra em cena mais um vilão, oportunista, esse clássico devorador de sonhos, o Deputado Sóstenes Cavalcante, dispara em seu twitter, a proposta de alterar o Estatuto da Criança e Adolescente, diminuindo a idade mínima exigida para o trabalho infantil. 

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O deputado não foi só mesquinho e infeliz em sua postagem, ela diz muito sobre as políticas públicas do nosso país, sobre os políticos que continuamos a eleger e que são pagos não para nos representar, mas para continuarem roubando os sonhos de muitas fadinhas que não tiveram a mesma sorte da nossa medalhista. 

Para subir no pódio da vida, é preciso ao menos o seu direito de brincar e estudar.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Fala Pedro!
    O deputado Sóstenes está querendo confundir as coisas, desde quando andar de skate é trabalhar?! “skatear” é esporte e diversão. Felizes aqueles que conseguem juntar as duas coisas, independente da idade, ou será que ele preferia que ela estivesse trabalhando?
    Abraços.

  2. É, o Deputado Sóstenes Cavalcante tweeta no mesmo tom dos “conservadores do atraso”, coerente com a visão preconceituosa e fascista da sociedade. O que infelizmente tem sido cada vez mais constante em nosso país, a revelação desses ARAUTOS de CONCEITOS ABOMINÁVEIS e AÇÕES DESTRUIDORAS do progresso, da evolução humana e da paz social. Uma VERGONHA para o Brasil!

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