Diário de um padrasto: Antes de entrar, bata na porta!

Educar pode ser mais simples do que imaginamos, talvez pelos métodos tradicionais não seja uma tarefa livre de complicações, afinal, quem nunca escutou a frase "Eu falo uma, falo duas, falo mil vezes e não obedece, só com o chinelo mesmo"

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Esses métodos tradicionais de se educar uma criança, onde os pais são a figura central do processo e estão ali para transferir para os filhos mediante obediência e poucas explicações,  mostram-se cada vez mais distantes das soluções, e ainda foram potencializados pelo período pandêmico, onde o tempo dentro de casa e as obrigações aumentaram significativamente.

Quando me refiro a simplicidade de educar uma criança, refiro-me a uma educação não violenta e a disciplina positiva, estas constroem o conhecimento em parceria, criam  hábitos, questões são conversadas sobre a sua importância e relevância, não são simplesmente impostas, em ambas, o respeito,  carinho,  afeto e a empatia são as regras e não exceções.          

Essa semana minha enteada ao acordar, bateu pela primeira vez na porta do quarto que durmo com minha esposa, parece algo insignificante para muitos, aliás alguns vão se perguntar: “um simples bater de porta gerou um artigo?” justamente, esse foi o principal fator de aprendizado que me fez trazer a teoria com que venho estudando, para minha realidade cotidiana, afinal é para isso que servem as teorias, melhorar nossa vida na prática.

Vou contextualizar para me fazer compreender, entrei na vida de minha esposa e enteada, elas moravam juntas e não tinham costume de fechar portas, logicamente esse hábito mudaria, passamos a fechar a porta depois que Angelina dormia, além disso, estamos trabalhando remotamente, o que nos fez colocar uma televisão no quarto da Angelina e passamos a fechar a porta para diminuir o barulho.

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Durante os finais de semana minha enteada levanta primeiro que nós e sempre vinha direto ao nosso quarto e abria a porta, percebi que precisávamos conversar com ela, mas como encontrar uma forma que a fizesse entender, sem ela se sentir invadindo nosso espaço? Conversamos sobre a importância de cada um ter seu espaço, não deu muito certo de cara, então passei a bater em sua porta todas as vezes que ia em seu quarto, por vezes ia até quando não precisava, estava praticando, uma tentativa de mostrar como deve ser feito, foram uns dez dias de aprendizado, até essas palavras estarem sendo escritas para comemorar esse pequeno grande passo.

Que essa seja a nossa regra, aprender e construir processos juntos, não digo que é fácil, mas a nossa esperança que esse aprendizado seja para vida toda, se torne um hábito e dessa forma vamos construindo uma bonita e harmoniosa relação.

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1 COMENTÁRIO

  1. O grande trabalho educativo está exatamente em estar diuturnamente atento às atitudes dos filhos, às coisas que podem acontecer pela natural ignorância e ingenuidade de uma criança, porque a correção de rumos precisa existir logo no primeiro sinal de desvio de conduta, porém, sem nunca deixar de amá-lo e respeitá-lo como ser humano único.
    Impor vontades e interesses pessoais a um filho, somente o ensina a impor também a outros suas vontades.
    O que nada mais é do que transformá-lo em um inseguro, frustrado e infeliz.

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