Um dos bares mais tradicionais do Rio de Janeiro, o “Bar Luiz”, que funcionou durante décadas no Centro do Rio, teve a sua marca arrematada em um leilão. O responsável pela arrematação foi empresário Antônio Rodrigues, dono da rede Belmonte. A marca foi comprada por R$ 380 mil. Segundo Ancelmo Gois (O Globo), o objetivo do empresário é reabrir a casa na Rua da Carioca, onde a Prefeitura deu início ao projeto Rua da Cerveja. O Bar Luiz funcionava em um imóvel do Governo do Estado.
A visão de negócio de Antônio Rodrigues produziu sucessos no segmento, que vão além da rede Belmonte. Também pertencem ao empresário, o Cervantes, Amarelinho e o Mosteiro. Recentemente, Rodrigues reabriu o japonês Azumi, no Leblon.
“O Bar Luiz é histórico, foi um dos primeiros chopes servidos no Rio”, disse Antonio Ribeiro, complementando: “Vou reabrir na Rua da Carioca, vou negociar um imóvel lá”, afirmou o empresário, segundo O Globo.
Em 2020, o Bar Luiz entrou em recuperação judicial. As dificuldades, no entanto, foram agravadas com a chegada da pandemia, que tornou a sua situação irreversível. No pós-pandemia o empreendimento encerrou as suas atividades.
Como todo bar tradicional, o Luiz é cheio de histórias. A casa foi a primeira cervejaria da cidade e, talvez, do Brasil. A unidade, inicialmente funcionou na Rua da Assembleia, sob o nome de Zum Schlauch. Depois foi rebatizada de Bar Adolph, por onde circulavam personalidades, como João do Rio e Olavo Bilac. Em 1936, o bar deu início às suas atividades na Rua da Carioca.
No início da Segunda Guerra Mundial, em 1942, por conta do seu nome, Bar Adolph, estudantes do Colégio Pedro II ameaçaram destruir o estabelecimento, pois acreditavam que o Adolph era uma homenagem ao líder nazista, Adolf Hitler. A casa só foi não abaixo por causa da intervenção do músico Ary Barroso, que desfez o mal-entendido.
Por causa do incidente, Ludwig, o dono do bar, naturalizou-se brasileiro e adotou o nome de Luiz, com o qual rebatizou o bar.
Em dezembro de 2011, o prefeito Eduardo Paes conferiu, por meio do Decreto de Cadastro dos Bares Tradicionais, o status de Patrimônio Cultural da Cidade ao “Bar Luiz” e a outros onze botequins.
