Douglas Knesse leva obras em lona de caminhão ao Centro Cultural Correios em mostra inédita no Rio

Exposição “Contrapeso” reúne 30 trabalhos recentes e uma instalação imersiva do artista carioca, que também estreia mostra internacional em Los Angeles em junho

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O artista plástico carioca Douglas Knesse inaugura no dia 28 de maio, das 16h às 20h, sua nova exposição individual, intitulada Contrapeso, no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio de Janeiro. Com curadoria de Daniela Avellar, a mostra exibe 30 obras produzidas nos últimos anos e inclui uma instalação imersiva que convida o público a mergulhar no universo do artista, marcado pelo uso de materiais inusitados como lona de caminhão, partes de quiosques desativados da orla e outros resíduos urbanos.

A individual no Rio antecede um novo marco internacional na carreira de Knesse: a abertura de sua primeira exposição solo nos Estados Unidos, na Simchowitz Gallery, em Los Angeles, programada para 7 de junho. A mostra californiana também apresentará mais de 30 obras.

Em Contrapeso, Knesse trabalha com suportes que carregam histórias e cicatrizes do tempo. “Sempre achei as lonas de caminhão lindas, cheias de histórias. Um dia, vi um caminhão enorme passar, parei o motorista e pedi a lona. Ali percebi: aquela lona imperfeita, remendada, marcada por todas as rotas e tempestades que enfrentou, era exatamente o que eu procurava”, relata o artista. A matéria bruta e desgastada transforma-se em linguagem estética que narra percursos e sobrevivências — tanto das coisas quanto das pessoas.

A curadora Daniela Avellar observa que o trabalho de Knesse desafia fronteiras entre pintura, objeto e instalação. “A lona reciclada, com todas as suas texturas e marcas, assume uma presença quase escultural. E mesmo nas obras sobre lona de algodão, o gesto expressivo e espontâneo se mantém, evocando um desejo de investigar os materiais com os quais dialoga”, afirma.

Elementos tropicais como coqueiros e ondas aparecem em meio à abstração, numa iconografia que remete ao cotidiano carioca. Segundo Avellar, a obra de Knesse se articula entre a praia e o asfalto, refletindo o constante movimento da cidade e das paisagens. Essa fluidez está presente também na paleta de cores e na forma como os símbolos emergem nas composições.

Ao longo da carreira, Knesse tem se destacado por intervenções em ambientes não convencionais. Em 2021, instalou obras monumentais em falésias da Barra do Cahy, na Bahia. Mais recentemente, em dezembro de 2024, expôs uma obra de nove metros sob o viaduto do Joá, na Barra da Tijuca, em um gesto que desafiou os limites da paisagem urbana e expandiu o alcance da arte contemporânea.

Nascido em 1996, Knesse iniciou sua trajetória artística aos 18 anos de forma autodidata, realizando exposições em seu ateliê, em espaços independentes e até na praia. Sua produção mistura pintura, audiovisual, moda e colaborações com outros artistas — como o irmão e trapper Mateca. Suas referências vão da action painting ao universo digital, passando por influências da cultura pop e da fisicalidade do jiu-jitsu, que transparece na energia de suas criações em grande formato.

Radicado na Barra da Tijuca, Knesse mantém um ateliê-bunker onde desenvolve obras e promove ações de arte e inclusão. Contrapeso marca um novo capítulo dessa trajetória em expansão.


Serviço
Exposição “Contrapeso” – Douglas Knesse
Abertura: 28 de maio de 2025, das 16h às 20h
Visitação: até 12 de julho de 2025
De terça a sábado, das 12h às 19h
Local: Centro Cultural Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Entrada gratuita

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