Duarte: Rio continua lindo! De cima, embaixo a situação continua feia

Vereador Pedro Duarte critica a posição do Rio de Janeiro no Ranking de Competitividade dos Municípios, em 67ª entre 411

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Barca Rio Niterói | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Foi publicado recentemente a segunda edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, realizado pelo Centro de Liderança Pública, e que analisa 411 cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes, e que correspondem a quase 60% da população brasileira, a partir de 13 pilares e 65 indicadores, divididos em três dimensões: instituições, sociedade e economia. A grande novidade desta edição foi a inclusão do pilar “meio ambiente”, devido ao crescimento de sua importância para a sociedade.

Mas como nós ficamos nisso? Quando digo nós, digo o Rio de Janeiro, a nossa cidade dita “Maravilhosa”.  Ficamos mal, muito mal. Mesmo subindo 4 posições em relação ao ranking anterior, ainda nos colocamos na 67ª posição geral, entre os 411 municípios.  Se comparado com as outras capitais, Florianópolis, São Paulo, Vitória, Curitiba e Porto Alegre estão entre os 8 primeiros lugares do ranking, BH é o 16º, Recife o 55º e Palmas é o 61º. Mesmo em nosso estado não somos o 1º, a posição é ocupada por Niterói, 44º no geral. O município em primeiro lugar no ranking é Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo.

Mas é na análise dos 65 indicadores do Rio que vemos uma situação ainda mais grave. Caímos 129 posições em Sustentabilidade fiscal, estamos no 329º lugar. Mas o que é esta tal de sustentabilidade fiscal? É a capacidade de uma cidade de prover a manutenção de bens e serviços públicos, garantindo sua capacidade de investimentos públicos e a atração de investimentos privados. Não precisa ser um especialista, pode perguntar a qualquer carioca nas ruas, que ele vai te dizer com detalhes como a economia carioca se deteriorou nos últimos anos. Depois de um período de grandes investimentos no início da década de 10, a partir de 2016 a situação econômica do Rio de Janeiro vem despencando ladeira abaixo, sobretudo no planejamento do orçamento da cidade e cortes significativos de investimento. Essa instabilidade econômica gerou uma fuga das empresas de nossa cidade, o que levou a uma queda bruta na quantidade de empregos formais e o crescimento da informalidade, o que colocou o Rio em 118ª em inserção econômica.

O acesso à saúde melhorou, passamos do 286º lugar para 267º. Na questão da qualidade tivemos uma queda de 64 posições e hoje estamos no 302º lugar. A garantia de acesso à saúde e a um atendimento de qualidade são a base para se avaliar o nível de bem-estar de uma população, umas das principais missões do estado. Quanto maior for o acesso aos serviços de saúde, maior será a qualidade de vida e longevidade de nossa população, e consequentemente, melhor a produtividade e competitividade do nosso município.  Vivemos um momento de pandemia, acompanhamos de perto este ano a qualidade dos serviços dos Centros e Hospitais de atendimento do Município, mas muito precisa ser melhorado em relação ao acesso e a qualidade do atendimento em geral.

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A queda na qualidade da educação de nossas crianças em 2020 pode até ser uma decorrência direta da pandemia, caímos 26 posições. Mas estar hoje no 209º lugar não orgulha nenhum pai, muito pelo contrário. Visitamos escolas públicas, Centros de Estudo, trabalhamos pela sua reabertura, mas os erros vêm de muito tempo. A educação no Rio, que já foi referência nacional, hoje luta para se reinventar. Bons exemplos existem, como Sobral, no Ceará, que há anos vem se destacando na educação de suas crianças, mas é difícil dobrar posições enraizadas em nossas escolas.

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Foto: Renan Olaz/CMRJ

Segurança é um item que o carioca conhece bem. Está à vista de qualquer morador a situação que se encontra a segurança no Rio. Com o tráfico e a milícia dominando grandes áreas de nossa cidade, uma população desprotegida não vê solução para suas aflições. Nossa posição no ranking retrata isso, estamos no 209º lugar, caímos 45 posições, e a tendência é continuar caindo.

Como eu disse no início, o Rio continua lindo. E suas belezas naturais contribuem para isso. Mas para quem acha que estamos bem em questões relativas ao meio ambiente, pode tirar o cavalo da chuva, somos o 198º município, entre os 411 do ranking. Itens como a velocidade do desmatamento ilegal vem crescendo na cidade, com a consequente redução da cobertura de florestas naturais.

Mas o Rio, e o carioca principalmente, tem uma vocação: a inovação e o dinamismo.  Vivemos nos reinventando. Não é à toa que somos o 8º lugar em inovação e dinamismo econômico, e estamos entre as 100 melhores cidades do país em capital humano (74º), pessoas cursando o ensino superior.

Tenho batido muito nesta tecla na presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, o Rio precisa se reinventar, criar caminhos, e o futuro está nas Cidades Inteligentes (Smart Cities). Recentemente trabalhamos intensamente para fazer do Rio a 1ª capital do Brasil a aprovar a Lei das Antenas e, assim, abrir o caminho para redução de custos de instalação, burocracia e do impacto ambiental do setor para levar o 5G para todas as regiões da cidade. Aprovamos uma legislação moderna, alinhada com o defendido pela ANATEL, e que irá promover melhorias no sinal de telefonia e internet móvel por todo o Rio, especialmente nas regiões mais carentes. 

 Mas há muito ainda a ser feito. Aprovamos esta semana, em 1ª votação, a Lei de Liberdade Econômica municipal. Uma lei que irá desburocratizar e flexibilizar diversas normas para o ambiente econômico carioca aquecer e crescer. É uma vitória enorme para o Rio de Janeiro, que ajudará muito o nosso crescimento econômico. Vamos com tudo para a 2ª votação!

Acredito fortemente nessa pauta como forma de transformar o ambiente de negócios, atrair mais investimentos para o Rio de Janeiro e colocar nossa Cidade Maravilhosa na posição que ela merece e tem direito.

Porque no ranking dos nossos corações, o Rio de Janeiro estará sempre em 1º lugar!

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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3 COMENTÁRIOS

  1. UM ESTADO QUE TEM UM TCE-RJ, ONDE QUEM DEVERIA ESTAR TOMANDO CONTA DO DINHEIRO DO MESMO, AJUDAM A ROUBAR AINDA MAIS, NÃO PRECISA FALAR MAIS NADA, ISSO AQUI NUNCA VAI SE DESENVOLVER E SE TORNAR UM ESTADO DESENVOLVIDO, ESTÁ FADADO À UM ESTADO FALIDO DE TÃO USURPADO QUE FOI NAS ÚLTIMAS DÉCADAS, COM PESSIMO SISTEMA DE TRANSPORTES TIPO RIO ÔNIBUS, SUPERVIA, METRÔ RIO E BARCAS SA, NÃO SE PODE ESPERAR NADA DE DESENVOLVIMENTO, ESQUECE, O POVO DO RIO SE SENTE BEM SENDO ROUBADO, A PROVA DISSO SÃO TODAS AS ELEIÇÕES DO ÚLTIMOS ANOS, ONDE VOTAM EM VEREADORES FEDERAIS VAGABUNDOS, QUE NÃO ESTÃO NEM UM POUCO PREOCUPADOS COM A CIDADE E SIM COM GRANDE PARTE DO SALÁRIO DE SEUS “ASSESSORES”, O POVO DO RIO DE JANEIRO É TOTALMENTE RESPONSÁVEL POR TUDO DE RUIM QUE ACONTECE AQUI!!!!

  2. Pedro, muito bom que esteja estudando o índice para ver as alavancas que podem nos levar às cabeças. Mas pouco adianta votar a belíssima lei de liberdade econômica se os valores que regem este Estado do RJ continuarem apodrecidos.

    O Governo do Estado e a Prefeitura do RJ estragam as contas públicas. Paes faliu a prefeitura, inviabilizou o governo Crivella e agora retoma uma prefeitura quebrada e tem a pachorra de não perseguir quitar os débitos e dívidas. Age como caloteiro mesmo. O Estado do RJ foi quebrado pelo Sérgio Cabral, que ao menos foi preso. Cláudio Castro receberá uma grana da CEDAE e vai preferir gastá-la ao invés de quitar as dívidas do Estado do RJ.

    Se não podemos confiar no governo como um exemplo de execução das leis, meu Deus do céu, estamos jogado na sarjeta! O RJ precisa de ordem pública, precisa de moralidade no trato da coisa pública e aí sim cobrança desta moralidade sobre o povo fluminense, que é rebelde hipócrita: gosta de cobrar que o outro cumpra a lei, mas ele em si não gosta de cumprir a lei.

    Se começarmos agora, em 40 anos seremos o melhor estado do Brasil.

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