Ediel Ribeiro: O genial Ral

O cartunista nasceu na cidade de Arcoverde, sertão de Pernambuco

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

Conheci o cartunista Ral no jornal humorístico ‘Papa-Figo’, do Recife, em 1978.

O Papa-Figo era um pasquim pernambucano que fez tanto sucesso que virou página do tabloíde carioca e tinha como colaboradores, além dos pernambucanos Ral, Bione, Lailson e Clériston; Jaguar, Nani, Pimentel, Amorim, Cervantes e Sávio Araújo.

Romildo Alves Lima, o Ral, é um chargista e ilustrador que trabalhou nos jornais ‘Folha de Pernambuco’, ‘Diário da Noite’, ‘Jornal do Commercio’, foi editor de arte no ‘Diario de Pernambuco’ e um dos criadores do ‘Papa-Figo’.

O cartunista nasceu na cidade de Arcoverde, sertão de Pernambuco. Em 1966, com sete anos, Ral se mudou com a família – pai, mãe, um irmão e duas irmãs – para o Recife.

Advertisement

Influenciado pelo irmão, Rui, que já desenhava, Ral começou a desenhar os hérois das histórias em quadrinhos da época: Fantasma, Cavaleiro Negro, Tarzan. Sem recursos, às vezes, desenhava nas calçadas com carvão e giz.

Com 13 anos, fez um curso de desenho por correspondência da Escola Panamericana de Arte. O menino gostava, principalmente, das tirinhas, da coisa da sequência, da historinha. “Era, ‘o curso dos artistas famosos’. Tinha entre os orientadores o cartunista Ziraldo. Eu nem sabia o que era cartum, queria ser desenhista de quadrinhos. Mandava trabalho, e eles avaliavam, até receber o diploma” – disse, Ral.

Ral começou a trabalhar em uma banca de jornal de um tio. Onde conheceu ‘O Pasquim’: “Um dia eu tava lá, e chegou um jornal estranho, com uma entrevista com o Ibrahim Sued na capa. O Pasquim foi a minha escola. Foi quando comecei a fazer as coisas com uma noção maior de engajamento” – disse.

O cartunista começou a publicar na página de cartas dos leitores. Um dia, veio para o Rio de Janeiro visitar a redação do jornal carioca. Com o material de quadrinhos embaixo do braço, pretendia publicar um livro de quadrinhos, com o sugestivo título de ‘Know-Ral’. Não conseguiu, mas conheceu parte da patota do hebdomadário, entre eles, Jaguar, Ziraldo e Millôr.

Um dia, viu o anúncio de um concurso que selecionava artistas para colaborar nas revistas da Edrel, de São Paulo. Foi selecionado e começou a ganhar dinheiro com o cartum.

Em 1968, com 17 anos, começou como colaborador do ‘Jornal do Commércio’. Em 1995, entrou para o ‘Diário de Pernambuco’ como ilustrador. De lá, foi para a ‘Folha de Pernambuco’ e depois para a ‘Gazeta Mercantil’. Os jornais foram sua escola, já que em Pernambuco não havia escola de desenho.

Colaborou com o lendário ‘O Pasquim’, fundou o tablóide ‘A Xepa’- em 1973 -, e foi um dos fundadores do semanário pernambucano Papa-Figo que começou como uma página publicada no jornal ‘Folha de Pernambuco’ e circulou durante 25 anos.

Em 2007, Ral foi homenageado na nona edição do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco (FIHQ). Inclusive é de Ral a arte do Boi Misterioso, que foi marca e troféu do evento. Essa homenagem ao chargista, cartunista e ilustrador é um desses momentos raríssimos de reconhecimento de uma carreira que começou nos anos 60 e marcou as gerações seguintes de artistas pernambucanos.

O cartunista que é servidor aposentado da Prefeitura de Olinda, está travando uma batalha contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença que afetou a coordenação motora e a fala, impedindo o cartunista de desempenhar suas atividades artísticas.

Ral já passou por três internações de urgência recentemente, devido a uma infecção intestinal e duas infecções urinárias. Agora, o cartunista precisa passar por uma cirurgia. Impossibilitado de trabalhar, o cartunista precisa de ajuda.

Quem quiser contribuir, pode fazer um depósito na conta de Romildo Alves Lima, na Caixa Econômica Federal através do PIX 08159629400.

O contato por WhatsApp é o 99974-5193.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Ediel Ribeiro: O genial Ral
Avatar photo
Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui