Edifício retrofitado de 16 andares é arrombado e invadido no Centro do Rio

O edifício na esquina do Largo de São Francisco com a Rua dos Andradas tem mais de 15.000m2 e pertence a uma família, que acabou de reformá-lo antes da pandemia

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

Um edifício retrofitado, localizado no Largo de São Francisco de Paula, nº 34, com a Rua dos Andradas, na região central do Rio de Janeiro, foi arrombado e invadido por mais de 50 pessoas na tarde deste sábado (3), por volta das 17h.

Construído há oito anos, o edifício tem 22 andares, lajes a partir de 435 m² e dois elevadores sociais. Com especificações técnicas elevadas e classificação B, o imóvel pertence a uma família, que concluiu sua reforma pouco antes da pandemia.

De acordo com o atual Gestor Executivo Local (GEL) da região central, José Anastácio Jales, a equipe recebeu informações sobre a ocupação ainda no fim da tarde e se dirigiu ao local.

Equipes do 5º Batalhão da Polícia Militar (Gamboa) foram acionadas e atuaram diretamente no imóvel, junto com profissionais do Segurança Presente e da assistência social da Prefeitura, que ofereceram apoio para acolhimento e abrigo.

“Chegamos ao local com cerca de 30 pessoas já ocupando o imóvel. Acionamos imediatamente a equipe de segurança e a Polícia Militar. Não estamos lidando com pessoas desacostumadas a esse tipo de ação. Elas já sabem o que fazer, o que dizer, que recursos utilizar. A polícia não usou força para retirá-las. A assistência social foi chamada para dialogar, mas os invasores se recusaram a sair e todos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos”, afirmou Jales.

Até o fechamento desta matéria, a situação seguia sem resolução. O gestor classificou a operação como complexa. O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com o proprietário do imóvel, mas não obteve resposta.

Ocupações não são novidades na região

Esse tipo de invasão não é raro na região central da cidade. Em outubro de 2023, a Prefeitura do Rio anunciou medidas contra os proprietários de cerca de 160 imóveis abandonados no Centro, após uma série de ocupações. Desde então, alguns processos foram iniciados, mas os efeitos ainda não são visíveis.

Além desses 160 imóveis mapeados pelo subprefeita, há registros de outras 60 construções invadidas por grupos especializados, que atuam de forma sistemática. O DIÁRIO DO RIO já relatou diversos casos de sobrados e prédios inteiros transformados em comércios clandestinos, acelerando a deterioração de imóveis — muitos deles tombados ou históricos.

A lista de edificações criminalmente esbulhadas no Centro do Rio só aumenta, em ritmo acelerado. Depósitos de mercadorias falsificadas, produção de alimentos sem controle sanitário e camelôs ilegais estão entre os usos mais recorrentes desses espaços, contribuindo para sua descaracterização.

Em 2023, o jornal também destacou a Ocupação Gilberto Domingos, no prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), abandonado há 30 anos na Rua Riachuelo, nº 48, na Lapa. Organizada pelo Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), a ocupação chegou a abrigar 20 grupos de trabalhadores informais em busca do direito à moradia. O edifício, de 10 andares, já havia sido invadido em outras ocasiões entre o fim dos anos 1990 e meados dos anos 2010. Na última, 60 grupos foram retirados após processo de reintegração de posse.

Outro exemplo recente é o prédio de oito andares localizado no número 53 da Avenida Venezuela, na zona portuária do Rio. Conhecida como Ocupação Zumbi dos Palmares, a construção chegou a abrigar mais de 100 pessoas. Visivelmente deteriorado, o imóvel segue pichado e sem janelas.

A invasão foi iniciada em 2005 por um coletivo de moradores. Uma desocupação forçada ocorreu em 2011, mas o edifício voltou a ser invadido nos anos seguintes. A atual ocupação começou pouco antes da pandemia de covid-19. Segundo a Justiça, o imóvel está interditado pela Defesa Civil Municipal por risco estrutural. A Prefeitura apoiou a retirada com caminhões de mudança, transporte de pertences e até cadastro de animais de estimação das famílias.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

36 COMENTÁRIOS

  1. Se ele foi retrofitado, pq não foi alugado os apartamentos ou vendido?????? Parado até hj por quê????? Tanta gente querendo alugar ou comprar um imóvel no Centro. Alí é uma area nobre do centro. Querem por os preços absurdos. Dá nisso.

    • Vc já ouviu falar da morosidade da justiça???Pode ser o caso!!
      QUEM ALGUMA VEZ PRECISOU DE JUSTIÇA nesse país sabe o q acontece!!!Rápida para punir,obtusa e lerda para julgar coisas simples!!
      Quem depende desse cambada de marajás tá ferrado!!!Já viu a quantidade de impostos,licenças alvarás e o escambau?Um dinheiro q ninguém sabe pra onde vai?
      Ainda tem q aturar b@b@ca falando em *função social “e os marginais invadindo,tentando tungar o q é teu,da tua família…que alguém ralou muito pra ter!!!!
      É o fim…função social teu c….!!!!

  2. O Prefeito sumiu , a presença de manutenção e segurança em parques e Jardins sumiu, moro em Jacarepaguá , pelo menos uma vez por mês os moradores que caminham no Bosque da Freguesia são asaltados. Desanima .
    Quando vou a Copacabana ficou chocada com o número de camelôs. Calçadas largadas , na rua Siqueira Campos e Nossa Senhora de Copacabana quase não se pode andar .

  3. Infelizmente, a milícia do PL distribui armas legalizadas para todo tipo de despreparado e bandido, mas negou até quando pode o armamento da Guarda Municipal!
    Conivência com os bandidos e milicianos?
    2026 vem aí e nosso prefeito-governador poderá melhorar, também,a segurança!

    • Exatamente, o ministro CPX (aquele que entra na favela mais perigosa do Rio sem escolta) já falou que os CACs emprestam suas armas legalizadas para os criminosos, assim quando eles são pegos cometendo crimes os CACs é que que serão responsabilizados e vão puxar cadeia no lugar deles, já que quem tem arma legalizada está cadastrado na PF, tem emprego e residência fixa, é o crime perfeito! Tem que ser muito mentecapto para acreditar nisso…

  4. Cadê a função social da propriedade? Não vendem e não alugam… Só aguardam subir os preços. Deveria haver AUMENTO de IPTU para esses imóveis desocupados há anos e que estão em condições de uso.

    • Tua consciência social vai até a hora em que invadirem um imóvel da tua família. Tá com pena? Abriga essa turma na tua casa…

    • Tem um cara no YTB que pergunta pras pessoas na rua, vc é a favor da ressocialização de presos? A maioria diz que sim. Então ele saca um documento para cadastrar a pessoa como voluntária para receber um preso na sua casa…Todo mundo desconversa, diz que não pode, e sai de fininho. Ahahahahahaha. A “função social” só vai até a pessoa quando ela não tem nada, mas quando ela lutou para ter uma propriedade, ninguém quer saber de função social. Todavia, CONCORDO com vc que os imóveis vazios deviam pagar mais de IPTU.

  5. Essa cambada q invade não é pobrezinho não!!!São uns vagabundos,aproveitadores ,tudo orquestrado …tem q ser tirados de lá debaixo de porrada…só assim irão entender,o q é propriedade privada!!!Qto àqueles q se perguntam porque o proprietário deixa largado,isso é problema dele…pode ser problema com inventário e outras cem mil coisas q só a lerdeza dessa justiça de bost@ desse país pode explicar!!!A corja mais bem paga dos 3 poderes e a mais podre e inútil

  6. Agora, o que explica um imóvel desses pertencente a uma única família, com obra concluída desde a Pandemia mas que está sem destinação de uso é algo que precisa ser explicado.
    É tempo demais para ficar vazio.
    O centro foi esvaziado de empresas e escritórios comerciais que migraram para outros formatos mas que movimentam a economia de outros setores.
    É preciso adaptar ao novo cenário do Centro…

    • Daniel, sem saber o que os proprietários passaram na pandemia ou depois não dá pra saber, lembre-se da turminha do “Fique em casa, a economia a gente resolve depois”, lembra? Muitas empresas quebraram e muitas famílias ficaram arruinadas, só perguntando pra eles pra saber por que o imóvel continuava vazio. Vale lembrar que quem esvaziou o Centro foi justamente o atual prefeito quando decidiu quebrar as ruas para passagem do “trenzinho Piuí”, isso acabou com o comércio, consultórios e demais serviços, pois ninguém aguenta 8 anos de obras na sua porta sem quebrar.

  7. Poderiam ser retiradas a força, sim. De imediato. Desde que acionado pelo proprietário que num piscar de olhos teve o bem invadido.
    Se chama desforço imediato.
    O uso do desforço imediato uma autotutela de forma imediata e sem recorrer à justiça, nas situações de esbulho ou turbação.
    Então, pode por meios próprios (até na bala, se tiver porte de arma) ou, então, acionar a polícia que assim deve proceder…

  8. O que acontece no centro é uma vergonha o tráfico tomou conta dos casarões abandonados, começou com uma vila caindo aos pedaços ao lado TRT,na rua do lavradio e nunca tomaram providência para fechar o local,isso encorajou os criminosos a invadirem outros casarões. Outro ponto é o camelódromo da Uruguaiana que vende de tudo,onde quem manda é a milícia e as autoridades sabem e não tomam nenhuma providência.

    • Esperar o q de um prefeito fanfarrão, amigo de corruptos? Ele gosta é de gastar dinheiro público trazendo artistas internacionais q nos custam fortunas, enquanto a prioridade não é isso. Espero q ele coloque em prática o q ele foi buscar em El Salvador acerca da segurança pública. O carioca deve ficar mais atento na escolha p governo, caso o fanfarrão se candidate.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui