Uma operação conjunta da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) constatou graves irregularidades na empresa responsável pelos banheiros químicos usados durante o Carnaval do Rio. A fiscalização ocorreu na última quinta-feira (6), na sede da empresa, em Higienópolis, Zona Norte da cidade.
Durante a ação, agentes flagraram cabines sendo limpas de forma irregular, sem o devido cuidado com o descarte dos resíduos, contrariando a legislação ambiental. O correto seria realizar a aspiração completa dos resíduos ainda no local de utilização. Na inspeção, os fiscais encontraram banheiros contendo restos de dejetos armazenados indevidamente no galpão da empresa, além de produtos de limpeza sem procedência e com datas de validade desconhecidas.
A fiscalização foi motivada pelo acompanhamento do processo de retirada dos equipamentos após eventos de grande porte, como os megablocos realizados no Centro e no Aterro do Flamengo, desde o sábado de Carnaval. O responsável técnico da empresa, sediada em Higienópolis, Zona Norte, foi autuado pela DPMA e responderá pelos crimes ambientais previstos na legislação.
De acordo com os agentes, além do descarte irregular, a empresa não apresentou documentos que autorizassem a limpeza dos equipamentos no local. O responsável técnico foi autuado pelos crimes ambientais na delegacia especializada, conforme previsto em lei. A empresa também recebeu multa administrativa aplicada pelo Inea, e a Prefeitura do Rio foi notificada para esclarecer o processo de contratação da companhia responsável pelos banheiros químicos.
A empresa havia prestado serviços em grandes blocos carnavalescos que desfilaram na região do Centro e do Aterro do Flamengo.
Para seguir as exigências ambientais direitinho, é preciso meter a mão no bolso e gastar alguma coisa. Mas é aí que mora o problema: se o empresário tiver a chance, vai fechar um olho aqui, dar um “miguér” ali, e assim ele consegue economizar nos gastos, sempre com vistas a maximizar seu lucro. Agora imaginem o que grandes empresas não fazem para economizar milhões, negligenciando cuidados ambientais.
Um bom exemplo recente? Os crimes da mineradora Samarco, pertencente à Vale e à anglo-australiana BHP, em Mariana e Brumadinho, que resultaram naquelas calamidades, em muitos casos irreversíveis. Ocorre que, se a empresa for muito rica, será que ela é punida adequadamente ou consegue se safar molhando uma mãozinha aqui e outra ali? Só para quem tiver curiosidade, pesquisem o lucro total da Vale nos últimos 5 anos e comparem com quanto a empresa pagou de multas e indenizações pelo colapso que causou. É de revoltar até defunto!
Outro exemplo recente é o vazamento de óleo na baía de Guanabara causado por uma embarcação de propriedade de uma empresa norueguesa. Será que vão pagar cada centavo da multa? A multa é justa e suficiente para reduzir os danos? Curioso, mas o caso sumiu, como sempre.