Empresários fazem abaixo-assinado contra proibição de música nas praias do Rio

Para os autores do abaixo-assinado, a música ao vivo não é só uma fonte de renda, mas um elemento essencial da experiência cultural nas praias do Rio

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Proprietários de quiosques se mostraram insatisfeitos com o novo decreto da Prefeitura do Rio — Foto: Orla Rio

A decisão da Prefeitura do Rio de proibir música ao vivo nos quiosques da orla carioca virou motivo de um abaixo-assinado que já ultrapassou as 5 mil assinaturas. Criado por empresários, músicos e artistas, o documento contesta a medida e denuncia os impactos sociais e econômicos que a nova regra pode provocar.

Segundo o texto, a restrição compromete o sustento de profissionais como cantores, DJs, técnicos de som e dançarinos, além de atingir a vida cultural e o lazer de moradores e turistas. O grupo afirma que a proibição é uma forma de censura e representa uma violação ao direito ao trabalho e à liberdade de expressão.

A pressão começou depois que a prefeitura publicou um decreto com 16 novas condutas para os quiosques e o comércio na praia. Além do fim da música ao vivo, o texto veta letreiros com nomes dos estabelecimentos, bandeiras na areia, garrafas de vidro e circulação de ciclomotores no calçadão. O decreto é de autoria do prefeito Eduardo Paes e passa a valer a partir do dia 31 de maio, cobrindo os mais de 80 km de orla do município.

Mesmo antes da entrada em vigor, fiscais já começaram a cobrar o cumprimento das novas regras. Em alguns pontos da Zona Sul, barracas tiveram que esconder ou inverter faixas com seus nomes, que agora devem ser substituídos por números.

Para os autores do abaixo-assinado, a música ao vivo não é só uma fonte de renda, mas um elemento essencial da experiência cultural nas praias do Rio. O apelo é por mais fiscalização, e não por silêncio. Segundo a concessionária Orla Rio, que administra mais de 300 quiosques da Zona Sul ao Recreio, 154 das 179 marcas com atuação nas praias mantêm programação musical regular.

Em um encontro com donos de quiosques e barraqueiras em Ipanema, o prefeito Eduardo Paes defendeu com firmeza o novo regramento. Disse que o decreto precisa ser até mais rigoroso e que está disposto a bancar a medida, mesmo em ano pré-eleitoral. “Me perdoem pela dureza, mas eu fiz questão de vir aqui para dizer: esse decreto é meu. Tem um monte de ajuste que eu acho que tem que fazer, porque ele está frouxo. […] Prefiro perder do que ser um prefeito incompetente, ter uma cidade esculhambada”, afirmou.

Além das regras sobre música e sinalização, o texto ainda proíbe a instalação de estruturas grandes, a venda de produtos sem autorização, a circulação de patinetes e ciclomotores no calçadão e até a fixação de objetos em árvores.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Não podemos perder o bom senso.
    Concordo que patinetes e ciclomotores devem ser proibidos na orla. O número de acidentes aumentou muito.
    Há pouco tempo fui atropelada por uma bicicleta elétrica na ciclovia
    Quanto à musica, nada contra shows ao vivo nos quiosques, desde que não cause poluição sonora, como acontece quando grupos diversos decidem levar suas caixas de música JBl e afins para a areia da praia, tirando o direito de quem gosta de escutar o barulho do mar e relaxar ao sol.

  2. Basta de hipocrisía, todos nós sabemos o caos, excessos e ilegalidades praticadas pelos quiosques, a música alta acima do que é permitido durante o dia e madrugada adentro, seja mecânica ou ao vivo é um grande transtorno e poluição sonora em toda a orla carioca, nao é música ambiente, mas um baile funk/sertanejo a céu aberto.

  3. Como proíbem tocar até Tom Jobim na orla?
    Deveria apenas permitir música que tenha a ver com a cidade e a orla e espírito carioca como Bossa-Nova e Samba. Nada de sertanejo ou funk de letras vulgares e de apologia ou mesmo do tipo ostentação de origem santista e paulistana.

    • Se fosse pra tocar Bossa Nova e Choro Carioca, e o subgênero do Samba, eu até concordaria com você.
      Mas sabemos que o objetivo dos baderneiros é exaltar o barulho do Funk e sertanojo, estilo esse que estranhamente estão tentando empurrar para o Carioca.
      Por isso essa lei é importante.

  4. Os defensores da podridão sempre utilizam a palavra cultura pra continuar defendrr o indefensável!
    Aposto que entre esses empresários que defendem a bagunça ao invés da ordem estão identitarios de esquerda (psolistas) e identitarios de direita (bolsonaretes). Afinal, quando é pra humilhar e ridicularizar o Rio esse pessoal da esquerda e da direita se unem.

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