Engarrafamentos da Barra da Tijuca: entenda o porquê do caos

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Lucio Costa

Com certeza você já sofreu com os engarrafamentos da Barra da Tijuca, ou pelo menos ouviu falar sobre. Você sabia que boa parte disso poderia ter sido evitado se fosse seguido o Plano Piloto projetado em 1969 por Lucio Costa? O urbanista havia previsto o crescimento do bairro e planejou nele um novo Centro da cidade.

   A área em que atualmente são erguidos prédios residenciais e um shopping, que pode ser vista no esboço original acima, seria o Centro Metropolitano da Guanabara, terreno de 5 quilômetros quadrados que complementaria o Centro histórico com muito mais praticidade por estar numa posição geográfica central. A região receberia empresas e até uma segunda sede da Prefeitura, permitindo que grande parte dos moradores da Barra trabalhassem no próprio bairro. Este novo centro teria acesso ao metrô e seria ligado ao Fundão e ao Aeroporto Internacional por um monotrilho.

Ao longo do tempo, ainda houveram outras mudanças no Plano Piloto que atrapalharam o trânsito no bairro. A Avenida das Américas, por exemplo, que faz parte da BR-101, deveria ser uma via sem sinais de trânsito ou cruzamentos. No encontro entre a Avenida das Américas e a Avenida Ayrton Senna estava previsto um anel rodoviário, mas no local foi construída a Cidade da Música, atrapalhando ainda mais o fluxo de carros.

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Devido a essas deturpações do Plano Piloto, foi natural que o crescimento da Barra da Tijuca desse origem a engarrafamentos caóticos. E a expansão do bairro foi agressiva. Se em 1932 a Barra era chamada de “Sertão carioca”, local onde se viu a última onça pintada livre na cidade, a partir da década de 70 houve um boom de ocupação. Segundo o Censo de 1980, a Barra havia crescido 65% nos últimos dez anos, passando de 31 mil para 51 mil habitantes. Em 2000, segundo o IBGE, a Região Administrativa da Barra (que abrange, além da Barra da Tijuca, Camorim, Grumari, Itanhangá, Joá, Recreio dos Bandeirantes,Vargem Grande e Vargem Pequena) já contava com 174.353 moradores. Com isso, o número de carros em circulação diária na Avenida das Américas saltou de 19 mil em meados dos anos 70 para 135 mil atualmente!

Com tudo isso, o resultado não poderia ser diferente: Bom engarrafamento!

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Marcos é carioca e formado em Jornalismo pela PUC-Rio. Trabalhou com empreendedorismo desde a faculdade, coordena a ONG PECEP e trabalha no Instituto Phi. No tempo livre, gosta de ler e praticar esportes. Seus livros preferidos são “A revolução dos bichos”, “Amor nos tempos do cólera” e “O banqueiro dos pobres”.
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