A divulgação do mapa oficial de apuração do Carnaval 2025 pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) trouxe confusão e reforçou a polêmica sobre o título da Beija-Flor. A inconsistência nas notas das escolas Grande Rio e Estação Primeira de Mangueira levantou dúvidas sobre a precisão do resultado. As informações são de Lucas Luciano/Tempo Real.
Nas redes sociais, a Grande Rio apontou um erro na contagem das notas do quesito bateria. Segundo o mapa publicado no site da Liesa, a escola recebeu três notas 10 e uma 9.9, o que resultaria em 30 pontos e um empate com a Beija-Flor. No entanto, durante a apuração ao vivo, o locutor Jorge Perlingeiro anunciou duas notas 9.9 e duas notas 10, o que deixaria a escola com 29.9 pontos e sem chances de disputar o título.
Diante da divergência, a Grande Rio informou que buscará esclarecimentos na plenária das agremiações do Grupo Especial, marcada para sexta-feira (7). “Desde já, reiteramos nosso total respeito à entidade, às nossas coirmãs e, principalmente, à comunidade e aos torcedores da nossa escola. Estaremos sempre em busca de esclarecimentos sobre qualquer fato que possa comprometer a transparência do nosso carnaval”, declarou a escola.

Liesa admite erro, mas mantém resultado
A Liesa reconheceu que houve um erro de digitação no mapa, afetando as notas de Grande Rio e Mangueira, mas garantiu que isso não alterou o resultado da apuração. “Devido a um erro de digitação, ocorreu a divulgação equivocada do mapa de notas do Rio Carnaval 2025, com alterações nas notas das agremiações Estação Primeira de Mangueira e Acadêmicos do Grande Rio no quesito bateria. Pedimos desculpas pelo transtorno a toda comunidade do carnaval. As notas já estão corrigidas e as justificativas divulgadas em nosso site oficial”, informou a entidade.
Unidos de Padre Miguel e Mocidade também protestam
Além da Grande Rio, outras escolas demonstraram insatisfação com o julgamento. A Unidos de Padre Miguel, rebaixada para a Série Ouro, criticou a justificativa de um jurado que descontou pontos pela utilização do dialeto cultural da escola. “Despontuar uma escola por fazer utilização do dialeto da sua cultura é minimamente uma avaliação despreparada! Esquecer nossa oralidade para atender um acadêmico, não negro, não está nos planos da nossa escola”, publicou a agremiação, que anunciou um recurso contra o resultado.
Já a Mocidade Independente de Padre Miguel questionou a diferença de critérios na avaliação, especialmente no quesito evolução. “É desmotivante ter um julgamento com olhar que não aceita o que é novo e o que é diferente. Ter quesitos aclamados por todos e, que mesmo assim, ainda são penalizados na hora das notas, dói no coração da nossa Estrela”, desabafou a escola.
A Mocidade também reforçou que manterá suas tradições, apesar da frustração. “Se, anos atrás, inventamos a paradinha, se fomos os únicos campeões contando a própria história, reinventamos a estética, mudamos paradigmas e criamos tendências, não vai ser agora que deixaremos de erguer nossa bandeira e plantar nossa raiz”, concluiu a agremiação.