Escola de Artes Visuais do Parque Lage pode deixar casarão tombado por excesso de turistas

Tradicional EAV estaria cogitando mudança para a Zona Norte; sede atual seguiria apenas como polo turístico

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EAV Parque Lage - Palacete

Há pelo menos cinco décadas instalada no belíssimo palacete do Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, a Escola de Artes Visuais (EAV) estaria demonstrando desconforto com o atual fluxo intenso de turistas no ponto turístico. A movimentação constante, impulsionada pela entrada gratuita, visual privilegiado e pela popularização de um bistrô interno, estaria afetando o cotidiano da escola, que é uma das mais tradicionais do Rio — a ponto de provocar evasão de alunos, segundo informações já divulgadas pela imprensa carioca.

Para se ter uma ideia, o Parque Lage recebeu cerca de um milhão de turistas no ano passado, sendo um dos pontos mais procurados do Parque Nacional da Tijuca — atrás apenas do Corcovado e da Vista Chinesa. Em 2025, apareceu entre os destinos mais explorados por turistas estrangeiros nos sites de busca, com 6.900 registros.

Nos bastidores da instituição, uma possível mudança de sede vem sendo cogitada (nada confirmado). Segundo a jornalista Lu Lacerda, a ideia que vem circulando é a transferência da EAV da Zona Sul para Manguinhos, na Zona Norte. Caso se confirme, o Parque Lage passaria a funcionar exclusivamente como atrativo turístico.

Já foi anunciado aos professores, inclusive, que a biblioteca e o mobiliário da escola devem ser transferidos para um galpão no bairro do Rocha antes do início das obras no casarão. A restauração do palacete, projetado pelo arquiteto Mário Vodret em 1920 e tombado pelo Iphan, foi anunciada em dezembro do ano passado e está orçada em mais de R$ 20 milhões. O prazo de conclusão é de até 480 dias após o início das intervenções.

Marcelo Viveiros de Moura, presidente da AMEAV (Amigos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage), garante que a escola não será transferida. Segundo ele, durante a reforma, as atividades serão mantidas nas cavalariças e em uma tenda externa, com o mobiliário alocado no galpão alugado. O fluxo de turistas também será restringido ao entorno do palacete e, após o restauro, novas normas de acesso serão implementadas para preservar tanto a escola quanto o patrimônio histórico. O bistrô e a loja devem ser realocados para a área externa.

A Escola de Artes Visuais é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.

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