Escolas dão as costas para Paulo Barros, e carnavalesco fica de fora do Grupo Especial após 16 anos

Nos tempos áureos de Carnaval do Rio, Paulo Barros era um dos nomes mais requisitados e bem pagos, chegando a receber cachês que alcançavam R$ 1,5 milhão

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O carnavalesco Paulo Barros, já considerado um dos maiores nomes da história recente do Carnaval carioca, ficará de fora das 12 escolas do Grupo Especial em 2026. Essa será a primeira vez, em 16 anos, que o profissional não será escolhido por nenhuma agremiação da elite do samba para o próximo carnaval. Conhecido por suas inovações e como um dos mais bem pagos da Sapucaí, Barros vem enfrentando um desinteresse por parte das escolas, especialmente após polêmicas declarações feitas nas vésperas do último desfile.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele se manifestou contra o que considerou ser a repetição de temas “monotemáticos” no Carnaval, especialmente os que envolvem a cultura africana. Ao criticar a repetição de símbolos, Barros afirmou que, hoje, o Carnaval se tornou um espetáculo “pasteurizado” e se recusava a trabalhar com enredos que tivessem forte cunho religioso ou ligado à temática africana. A declaração não foi muito bem aceita pelo público e, principalmente, por grande parte das escolas, que alfinetaram o veterano na Avenida.

Fechado com a Unidos de Vila Isabel desde 2023, o carnavalesco não conseguiu conquistar a Sapucaí com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, que foi amplamente criticado. Ainda na concentração do desfile, ele tentou se explicar em relação a suas declarações, afirmando que era também da religião de matriz africana, e que seu posicionamento nada mais era do que uma escolha pessoal de se abster de trabalhar com enredos religiosos. “Eu sou de santo, tenho minha religião, mas simplesmente disse que prefiro trabalhar com enredos que não tenham cunho religioso. Só isso. Tenho esse direito. Sempre respeitei as religiões, o Carnaval e sempre vou respeitar. Infelizmente, criaram uma polêmica que não existe. Nunca ataquei nenhuma escola, nenhuma pessoa e muito menos qualquer religião”, explicou Barros. A agremiação ficou em oitavo lugar no Grupo Especial. Dias depois, a escola anunciou o desligamento do carnavalesco.

Com uma carreira de 31 anos à frente do enredo das mais diversas agremiações do Rio e algumas de São Paulo, o carnavalesco foi um dos grandes responsáveis por transformações no desfile das escolas, trazendo inovações técnicas e artísticas que marcaram época. Nos tempos áureos de Carnaval do Rio, Barros era um dos nomes mais requisitados e bem pagos, chegando a receber cachês que alcançavam R$ 1,5 milhão na Unidos da Tijuca, onde, entre 2010 e 2014, conquistou três títulos para a agremiação. O desfile de 2010, “É Segredo”, é considerado um dos mais marcantes de sua trajetória, com a Comissão de Frente, que surpreendeu os espectadores ao apresentar uma coreografia inovadora com rápidas trocas de figurinos e saídas de um camarim gigante. No Grupo Especial, o veterano coleciona quatro títulos.

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12 COMENTÁRIOS

  1. Carnaval é arte. Mas há conteúdos que estão voltados apenas para um tipo de expectador.
    A arte do conceito está até perdendo lugar para os temas que envolvem apenas o misticismo.
    Paulo Barros é um artista que gosta do conteúdo tecnológico da coisa artística. Dá surpresa. Do luxo. E ele também sabe que nem todo mundo entende de umbanda e candomblé. Por isso ele abre a sugestão para a arte da literatura onde a criatividade pode variar da tecnologia ao sonho projetado pela mesma tecnologia.
    Um enredo místico engessa a produção artística a um grupo fechado de ideias e principalmente direciona o entendimento para um público fechado.

  2. Antigamente os desfiles das escolas de samba no Rio eram melhores,com enredos diversos. De uns anos pra cá,ficou chato e monótono,priorizando temas ligados a África.
    O Paulo Barros está enfrentando um cancelamento,por ser crítico,assim como eu.
    Hoje a lacração progressista esquerdista(cultura woke)contaminou grande parte do sistema no mundo (mídia,universidades,educação,etc).E o samba carnavalesco foi incluído nessa,infelizmente.
    Essas escolas de samba TEM MEDO de contratar o Paulo Barros para 2026 por medo de serem canceladas pela grande mídia e perderem patrocínio(porque os patrocinadores tem rabo preso com a lacração).
    Essas escolas de samba são execráveis e lamentáveis. COMO O MUNDO FICOU CHATO!!!!
    O Paulo Barros nasceu no mesmo município onde moro(Nilópolis)e mesmo com a vitória da Beija-Flor eu estou com desgosto.
    Toda a minha solidariedade ao Paulo Barros.

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