A combinação de baixa umidade, fumaça de queimadas em várias regiões do país e ausência de chuvas está afetando a qualidade do ar e o abastecimento de água no estado do Rio de Janeiro, além de gerar preocupações com a saúde da população.
Segundo o boletim mais recente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), divulgado na terça-feora, 10/9, às 17h, quatro das 55 estações de monitoramento indicavam que a qualidade do ar era ruim: três na Baixada Fluminense e uma em Barra Mansa. Em outras 27 estações, o ar foi classificado como moderado. O monitoramento avalia a presença de poluentes como partículas em suspensão, ozônio e dióxido de enxofre.
Rafael Campos, gerente de qualidade do ar do Inea, afirmou que a tendência é de piora nos próximos dias, sem previsão de chuvas e com a continuidade da baixa umidade. A preocupação também se estende ao risco de incêndios, que é classificado como alto ou muito alto em todo o estado, conforme o último relatório do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ). Cidades como Barra do Piraí, Barra Mansa, Vassouras, Resende e Seropédica estão entre as mais vulneráveis. “Houve mais focos de queimadas esta semana do que nas anteriores, sem previsão de chuvas e com a umidade permanecendo baixa,” disse Campos.
Calor próximo dos 40ºC
Na capital, a situação também é preocupante. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que a umidade relativa do ar pode cair para 20% nesta quarta, com temperaturas que devem chegar a 37°C, mesmo em pleno inverno. O sistema de monitoramento do ar do município do Rio apontou, em seu levantamento mais recente, que a Zona Oeste da cidade, especialmente Campo Grande, apresentava ar classificado como ruim. Em áreas como o Centro e Copacabana, a qualidade do ar era considerada boa, enquanto bairros como Bangu, Irajá, Tijuca e Pedra de Guaratiba registravam qualidade moderada.
Vinícius de Oliveira, gerente de monitoramento do ar da Secretaria de Meio Ambiente do município, compartilha da mesma preocupação e alerta para a tendência de agravamento da situação. “A qualidade do ar atualmente é moderada, mas a tendência é de piora devido à falta de chuvas e ao calor. Locais com sistemas de ventilação deficientes, como os bairros da Zona Oeste, são os mais afetados,” explicou Oliveira.
Com o calor extremo e a baixa umidade, as autoridades reforçam a necessidade de atenção aos riscos de saúde e a importância de medidas preventivas, como o combate às queimadas e o consumo consciente de água.