Especialistas analisam medidas da Prefeitura do Rio de Janeiro diante da onda de calor extremo no município

As avaliações de profissionais de áreas que atuam de alguma forma na temática clima e cidades variaram entre 'adequadas', 'paliativas' e 'insuficientes'

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Foto: Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

Nos últimos dias, a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro anunciou medidas diante da onda de calor extremo pela qual o munícipio passa. Entre as ações estão os pontos de resfriamento, locais como Naves do Conhecimento, parques e Vilas Olímpicas, que ficarão abertos ao público geral para oferecer alívio em dias muito quentes. Parada para que trabalhadores expostos ao sol possam se hidratar durante uma pausa nas atividades. Além de suspensão de eventos e mudanças nas aulas de educação física em dias de temperaturas muito altas.

O DIÁRIO DO RIO ouviu especialistas que analisaram essas medidas implementada pela Prefeitura desde o último domingo, 16/02. As avaliações de profissionais de áreas que atuam de alguma forma na temática clima e cidades, variaram entre adequadas, paliativas e insuficientes.

“Essas ondas de calor cada vez mais frequentes já vinham sendo anunciadas há tempos por quem estuda o fenômeno do aquecimento global. Elas chegaram e devem se intensificar. A Prefeitura do Rio vem agindo no susto, aprendendo a buscar soluções quando os eventos se apresentam. Criar áreas de hidratação, eventualmente suspender aulas, recomendar cuidados etc. são medidas na direção correta e outras virão. Mas, são medidas paliativas. A cidade poderia estar melhor preparada se a Prefeitura levasse a sério as recomendações dos estudiosos. Vejamos a questão da arborização urbana. Ela é quase inexistente em bairros da Zona Norte e Oeste. Na Zona Sul, onde existe, pode ser muitíssimo melhorada. Com ondas de calor, precisamos de sombra, principalmente das árvores! Áreas arborizadas têm uma queda de alguns graus da temperatura. A Prefeitura precisa deixar de lado também o seu preconceito com o uso de chafarizes por crianças e moradores de rua. Chafarizes aspergem água no ar e ajudam na redução da sensação de calor. O Rio precisa de fontes e chafarizes funcionando em todos os locais públicos. E piscinas públicas nos bairros distantes da orla. Há muito a fazer para além das medidas paliativas atuais“, declarou o arquiteto e urbanista Roberto Anderson

Para Maria Fernanda Lemos, professora de urbanismo da PUC-Rio especialista em adaptação urbana para mudança climática, “enquanto medidas de contingência, sim. São essas as medidas adequadas. Por outro lado, para que se precise menos da contingência, é necessário adaptar a cidade para que ela seja resiliente e menos vulnerável a esse tipo de evento climático. Se as pessoas estiverem morando em espaços mais apropriados para lidar com o calor, se a cidade for mais fresca por ter condições da urbanização que diminuem as ilhas de calor, entre outras questões, se a cidade tem tudo isso planejado a longo prazo, sobra o que chamamos de risco residual e aí temos o plano de contingência para lidar com isso, com as perdas e danos“.

O ecologista e um dos cofundadores do Movimento Baía Viva, Sérgio Ricardo Potiguara afirmou que “as medidas da Prefeitura do Rio são pífias e insuficientes diante do problema de saúde coletiva provocado pelo calor extremo. O Estado do Rio de Janeiro foi o que mais desmatou o bioma Mata Atlântica em função de diversos ciclos econômicos. As medidas da Prefeitura ignoram a relação da cidade com esse bioma que foi tão desmatado. Fundamental seria a Prefeitura cumprir com os compromissos de restauração ecológica de áreas degradadas, unidades de conservação e as faixas marginais de proteção dos rios que deságuam no município do Rio de Janeiro e que quase todos foram transformados em valões. Além disso, milhares de árvores são cortadas, o que o nosso movimento denomina ‘podas assassinas’, sobretudo pela empresa Ligth e também pela Comlurb. Isso acontece principalmente nos bairros da Zona Norte e Zona Oeste do Rio de Janeiro, que justamente são os que sofrem mais com o calor. A população carioca precisa da implementação imediata do PDAU (Plano Diretor de Arborização Urbana), o plano diretor que tem como objetivo ampliar a cobertura da vegetação nas praças, parques da cidade. No entanto, contraditoriamente, o que temos visto são as podas assassinas de árvores, o que só agravam o calor extremo“.

No início desta semana, o Rio de Janeiro alcançou a marca inédita de nível de calor (NC) 4, que acontece quando temperaturas entre 40°C e 44°C são registradas ou previstas por, no mínimo, três dias consecutivos. Na tarde desta quarta-feira (19/02), os termômetros marcaram, me média, 33°C na cidade.

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9 COMENTÁRIOS

  1. Esses especialistas sao pifios, ninguem recomendou o mais facil, pintar as coisas de branco. É uma medida usada na india o branco reflete luz logo abaixa um pouco da temperatura, eu inclusive fiz isso na minha casa e adiantou um pouco, cerca de 3 graus, mas ja ajuda. Outra coisa e ir para o solar punk, pois é aquelas construções com jardins e gramas em cima, mais arvores como um dos especialistas disse, construir coberturas, sim, cobrir todas as ruas com um corredor de lona para ter sombra, pois na sombra a temperatura abaixa um pouco. E por fim mudar o horario da vida, se tá muito quente tal hora nada de escola, diminuir movimento, fazer ensino a distancia, fazer trabalho em casa.

  2. Esse prefeitinho vem destruindo o meio ambiente desde sua primeira gestão, retirando as árvores da Cidade e trocando por cimento. Parece quenão sabe da importância de uma árvore no meio ambiente. A próxima destruição prevista é do Jardim de Alah de onde pretende retirar centenas de árvores, não foi à toa que transferiu o “cuidado com as árvores da, quase extinta, FPJ para a Comlurb. Árvore para ele é lixo.

  3. Engraçado q ele quer derrubar 140 árvores frondosas no jardim de alahh quer LEILOAR milhares de hectares de mata nativa para a construção civil construir espigões e esturricar mais ainda a cidade!!É tudo por grana,?Já não tem o suficiente não meu caro?
    Acha que engana quem?Só os jumentos amestrados de seu miguxo Lule e Cabral!!

  4. Não merece nem crítica uma prefeitura que é contra as praças e o bem que espaços públicos podem dar a população, além de sempre reclamar das árvores inapropriadas para o nosso convívio como a crítica constante as amendoeiras que temos. O que fizer é traço estatístico.

  5. Essas podas de árvores são necessárias, lógico. Agora, já viram como a Prefeitura faz essas podas?

    Pois bem, as árvores os podeiros deixam as mesmas peladas. Assim está aqui na Tijuca.

    E outra, o Eduardo Paes, quer arrancar 130 árvores do Jardim de Alah para um empreendimento do Consórcio Rio Verde.

    Loucura, vão?

    • Podam como se todas árvores fossem coqueiros!!!Desfolham tudo e só deixam um chumaço de folhas no topo…ótimo pras árvores caírem na cabeça de alguém depois. Fora as 140 árvores do Jardim de Alá quer LEILOAR vários hectares de matas nativas pra construção civil….É realmente tá muuuuuito preocupado com o bem estar do carioca mesmo!!!Só jumentos amestrados acreditam nesse sujeitinho…graaaaaana é o q interessa e não grama..

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