Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO RIO, o governador Cláudio Castro (PL) falou sobre seu primeiro ano de gestão à frente do estado do Rio de Janeiro.
Entre os temas estão as desigualdades, a educação, a saúde, a econômica, a segurança pública, entre outras questões de suma importância ao fluminense.
Até mesmo a eleição deste ano foi tema da conversa que você confere abaixo.
DIÁRIO DO RIO: Sua chegada a governador é um caso raro, chegando ao poder depois da crise ética causada por Wilson Witzel. Assume um estado quebrado, no meio de uma pandemia global e em forte crise, monta um gabinete basicamente formado por deputados. Ainda assim, consegue fazer o leilão da Cedae e ter vitórias importantes. Como foi para você assumir como governador em exercício, depois de fato e agora entrando em ano eleitoral?
Cláudio Castro: Foi um desafio grande assumir o estado diante da maior crise da sua história. Faltavam R$ 6,2 bilhões no Tesouro Estadual para finalizar as contas do ano e o Regime de Recuperação Fiscal iria vencer em menos de dez dias. Sem diálogo com o governo federal e a Alerj, as turbulências políticas dificultavam a busca por soluções. Eram mais de 1,5 milhão de fluminenses desempregados e o estado havia voltado ao Mapa da Fome. A população estava desacreditada: o Rio de Janeiro não tinha capacidade de planejar o futuro, de investir e os salários estavam na iminência de atrasar. A concessão da Cedae foi um divisor de águas, pois refletiu um esforço conjunto para que o estado voltasse a crescer. A concessão vai contemplar 49 municípios, beneficiando 13 milhões de pessoas. Além disso, é fácil dizer, para quem está analisando de fora da situação, que o enfrentamento à criminalidade se dá através da liberação da venda de drogas; que o aborto é tema central; denegrir as polícias como resposta aos maus feitos por policiais que erram. Há quem se ache o senhor de Deus. Mas quero ver pegar um estado como eu peguei: endividado, quebrado, interditado política e economicamente e reverter este quadro. Eu opto pelo diálogo para desenvolver o estado e melhorar a vida das pessoas. E acredito no resultado.
DDR: Governador, 2022 vai ser um ano de recuperação após os estragos feitos pela pandemia. Qual a estratégia do seu governo para que o Rio de Janeiro tenha um bom ano e melhores horizontes para os próximos anos?
Cláudio Castro: Com a concessão do saneamento, o Governo do Estado precisava definir uma linha de crescimento, com geração de emprego e renda sustentável. Isso só acontece com investimentos. Com os recursos da Cedae e a organização das contas, lançamos o maior pacote de investimentos da nossa história. Ao todo, o PactoRJ vai investir R$ 17 bilhões nos próximos três anos em mais de 50 projetos nos 92 municípios. Com as intervenções, que já começaram, a estimativa é que sejam gerados 150 mil novos postos de trabalho. A vacinação avançou muito rapidamente, graças à distribuição ágil e igualitária das vacinas. Ainda enfrentamos a Covid-19, mas podemos apostar na vocação natural do estado para o turismo. Atravessamos novamente um momento de vigilância com a pandemia, com o crescimento do número de casos causado pela ômicron. No entanto, estamos investindo num turismo seguro e pensando no futuro. Lançamos a campanha “O Rio continua lindo. E perto!” para estimular viagens internas, mas o ano de 2022, assim espero, será marcado pela retomada de eventos que tinham o Rio de Janeiro como sede.
DDR: O que o senhor destaca como fundamental na sua gestão para que o Estado do Rio voltasse a crescer economicamente em 2021?
Cláudio Castro: A retomada econômica do Rio de Janeiro foi possibilitada pelo empenho do governo em estabelecer um ambiente de negócios favorável ao investidor, com credibilidade, estabilidade e segurança jurídica e regulatória. Criamos condições para que grandes empreendimentos se instalem no Rio de Janeiro. Nossos esforços resultaram na chegada do Magazine Luiza, União Química, Amazon e BRF, e na expansão de companhias já instaladas aqui, além da abertura de mais de 60 mil empresas em território fluminense em 2021. Além disso, serão investidos mais de R$ 70 bilhões da iniciativa privada até o fim de 2022. São muitas as oportunidades que o estado oferece aos investidores. O Porto do Açu, por exemplo, é um dos maiores complexos de infraestrutura do país. Este ano, foi inaugurada a usina termelétrica GNA I e anunciada a construção da GNA II, reforçando a vocação do estado para se tornar um grande polo gerador de energia e referência na transição energética para uma matriz mais diversificada e limpa. Há ainda investimentos programados para o Polo GasLub, antigo Comperj, em Itaboraí, empreendimento estratégico que também vai atender a essa vocação.
DDR: A desigualdade aumentou muito no estado. Com ela, vem a fome, o desemprego. De acordo com dados de estudo da FGV Social são 1,7 milhão em situação de fome no Rio de Janeiro. Este ano, o número de desempregados chegou a 1,5 milhão de fluminenses, segundo o IBGE. Qual o plano para superar essas graves questões no Rio de Janeiro em 2022?
Cláudio Castro: A melhor política social é a geração de emprego. A Covid-19 tem um efeito arrasador na economia de todos os lugares. Com o Rio de Janeiro não foi diferente, mas já conseguimos recuperar 100% das vagas fechadas mesmo sem a pandemia ter chegado ao fim, apesar de a pandemia ser um ponto que exige frequente e forte vigilância. Criamos políticas sociais para garantir dignidade às pessoas. Prorrogamos até o fim de 2022 o SuperaRJ, programa que beneficia 120 mil famílias e desempregados. Para garantir a segurança alimentar e nutricional de quem mais precisa, vamos ampliar o Restaurante do Povo até 26 unidades. Em Campos e Duque de Caxias, por exemplo, o almoço já é vendido a R$ 1 e o café da manhã, a R$ 0,50. Vamos implementar o Café da Manhã do Trabalhador, garantindo a entrega de refeições pela manhã em estações de trem, metrô e ônibus. Serão 50 unidades, garantindo 500 kits de café cada um. E mantemos em operação o RJ Alimenta, que entrega três refeições por dia gratuitamente, em Nova Iguaçu, Magé e Campos, e vamos chegar ao Rio de Janeiro. Com isso, o Governo do Estado ultrapassou 2,5 milhões de refeições distribuídas.
DDR: Governador, o que dizer para os fluminenses e cariocas que reclamam da situação chocante dos moradores em situação de rua e adictos, que se acumulam na porta de prédios e lojas, e chegam a transformar calçadas em moradias e praças em centros de reciclagem de lixo?
Cláudio Castro: É preciso praticar a empatia e olhar as pessoas em situação de rua com a dignidade e o respeito que merecem. Se tem sido um momento difícil para todos nós, é ainda mais sensível para elas. Este ano, lançamos o projeto Hotel Acolhedor, que garante o pernoite a essas pessoas. São 300 leitos em dois endereços na capital, onde há maior demanda por acolhimento. Nesses locais, vamos oferecer cursos de qualificação profissional e já começamos os mutirões de oferta de emprego. Em novembro, lançamos o RJ para Todos, promovendo acesso aos direitos como documentação básica, reinserção familiar, inclusão ao mercado de trabalho e acolhimento social. É um grupo de políticas que se complementam e se articulam para proporcionar uma nova possibilidade de vida às pessoas vulneráveis. Eu só acredito em um estado que dê oportunidade para todos.
DDR: E o que o Estado planeja acerca da questão do restaurante popular do Centro do Rio, que, desde que fechou, transformou as ruas e calçadas da região num mar de quentinhas e restos de comida, digerida e não digerida? O senhor não vê necessidade de retomada do programa de restaurantes populares?
Cláudio Castro: O Restaurante do Povo da Central vai ser reaberto em novo endereço, próximo ao local onde funcionava até 2016. A capacidade do equipamento será 65% superior ao antigo. O governo do estado vai servir 5 mil refeições diárias: 2 mil cafés da manhã a R$ 0,50 e 3 mil almoços a R$ 1. Conseguimos reduzir pela metade o preço que era pago anteriormente. Com os investimentos previstos pelo PactoRJ, serão servidas 64.500 refeições por dia em todas as unidades do Restaurante do Povo do Rio de Janeiro. Até 2022, investiremos, apenas nos Restaurantes do Povo R$ 169 milhões. Para o Café da Manhã do Trabalhador, serão mais R$ 50 milhões.
DDR: Sobre a educação, recentemente, o DIÁRIO DO RIO publicou uma matéria mostrando problemas nesta área na volta das aulas presenciais. O mais preocupante foi a falta de profissionais nas escolas, pois não aconteceram algumas reposições no pós-pandemia. O que o governo estadual está pensando para a educação das nossas crianças, jovens e adolescentes?
Cláudio Castro: Nossa maior preocupação é garantir o retorno dos alunos que passaram a pior fase da pandemia acompanhando as aulas de casa. O avanço da vacinação e a higienização adequada das escolas permitiram a retomada das aulas 100% presenciais, apesar de a Covid-19 não ter sido totalmente vencida. E, para isso, investimos R$ 600 milhões na manutenção das escolas. Nesse momento de aumento do número de caso, estamos atentos. Além disso, iniciamos a contratação de mais de 9 mil mães, no projeto Mulheres Apoiando a Educação (M.A.E.), para combater a evasão escolar. Com isso, o governo do estado, por meio da Secretaria de Educação, iniciou um grande processo de busca pelos alunos e aumenta o apoio à comunidade escolar. Além do fator educacional, o projeto leva renda para quem estava desempregada, pagando uma bolsa de R$ 1 mil. E tudo isso valorizando nossos profissionais. No final de dezembro, por exemplo, pagamos o Abono Fundeb, um benefício com recursos excedentes do fundo, aos 63 mil profissionais da Educação na ativa. Dividimos o valor desse Fundeb por carga horária. O total chegou a R$ 230 milhões. Concedemos também a compensação tecnológica de R$ 3 mil para que pudessem comprar e modernizar seus equipamentos de informática e cerca de 45 mil professores da rede estadual receberam um aumento no valor do auxílio-transporte de R$ 6,30 para R$ 17,10 por dia.
DDR: A segurança pública é sempre uma questão no Rio de Janeiro. A situação se alastra para o interior. O que o Governo Estadual vem fazendo para reduzir esse problema no RJ?
Cláudio Castro: A segurança pública é tema constante de planejamento e investimento do governo do estado, com foco na recuperação estrutural, na ampliação do efetivo, na autonomia institucional dos policiais e na incorporação de tecnologia em novos equipamentos. Os avanços, além de percebidos pela população, são comprovados pelo Instituto de Segurança Pública: os homicídios dolosos caíram 30% em novembro e estão no menor patamar em 30 anos; os roubos de veículos tiveram queda de 22% no mês, o valor mais baixo em nove anos; os roubos de carga diminuíram 9% no ano, chegando ao menor índice desde 2013. Os números são resultado de um conjunto de ações pioneiras. Fizemos a maior licitação do Brasil para aquisição de câmeras operacionais portáteis que são instaladas nos uniformes de agentes de segurança pública, fiscalização, licenciamento e defesa civil. Com isso, vamos resguardar os agentes de falsas acusações e dar maior transparência às ações, reduzindo a letalidade de policiais e da população, melhorando a prestação de serviço. Ao mesmo tempo, vamos investir R$ 139 milhões na infraestrutura da Polícia Militar, na reforma de 282 alojamentos de 47 batalhões e dos refeitórios de 44 unidades, além da reconstrução de telhados e restauração de fachadas. A Polícia Civil recebeu R$ 150 milhões para investimentos: a compra do software Cellebrite Premium, programa de desbloqueio de celular e recuperação de dados; a renovação da frota com uma tecnologia inédita de blindagem; a entrega de dois novos helicópteros blindados, equipados com câmeras de visão noturna e de reconhecimento térmico. O novo caminho da segurança pública do Rio de Janeiro fica claro a partir das nossas ações e investimentos, reforçado com a incorporação de quase 1.500 novos policiais militares formados em 2021 e a abertura de 400 vagas na Polícia Civil.
DDR: A pandemia está, ao que tudo indica, passando. Contudo, a saúde pública estadual tem muitos problemas. Hospitais mal equipados, UPAs sem a devida estrutura, falta de médicos. O que vai mudar para os fluminenses em 2022?
Cláudio Castro: Além de atuarmos na pandemia, que demostra um novo desafio nesse início de ano, temos planejado para 2022 um amplo investimento de reforma das unidades da rede estadual, incluindo alguns prédios antigos, como o Hospital Getúlio Vargas. Vamos aumentar a oferta de exames com o Rio Imagem na Baixada Fluminense, além de centros de diagnóstico por imagem em São Gonçalo, Casimiro de Abreu e Nilópolis. Já inauguramos, em abril, o Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz para atendimento de casos de Covid-19 e, com a redução do número de casos nos últimos meses, a unidade começou a receber pacientes com outras doenças. São 170 leitos, 80 de CTI e 90 de enfermaria, operando como retaguarda para outros hospitais da região, como o Hospital Geral de Nova Iguaçu. Além disso, investimos quase R$ 1 bilhão na saúde da população fluminense, por meio do Programa de Apoio a Hospitais Integrantes do SUS, com o objetivo de construir, reformar, ampliar e equipar unidades municipais ou regionais em todo o estado. Nosso propósito é atender às necessidades locais dos municípios, considerando a infraestrutura já disponível em cada região.
DDR: O trabalho incessante na defesa do consumidor do PROCON-RJ, liderado por Cássio Coelho, tem se tornado uma referência no Brasil. Está nos planos mais investimentos para que o órgão possa atuar melhor no interior?
Cláudio Castro: A autarquia tem sido muito atuante em todo o Estado do Rio de Janeiro. Além da região Metropolitana, as equipes realizam ações de fiscalização nas regiões Serrana, dos Lagos, Sul, Norte e Noroeste Fluminense, sem medir esforços para estar presente na capital e no interior. Além disso, independentemente de onde o cidadão estiver, com o atendimento on-line, o site e o aplicativo Procon-RJ, o governo do estado consegue se aproximar de todos os fluminenses e prestar serviço nos problemas relacionados a consumo. Neste ano, foram mais de 160 mil atendimentos, mais de 620 estabelecimentos fiscalizados e 11 mutirões de renegociação de dívidas para ajudar as pessoas endividadas a quitar seus débitos e reequilibrar suas vidas financeiras.
DDR: Falando em eleição, o senhor já esteve próximo do presidente Jair Bolsonaro, já se afastou. Falou-se na imprensa de uma aproximação com o Lula, do PT. Qual será a posição do governador no pleito federal do ano que vem?
Cláudio Castro: Acho que não é o momento de falarmos em eleição. O momento do Rio é de união. Somente com diálogo e muito trabalho vamos superar nossos dilemas. Mas é importante dizer aqui que eu nunca me afastei do presidente. Vou repetir o que disse em uma recente entrevista: Qual governador não gostaria de ser do mesmo partido do presidente? Isso ajuda.
DDR: Acredita que poderia ter feito algo de diferente neste período como governador?
Cláudio Castro: O que eu posso afirmar é que busquei me cercar das melhores pessoas, das mais competentes, para fazer a transformação que o Rio de Janeiro precisa. E, até agora, tenho orgulho do que conseguimos entregar à população.
DDR: Qual nota daria ao seu governo?
Cláudio Castro: Se eu pudesse resumir minha gestão esse ano, diria que foi o momento de retomada de credibilidade do povo fluminense. Trabalhamos muito e tivemos avanços em todas as áreas. Na segurança, por exemplo, combatemos o crime de forma inédita. A força-tarefa da Polícia Civil prendeu mais de mil milicianos e provocou prejuízos de R$ 2,2 bilhões às organizações criminosas. Fizemos a maior licitação do país em aquisição de câmeras operacionais portáteis. Criamos o Bairro Seguro, programa de polícia de proximidade em funcionamento em 31 locais. Na economia, contornamos, no último ano, as dificuldades impostas pela Covid-19, doença que ainda requer muita atenção. E batemos recordes na abertura de postos de trabalho. Com um ambiente de negócios favorável, trouxemos segurança para investidores, o que resultou na vinda de grandes empresas para o estado. Estamos enfrentando a pandemia de frente com agilidade na distribuição da vacina. Atingimos a marca de 73% da população com esquema vacinal completo. Durante o ano, os servidores do estado voltaram a ter o respeito e a atenção que sempre mereceram. Conseguimos antecipar o pagamento em 14 folhas seguidas, além de anteciparmos o 13º salário e viabilizar o abono natalino de fim de ano para várias categorias, beneficiando mais de 130 mil servidores com gratificações, com investimentos de R$ 300 milhões. Eu acredito que o momento é de entregar mais. O governo do estado está empenhado em concretizar o projeto que nós pensamos para o Rio de Janeiro e muitas ações, como as que falei aqui, já estão acontecendo. Eu prefiro deixar minha avaliação a cargo das pessoas porque acredito no povo fluminense.
DDR: Qual das ações teve mais orgulho e onde acha que precisa concentrar os esforços em 2022?
Cláudio Castro: Tenho a certeza que este período vai ficar marcado como o da retomada do Rio de Janeiro. É inevitável não mencionar a concessão da Cedae como o grande fôlego de credibilidade do estado. Realizamos todo o processo com extrema transparência e é por isso que foi uma das únicas concessões do país em que nenhum outro colocado recorreu do resultado. Meu foco é governar, então, olho para todas as questões que afligem o povo do Rio de Janeiro com o mesmo interesse e preocupação em trabalhar para encontrar soluções.
DDR: Para fechar, o que os fluminenses podem esperar do governo Cláudio Castro em 2022?
Cláudio Castro: Estou certo de que 2022 será o ano da consolidação da retomada do Estado do Rio de Janeiro como protagonista. Os dados já apontam para uma outra realidade. Tenho certeza de que as nossas vidas vão melhorar ainda mais.
Concordo com o Israel Ondas: esqueceram de perguntar sobre a infra estrutura das rodovia RJ do Estado, que muitas estão sem duplicação.
As perguntas sobre outras áreas como: educação, saúde, social etc…, fora importantes, mas a parte rodoviária, ferroviária e metroviária também são.
Ficou a desejar, mas fica aí para as próximas entrevistas.
Não falou talvez da coisa mais importante e atrasada da cidade pra gerar empregos, reduzir custos, beneficiar o meio ambiente e a saúde do povo carioca que é a agenda metroviária atrasada a décadas e cheia de ações errôneas, fora o impasse ridículo da estação Gávea essencial para o traçado via JardimBotânico até a região pprtuária e o fechamento em anel da linha 1 Gávea – Uruguai. É preciso de um “Tarcísio” para destravar a mobilodade e a infraestrutura do Rio q segue as “ordens” dos rodoviários engessando a cidade cada vez mais q não para de crescer.