Estratégias nutricionais no tratamento da Síndrome do Intestino Irritável.

Fernanda Dias fala sobre o tratamento para Síndrome do Intestino Irritável que é baseado na alimentação e no estilo de vida, assim como terapias para o controle das emoções

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Foto de Jessica Lynn Lewis no Pexels

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é a desordem gastrointestinal de maior prevalência mundial. A microbiota intestinal de indivíduos com SII parece ser bastante instável e em constante modificação. O intestino apresenta um distúrbio de motilidade podendo variar entre diarreia e constipação. E as mulheres são mais propensas a desenvolver a SII do que os homens.

Pacientes portadores da SII apresentam alteração na microbiota intestinal, com redução no número de bifidobactérias, que são bactérias probióticas e aumento das enterobactérias, bactérias patogênicas. Devido à disbiose intestinal e ao aumento da fermentação, os indivíduos apresentam sinais de dor e distensão abdominal acompanhado de outros sintomas como cólicas, gases e flatulências, constipação, diarreia ou alternância entre os dois estados.

Alguns gatilhos podem desencadear ou agravar o quadro, como má alimentação e qualidade de vida; intolerância ou alergias; saúde mental; alterações hormonais e historia familiar.

Há uma forte ligação entre problemas emocionais, como estresse, ansiedade e depressão com o surgimento da SII ou o agravamento dos sintomas.

Advertisement

O tratamento é baseado na alimentação e no estilo de vida, assim como terapias para o controle das emoções através de apoio psicológico, meditação, respiração e mindfulness.

A primeira estratégia para controle do SII é retirar os possíveis causadores da inflamação no intestino, potenciais alimentos alergênicos, como os laticínios e o glúten. Remoção de xenobióticos, através de uma dieta livre de agrotóxicos, pesticidas e aditivos alimentares.

A dieta lowfodmaps é ótima estratégia para a fase inicial do tratamento, com a exclusão de alimentos fermentativos como os feijões; vegetais enxofrados como brócolis, alho, alho poró, cebola, couve, couve flor; algumas frutas como maçã, manga, melancia, ameixa e abacate; além de alimentos irritativos para a mucosa intestinal como a cafeína e a pimenta.

Alto consumo de proteína animal, frituras e excessos de bebida alcoólica são inflamatórias para o intestino, devendo ser evitadas até a melhora dos sintomas gastrointestinais. Assim como adoçantes da classe dos polióis, como xilitol, eritritol e maltitol, altamente fermentativos podendo piorar o quadro de distensão abdominal.  Se necessário adoçar, utilizar Stévia ou Monk fruit.

Maximizar a frequência evacuatória para diminuir o tempo de contato das toxinas com a mucosa intestinal, através de uma ótima hidratação e um consumo adequado de fibras solúveis que auxiliam na melhora da microbiota. O farelo de arroz, a semente de linhaça e o suco de aloe vera são excelentes na melhora da digestão e evacuação.  

Outra estratégia interessante é a introdução de chás que melhoram a função digestiva, como alecrim, sálvia, canela, erva doce, hortelã, gengibre, camomila. Abacaxi e limão são fontes de enzimas digestivas capazes de estimular a produção de ácido clorídrico, melhorando a digestão proteica, frequentemente a mais comprometida.

A mastigação eficiente é o hábito mais importante a ser trabalhado quando o assunto é a melhora da função gástrica e intestinal. As moléculas precisam ser degradadas para serem melhor digeridas e absorvidas. Comer com calma em todas as refeições,  jantar cedo, por volta de 19:00 ou 20:00 horas, evita a sobrecarga do processo digestivo e previne a inflamação intestinal.   

A falta de um sono reparador é uma das maiores causas de estresse emocional e desequilíbrio das funções orgânicas. Ter uma rotina noturna que permita o descanso suficiente garante ao organismo modular a inflamação e o estresse e favorecer o processo de destoxificação hepática e intestinal. Dormir bem é a melhor estratégia detox!   

O uso de probiótico pode ser necessário para reequilibrar a microbiota intestinal quando os sintomas gastrointestinais estiverem melhores. No início do tratamento talvez piore o quadro de dor e distensão abdominal provocado pela colonização dos microorganismos vivos. Importante avaliar individualmente.  

A Síndrome do Intestino Irritável é tratável e depende muito do envolvimento do paciente com a melhora do padrão alimentar e do estilo de vida. Além do controle emocional tão relacionado com o desenvolvimento do distúrbio.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Estratégias nutricionais no tratamento da Síndrome do Intestino Irritável.
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui